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Greve na educação pode continuar


 O anuncio de que a greve dos trabalhadores em Educação acabou, feito pela Executiva do SINTERO, foi recebida de forma negativa pela categoria . Em regiões como Ariquemes, Zona da Mata, Jaru, Cacoal e Ouro Preto, Pimenta Bueno e Vilhena, pretende-se reverter a decisão por meio de novas assembleias. É o que está sendo discutido por diversos professores e técnicos de várias regionais. "Esta decisão foi manipulada", disse uma professora de Ariquemes. A convocação começou pelas redes sociais e se estende com panfletagens em várias regionais. Os grevistas, ainda se mobilizam para mais um protesto nesta quinta-feira, 11 de julho, quando estarão se somando às mobilizações organizadas pelos camponeses dirigidos pela Via Campesina. A ideia é unir os trabalhadores do campo e da cidade para denunciar um conjunto de pautas das mais diversas categorias.

Os professores estaduais organizaram uma rede em torno da sigla "Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação" que seria um espaço de organização de ações dentro do SINTERO, para contestar os encaminhamentos dados pela diretoria do Sindicato nos últimos anos. Confira Nota:


 

NOTA DO MOCLATE

Sobre a Greve dos Trabalhadores em Educação do Estado de Rondônia

A emancipação da classe trabalhadora será fruto da própria classe trabalhadora

Karl Marx

O Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação – MOCLATE é uma rede de Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação organizada em vários Estados do Brasil. Em Rondônia, um conjunto de trabalhadores de várias regionais está propondo a construção desta rede que tem por objetivo defender um caminho classista e de luta para o SINTERO. Não somos vinculados a nenhum partido político eleitoreiro, pois entendemos que só através da luta dos trabalhadores é que conseguiremos defender uma educação pública de qualidade e uma valorização salarial dos trabalhadores em Educação.

Há mais de duas décadas o SINTERO é dirigido pelo mesmo grupo oportunista que se reveza apenas nos cargos de direção. Os trabalhadores em Educação construíram este sindicato enquanto importante ferramenta de luta. De um pequeno sindicato combativo, o SINTERO se transformou num grande sindicato burocratizado e que impede a base de decidir os rumos de sua própria história. É preciso retomar o NOSSO sindicato para o caminho da luta!

Não é o momento para fazermos uma análise mais aprofundada sobre o que ocorreu com o SINTERO nos últimos anos. O fato é que nas duas últimas greves, as manobras da Executiva do sindicato, puseram a perder, por entre nossos dedos, uma vitória certa. A Executiva do SINTERO preferiu o caminho da conciliação oportunista com o governo Confúcio-Raupp (PMDB) ao invés do caminho da luta defendido pelos trabalhadores. Foi assim na greve dos municipais em Porto Velho, que a todo o momento os apoiadores e membros da direção do sindicato (aqueles que não serão candidatos nas próximas eleições, é claro) revezavam-se para desmobilizar a categoria. Já denunciávamos isto naquele momento. Os candidatos oficiais das próximas eleições gerais, é claro, apresentavam um discurso “radical” para angariar votos para a farsa das eleições de 2014.

FAZ-SE NECESSÁRIO QUESTIONAR:

1) Quais regionais optaram por reduzir a quase nada a pauta de reivindicações nas assembleias? Quantas pessoas participaram? Foi uma assembleia regional unificada ou prevaleceu uma assembleia por municípios onde a posição da Executiva influenciou a decisão? Até agora não temos informações!

2) Qual a diferença desta “contraproposta” defendida e empurrada “goela abaixo” pela Executiva do SINTERO da posição do governo Confúcio Moura? Só mudam-se alguns meses do ínfimo “parcelamento” que se sabe lá se Confúcio Moura irá cumprir! Em todas as assembleias apresentava-se um “boi de piranha” e defendia-se uma “melhor” proposta mínima. Esta velha jogada oportunista já se conhece.

3) Nas assembleias da semana passada em todas as regionais, já se direcionava para um fim da greve. A Executiva pelega do SINTERO foi derrotada quando a maioria das regionais optou por refutar tal absurda proposta e fortalecer o movimento grevista. Regionais que mantiveram a greve neste momento: Centro I, Centro II, Zona Mata, Café, Estanho, Norte e Cone Sul.

4) Nas assembleias de ontem, 09 de julho, convocadas de última hora para justamente não dar tempo para a base se organizar, não se cumpriu o prazo estatutário para a convocação e não se divulgou a “nova-velha” proposta, que em linhas gerais era a mesma! As assembleias seriam simultâneas e a direção oportunista tratou de jogar peso para encerrar o movimento em Porto Velho (Norte) e Cone Sul. Contudo, mesmo estas Regionais votando por encerrar a greve, seis regionais mantiveram o movimento: Centro I, Centro, Estanho, Mata, Apidiá e Café. A Executiva do SINTERO não quis divulgar sua derrota e tratou de se articular para por fim à greve, enviando diretores para algumas regionais.

5) Na manhã desta quarta-feira, 10/07, na regional Centro I (Jaru), João Ramão, velho dirigente do SINTERO, tentou convencer a base a por fim ao movimento naquela regional, dizendo que “Manoelzinho” determinou que se encerrasse a greve e ainda acusando assembleias de outras regionais, como da Zona da Mata de ter gente que não era da base votando. Observa-se o desespero em suspende de imediato a greve. Mas porque a pressa? As escolas estão em recesso e só retornarão no dia 22 de junho! É o desespero de que a base se organizasse mais e atropelasse as posições vacilantes desses oportunistas!

O QUE DEFENDEMOS!

a) A ilegalidade da decisão de por fim a greve tendo em vista que as convocações não cumprem os prazos legais de convocação e não se divulgou antecipadamente a pauta destas, que foram realizadas de forma simultânea.

b) A regional da Zona da Mata, enquanto exemplo de mobilização lotou a plenária e votou por maioria absoluta da base a continuidade da greve. Isto também ocorreu em outras regionais. Verifique-se o quórum das assembleias das regionais para de fato observar se foi a “maioria” que votou por encerrar a greve. Onde estão as listas destas assembleias e as atas? Foi a Executiva do SINTERO que encerrou a greve!

c) Manter a greve como único caminho de garantir um salário justo para todos os trabalhadores em Educação, defendendo a pauta original que a Executiva abandonou inclusive as questões que não se referem ao orçamento, mas que sequer estão sendo citadas nos pronunciamentos: melhores condições de trabalho, não às terceirizações, etc.

d) Que todas as deliberações das regionais sejam tornadas públicas e com números concretos! Da mesma forma, exijamos que a direção do SINTERO disponibilize na página da internet: ESTATUTO, PRESTAÇÃO DE CONTAS DETALHADAS (INCLUSIVE COM OS GASTOS DA DIRETORIA, COMO DIÁRIAS E DESLOCAMENTO) DO ANO PASSADO E DOS GASTOS DESTA GREVE.

e) Que todas as rodadas de negociações tenham a participação de um COMANDO DE GREVE por regional e Estadual. Que as negociações com o governo sejam gravadas!

f) Construir uma ampla rede na base do SINTERO, reunindo trabalhadores de todas as regionais (municipais e estaduais), construindo uma frente ampla em defesa de um SINTERO verdadeiramente dos trabalhadores em Educação! O Sindicato é nosso, não de meia dúzia de pelegos oportunistas! Desfiliar do Sindicato não é alternativa, muito menos fragmentar o Sindicato. É preciso reforçar as filiações dos trabalhadores, organizar grupos de estudo nas regionais, elevar o nível de consciência dos mais jovens e fortalecer uma posição combativa e de luta.

QUEREMOS UM SINTERO COMBATIVO E DE LUTA!

Companheiros e companheiras,

É chegada a hora de construir um caminho classista para a nossa categoria. Conclamamos a todos os que defendem este caminho a unirem-se na construção do Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação enquanto espaço de fortalecimento desta linha combativa. Construir um Encontro Estadual dos trabalhadores em Educação para fortalecer a nossa luta! Chega de oportunismo! Tanto daqueles que se perpetuam na direção do SINTERO, quanto daqueles oportunistas de outros partidos que também querem fazer do sindicato um trampolim político e estão compondo cargos no governo Confúcio Moura. Vamos varrer os oportunistas de todas as laias: Os pró-Confúcio-Raupp (PMDB), os pró-Cassol, os carreiristas de plantão e eternos candidatos nas eleições podres corruptas. Junte-se a nós!

Os lutadores não se vendem e nem se rendem!

MOVIMENTO CLASSISTA DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO – MOCLATE

E-mail: [email protected]

http://facebook.com/MOCLATE
 

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