Domingo, 17 de fevereiro de 2019 - 14h03
EPISÓDIO 6 – 09 DE FEVEREIRO DE 2019
Contei que combustível de origem fóssil, como a gasolina, é praticamente grátis aqui na Venezuela, certo? Isso também é verdade no que se refere ao consumo de energia elétrica e de gás de cozinha. A energia utilizada por uma casa, padrão classe média, custa uns 15 centavos de dólar por mês, algo perto de R$ 0,55. É de qualidade razoável, tão boa (ou tão ruim, dependendo do ponto de vista) quanto no Brasil. O gás deve custar 1 centavo de dólar e cai naquele mesmo problema já explicado sobre a gasolina: ninguém quer distribuir. Em função disso, sempre existem filas enormes para buscá-lo.
No episódio de ontem, comentei sobre o preço da terra aqui nos Llanos (bioma na Venezuela), mas entendam que é um preço meramente teórico, pois a hiperinflação dificulta qualquer comparação real. Neste instante, quem chegar com US$ 20 mil compra 200 hectares aqui na região de San Fernando de Apure. Um hectare, portanto, sairia por US$ 100 (R$ 370). Mas não é o preço histórico, que é mais parecido com aquele que citei no episódio anterior (hectare a US$ 1.500 em regiões protegidas por diques e US$ 500 nas áreas desprotegidas), quero deixar claro.
Há muito tempo a Venezuela trabalha com títulos de posse. Isso foi ampliado durante o governo Hugo Chávez. Eles permitem o uso pleno da terra, mas não podem ser dados em garantia para crédito. Dessa forma, o normal é que a garantia seja a estrutura da fazenda, suas máquinas e animais. Ouvi por aqui que apenas 25% dos produtores do país têm títulos de propriedade, mas não confirmei a informação, portanto não a tomem como verdade. Apenas como referência.
Óleo lubrificante para tratores é artigo raro por aqui. Duas máquinas (foto) da fazenda onde estou dando consultoria técnica estão paradas por falta dele. Já contei (Episódio 3) que a importação foi liberada nesta semana que passou, mas ainda não vemos efeito prático nas fazendas.
Mas também se trabalha com tecnologia de ponta por aqui. A propriedade usa um moderníssimo modelo de enfardadora de feno Kuhn (foto), que é uma das melhores marcas do mundo nesse segmento.
Quase todas as empresas que vendem os insumos básicos (semente, adubo, ingredientes para ração, atacado de agroquímicos, peças de reposição, etc.) para o agro são estatais. O resultado: a tão conhecida ineficiência do poder público. Entretanto, as empresas que fazem as misturas finais, distribuição e varejo são, em maioria, privadas.
A importação é praticamente restrita a empresas estatais e leva a situações insólitas. Como exemplo, podemos citar os brincos de controle para animais: é importado apenas um tipo e de um determinado tamanho. É o que há no mercado. Desta forma, os bezerros nessa fazenda desfilam com um brincão meio desengonçado.
Continuamos amanhã. Uma ótima semana a todos.
Autor - André Sório (foto) – engenheiro agrônomo e consultor agropecuário – [email protected]
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