Terça-feira, 6 de agosto de 2024 - 13h54
Em julho, a Câmara aprovou a regulamentação da reforma
tributária, medida que impacta diretamente a construção civil. Entre as
determinações, está a dedução de 40% do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).
Essa definição significa o aumento da carga tributária para o segmento, o que
traz desvantagens para a construção de moradias.
Hoje, o ganho obtido na compra e venda de imóveis é taxado
em cerca de 8%, sem considerar a cobrança de 3% referente ao Imposto sobre a
Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). A partir da reforma, o setor pagará 15,9%
de imposto, sem levar em conta os créditos tributários.
Trazendo para a prática do dia a dia, a aprovação política
tem efeito no canteiro de obras. Afinal, com maior taxação, os preços
praticados no mercado aumentam. Assim, como consequência, os empreendimentos
encarecem — e o preço de venda para o consumidor também.
Impacto no crescimento do setor
Em 2024, o mercado da construção civil apresenta
crescimento interessante. Esse movimento tem motivo: o investimento
governamental nos programas habitacionais federais e estaduais, em especial o
Minha Casa, Minha Vida (federal) e o Casa Paulista (estado de SP). Nesse
cenário, a nova carga tributária impacta a relação entre governo e empresas.
Afinal, para entregar moradias com menor custo de
aquisição, é preciso ter condições de construção a preços menores. No entanto,
o aumento do imposto traz o impacto reverso. Da mesma forma que as construtoras
terão que abrir mais o bolso para realizar as entregas, o preço final dos
imóveis também tende a subir.
Com isso, não há ganhadores. No final, os dois lados saem perdendo.
A solução existe
Aumento de imposto é sinônimo de aumento de preços. Por
isso, as entidades imobiliárias, a exemplo da ABRAINC e do Secovi-SP, concluem
que, para que não ocorra esse acréscimo de valor, seria necessário um redutor
de 60%. Assim, a carga tributária sobre os imóveis e o custo de compra se
manteriam no patamar atual.
Já quando falamos de aluguel, o pedido aumenta para 80% de
redução tributária, visto que a PEC aprovada propõe desconto de 60% da alíquota
da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços). Caso seja mantida a porcentagem
proposta, o setor sofrerá um aumento de 136,22% na tributação do aluguel.
Nesse momento, a fala do presidente da ABRAINC, Luiz
França, entra em boa hora. Ele questiona a aplicação do aumento do peso fiscal
em um segmento tão importante para a economia brasileira — ainda mais levando
em conta o déficit habitacional de 7,8 milhões de moradias e a necessidade de
mais 11 milhões na próxima década.
Aqui, cabe salientar a dimensão do impacto que uma tributação
prejudicial pode gerar sobre o andamento do setor nos próximos meses e anos.
Até porque, hoje, a indústria da construção e incorporação imobiliária emprega
mais de 2,9 milhões de trabalhadores formais no país. Só em maio deste ano, o
setor criou 18.149 vagas formais com carteira assinada. Se olharmos para todo
2024 até agora, são mais de 159 mil postos de trabalho gerados — 15% do total
de vagas criadas.
Daqui, torcemos para o olhar político cuidadoso sobre um
dos segmentos mais fortes da economia brasileira. Do mesmo modo como 233
deputados votaram a favor da elevação do redutor para 60%, a expectativa do
setor é ver mais representantes abraçando essa ideia, e agora tentar reverter
este cenário no Senado…
Vamos esperar pelos próximos capítulos.
*Eduarda Tolentino é CEO da BRZ Empreendimentos,
incorporadora nascida em 2010, em Belo Horizonte. Com inovação em seu DNA, a
companhia investe fortemente em ações de tecnologia dentro de seus projetos –
brz@nbpress.com.br.
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