Sábado, 8 de agosto de 2020 - 10h57

É indispensável que se faça uma reforma tributária no
Brasil. É uma afirmativa que poucos discordam.
A dificuldade está em que, em especial nos governos, ninguém deseja
abrir mão de recursos. De fato, os governantes brasileiros parecem todos de
esquerda quando se fala em reforma tributária: todos querem que diminuam os
recursos dos outros. Mexer nos seus nem pensar. A realidade, porém, tem que se
impor: a sociedade civil, o país, a livre iniciativa não pode prosperar sem uma
boa mudança na forma e na quantidade dos impostos. O país tem uma das maiores
cargas tributárias do mundo, possui um sistema burocrático, complexo e cheio de
inconsistências que levam a interpretações diferentes e à judicialização.
Principalmente o sistema tributário brasileiro fere o princípio da simplicidade,
pois sua compreensão, pra lá de complexa, só serve para enriquecer os que se especializam na área. O relatório
do Banco Mundial (Doing Business 2019), mostra que uma empresa brasileira leva
1.958 horas para pagar tributos. A Bolívia, segunda colocada, leva apenas 1.025
horas. E a média dos 190 países
pesquisados nos deixa perplexo: 206
horas. Para simplificar é a proposta entregue pelo ministro Paulo Guedes, que entre
as principais medidas, prevê a unificação de dois impostos federais, o Programa
de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público
(PIS/Pasep) e a Contribuição sobre o Financiamento da Seguridade Social
(Cofins), substituídos pela Contribuição Social sobre Operações com Bens e
Serviços (CBS), com a alíquota única de 12%. Mas, é uma proposta menos eficaz
que a da PEC que já se encontrava no Congresso, a qual prevê a unificação com o
ICMS, cobrado pelos estados, e o ISS, pelos municípios. Ao todo são cinco
tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS), que seriam substituídos pelo Imposto
sobre Bens e Serviços (IBS). A transição demoraria dez anos, sem redução da
carga tributária, e ocorreria em duas fases: um período de teste por dois anos
com redução da Cofins (sem impacto para estados e municípios) e IBS de 1%.
Depois, a cada ano as alíquotas passariam a ser reduzidas em 1/8 por ano até a
extinção, e a do IBS, aumentada para repor a arrecadação anterior. Ambas estão
no caminho certo da simplificação, O problema da reforma de Guedes é a elevação
da carga tributária. A CBS será de 12% enquanto somados, o PIS e a Cofins
ficam, hoje, entre 3,65% e 9,25%. Cálculos
revelam que ao se somar a CBS com os tributos estaduais e municipais, o
Imposto sobre Valor Agregado (IVA) ficaria entre 30% e 35%, um dos maiores do
mundo. Nas propostas que já tramitam na Câmara e no Senado, o IVA final terá
uma alíquota de 25%. O ruim é que o setor mais prejudicado é o de serviços, que
emprega cerca 50 milhões de pessoas. O setor paga, em média, 4,5% de impostos e,
se feita a mudança, passaria a pagar
quase 3 vezes mais. Quem se beneficia é a indústria, pois conseguirá realizar
mais deduções via crédito. Assim, se as mudanças podem simplificar, por um
lado, prejudicam ao ampliar muito a
carga tributária por outro. A indústria ganha, mas, os serviços perdem. Esta é
só uma das inúmeras dificuldades de mexer na tributação: é preciso ter clareza no que se está propondo
e a intervenção do governo não deve causar distorções nas condições de
competição.
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