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MINHAS RAÍZES EMOCIONA PLATÉIA



Crianças do grupo Minhas Raízes
emociona platéia em Brasília

A platéia de delegados da educação de todo o país se emocionou nesta terça-feira (15) pela manhã, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, onde se realiza a Conferência Nacional de Educação Básica, com a apresentação do grupo musical Minhas Raízes, do pequeno distrito de Nazaré, no rio Madeira, próximo à capital de Rondônia, Porto Velho. 

O grupo viajou mais de três mil quilômetros até à capital federal. Para chegar a Porto Velho percorreram o rio de barco durante 12 horas. Depois, mais três horas de vôo para chegar a Brasília. São 18 crianças de Nazaré, entre meninos e meninas na faixa de 7 a 19 anos, que interpretam músicas com temas da realidade por eles vivenciada na Amazônia, além dos mitos e lendas da região como o Boto Tucuxi, Anauá e Curupira. Consolidaram seu trabalho convivendo na escola Henrique Dias, onde estudam.   

Desde 2004, os meninos viajam fazendo apresentações pelo Brasil. No show de hoje apresentaram as canções “Não deixe secar o coração”, “Cobra grande” e “Vai pescar, vai pescar”, composições de Silvia Helena e Timaia, respectivamente organizadora e regente do coral de meninas e fabricante dos instrumentos utilizados pelo grupo. As composições integram o elenco de 15 músicas do CD, gravado o ano passado. 

Sua presença na Conferência Nacional de Educação Básica foi uma articulação do mandato da senadora rondoniense Fátima Cleide (PT) com a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação. 

Presente à apresentação, a senadora declarou satisfação de poder contribuir com a vinda do Minhas Raízes a Brasília. “É compensador o esforço feito pelo mandato e pela prefeitura de Porto Velho para ajudar na divulgação do trabalho destas crianças e jovens de Nazaré. Eles são talentosos, não resta dúvida, tanto que as pessoas que aqui estão, de Minas Gerais, Paraíba, Amazonas e de tantas outras regiões estão encantadas, emocionadas”, declarou.  O prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho, também assistiu ao show dos meninos e meninas de Nazaré.

Em 2007, o cantor e escritor Gabriel, “O Pensador”, indicou o grupo para o Criança Esperança, que exibiu cenas do cotidiano das crianças. Pensador conheceu o grupo em Porto Velho, em abril do ano passado, quando participou da Feira do Livro. Ele ficou impressionado com o talento dos meninos. “O meu filho adorou a música deles, e eu também”, disse o artista aos apresentadores do Criança Esperança 2007, Luciano Huck e Angélica.

Todos os instrumentos do grupo são feitos de madeira da floresta amazônica. São percussões, flautas, reco-reco, gambá, cumbuca, carrilhão de bambu, checo-checo, entre outros que ainda não têm nome. 

Timaia diz que nenhuma árvore é arrancada. “Desde quando a floresta virou a Reserva Biológica Cuniã em 2004, trabalhamos de forma sustentável. Apenas coletamos aquilo que a floresta descarta, como galhos, sementes e cipós. Nada é arrancado”.

No início da apresentação, não poderia faltar, claro, uma especial reivindicação. Em nome do Grupo, Túlio Nunes pediu às autoridades presentes para que os jovens de Nazaré e de outras comunidades ribeirinhas do Madeira tenham a mesma oportunidade que outras regiões para acesso aos estudos de forma integral. Por falta do ensino médio em Nazaré, muitos abandonam a região para concluir a educação básica em outra localidade ou, por falta de condições, param de estudar. 

O grupo tem o sonho de construir um centro cultural aberto ao público para fomentar a cultura regional. Com isso, Timaia acredita que o distrito poderá se tornar uma referência turística na região. “Penso no futuro vender os bioinstrumentos e dar cursos de música para as crianças, jovens e turistas que vão a Nazaré”, disse Timaia.

Uma nova apresentação do Minhas Raízes será feita a partir das 14 h de hoje(15). A programação cultural é parte da extensa agenda que irá ocupar 2.800 profissionais da educação dos estados brasileiros em debates na Conferência Nacional da Educação Básica, até o dia 18, promovida pelo Ministério da Educação.  
 
Fonte: Henrique C. Teixeira e Mara Paraguassu

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