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FestCineamazônia Itinerante nas montanhas geladas Peru


FestCineamazônia Itinerante nas montanhas geladas Peru - Gente de Opinião

Se Cusco está a quase 4 mil metros acima do nível do mar, a comunidade de Amaru – povo contemporâneo dos Incas – vive a 4,3 mil. É um frio de lascar! Contam os historiadores locais que os dois povos andinos eram rivais, especialmente em disputas culturais, perpassando pela agricultura, confecção de artefatos e estratégia de guerra. Sinais nítidos dessa competitividade, seria a preocupação de cada etnia em se manter fiel a sua cultura e costumes, desde 5 mil anos aC. Polêmicas à parte, o Peru andino é uma região única recheada de exotismo e mistério.

Os andinos destinam há milênios a planície para a agricultura e a criação de um rebanho de subsistência formado principalmente por lhamas e alpacas, alimentação básica das diversas etnias locais, guarnecida por mais de 3 mil espécies de batatas, outras tantas de milho e condimentos.

Foi na quarta-feira (9), em Amaru, a penúltima atividade do FestCineamazônia Itinerante em terras peruanas. Mais de duzentos estudantes e a comunidade em geral deram forte ressonância à mostra de filmes e à peculiar performance do Palhaço Xuxu, personagem do ator Luiz Carlos Vasconcelos, que já atuou em dezenas de filmes e seriados de televisão, mas é ao Xuxu por quem ele diz ter especial carinho.

A grata surpresa lá no alto da montanha Amaru foi a resposta retumbante da comunidade, como eco ao que propõe o Festival, com relação ao comportamento do homem diante da natureza. Todo grupo está afinado com a causa: eles demonstram profunda preocupação com a integridade ambiental e do seu povo.

Por meio da poesia, canto, teatro e dança, os Amarus deixam claro porque preservam de geração em geral cultura e costumes milenares, respeitando a natureza, Em Quechua - língua também falada pelos Amarus – meninos e meninas demonstraram, através da arte, que querem um mundo melhor, mais justo e fraterno preservando rios, florestas e a cultura dos povos. “Temos que cuidar dos rios, preservar as matas e os animais; temos que parar de criar tanto lixo por conta do consumo pelo consumo”, eram frases ecoadas nas canções, na poesia e na arte cênica pelos alunos da Instituição Educativa Amauta de Quello Quello – Pisac.


Espetáculo à parte

A geografia diz que a Cordilheira dos Andes se estende desde a Venezuela até à Patagônia, atravessando o continente sul-americano, compondo a paisagem do Chile, Argentina, Peru, Bolívia, Equador e Colômbia.

Informa ainda que, nos territórios da Colômbia e da Venezuela, a cordilheira se ramifica e se prolonga até quase alcançar o Mar do Caribe. Em sua parte meridional serve de longa fronteira natural entre Chile e Argentina. A parte mais larga, o Altiplano, é partilhado pelo Peru, Bolívia e Chile. As fontes especializadas, nos revelam ainda que a cordilheira volta a estreitar-se no norte do Peru e se alarga novamente na Colômbia para estreitar-se e dividir-se ao entrar na Venezuela.

Este é o mapa oficial de uma das maravilhas naturais da Terra. Mas os peruanos consideram o seu quinhão privilegiado. Além do frio intenso, numa altitude próxima a 5 mil metros, contemplar os picos congelados dos Andes peruanos envolve a todos num mistério impar. E se os raios do sol refletem na cadeia de montanhas, o espetáculo provoca espanto a qualquer mortal.

A trupe intrépida desce as montanhas geladas no sábado (12) para a última atividade da Itinerância-2011 peruana na cidade de Ibéria, já na divisa com o Brasil. “Apesar do cansaço e de alguns componentes da equipe sentirem um ligeiro mal-estar por conta da altitude e do frio, podemos considerar que mais uma vez o FestCineamazônia cumpriu o papel de expandir fronteiras em nome da arte”, diz o coordenador Jurandir Costa.

O FestCineamazônia Itinerante tem o patrocínio do BNDES, Governo Federal, Ministério da Cultura, Ministerio das Relações Exteriores, Secretaria do Audiovisual,através da Lei Rouanet, Governo de Rondônia, SECEL - Secretaria da Cultura Esporte e Lazer. O apoio cultural é do Iphan, Fórum dos Festivais, Instituto Nacional de Cultura do Peru, INC e Prefeitura de Porto Maldonado.

Fonte: Solano Ferreira
 

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