Domingo, 5 de agosto de 2007 - 13h45
Não deixa de ser cômico quando o governo tenta tapar o sol com uma peneira. Outra coisa não foi o fato de, depois do presidente Lula da Silva afirmar que não tem medo de vaias e de ruas, o Cerimonial da Presidência da República aprontar uma solenidade, no Palácio do Planalto, para promover um ato de apoio ao próprio governo. E, com o cuidado, mesmo tendo na lista de convidados prefeitos e governadores aliados e da oposição, escolher, a dedo, dois petistas para criticar a “elite” e dizer que o povo “aplaude” o presidente. É uma tentativa de minimizar o impacto político de que “nunca antes neste país” um presidente foi tão vaiado.
Embora negue problemas com as vaias Lula afirmou que a oposição e a mídia não iriam emparedá-lo e prendê-lo no Planalto. Mas, o certo é que seus assessores e conselheiros mostram-se cautelosos em marcar novos eventos em cidades com mais de 150 mil habitantes. A solenidade no Palácio é a maior prova. Lula livrou-se da tarefa de visitar 12 capitais nas quais iria anunciar obras do PAC do Saneamento, mas, onde, certamente, o esperavam 12 novas vaias. Interessante foi o esforço, quase heróico, dos petistas escalados em afagar o ego do presidente. O prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho, e a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, recorreram a expressões típicas do presidente como “As elites não colocam em prática uma campanha para reverter a miséria”, disse Carepa, ou “Todos sabem que falamos em nome do nosso povo, e o nosso povo te aplaude”, disse Sobrinho, que, sem boa memória, esqueceu que Lula não pára em Porto Velho por, neste município, ter experimentado uma das primeiras grandes vaias de sua vida pública. O prefeito convidou o presidente a visitar Porto Velho afirmando que “O senhor jamais receberá uma vaia no nosso município, pois não somos traíras”, disse, quase aos gritos. Lula, é claro, não se deixou seduzir. Sabe bem que mais vaias virão e que, ali mesmo, seria vaiado, se não fossem as conveniências.
No seu discurso preferiu dizer que os maiores problemas sociais do Brasil estão nas periferias das grandes cidades, “o centro nervoso da sociedade”, em “que as pessoas disputam lugar com ratos e baratas”. E criticou a imprensa dizendo que "É importante que a nossa gloriosa imprensa registre que nós utilizamos, eu diria, um paradigma técnico, que eu não sei se em outro momento foi feito, pode ser que em algum estado tenha sido feito, em alguma cidade, mas o critério de distribuição dos recursos foi eminentemente técnico e comprometido com os principais problemas de cada cidade”. Se esqueceu, apenas, de mencionar quais foram os critérios técnicos que o fizeram dar enormes aumentos aos DAS e a nomear um político no lugar de um técnico em Furnas. Sintoma de que seu tecnicismo é muito, muito relativo.
Fonte: spersivo@hotmail.com
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