Terça-feira, 29 de maio de 2007 - 18h48
O senador Renan Calheiros, num discurso emocional, alegou que as críticas que sofria se deviam à invasão de sua vida privada. Homem público pode ter vida privada? Embora, modernamente, seja quase impossível, pode. No entanto a diferença entre o público e o privado na sua vida é muito tênue e sempre que o privado se imiscuir ao público dificilmente será possível mantê-lo assim. Até porque, de fato, pode-se proibir o jornalista de invadir a vida privada de um homem público, porém quando há um fato sobre seu comportamento, ou sua moral, que são de interesse geral ou que podem incompatibilizá-lo com a função que pretende exercer ou que está exercendo, ninguém há de considerar como intromissão e sim como informação.
Efetivamente nem mesmo a simples existência de um caso fora do casamento, e ainda mais com um filho, poderia ser tratado como uma questão privada. Basta pensar nos inúmeros casos anteriores que ganharam, invariavelmente, as folhas de jornais seja o caso da ex-ministra Zélia Cardoso, ao som de Besame Mucho, seja o filho de FHC, que nunca deixou de ser motivo de notas, seja até na filha de Lula da Silva ou na de personagens públicas não políticas como Roberto Carlos ou Pelé. Qualquer personalidade pública que meteu o pé na jaca, extrapolou os comportamentos comuns sempre acabou virando notícia. Pode-se até ter mais ou menos consideração, porém sempre, invariavelmente, acabou noticia.
No caso de Renan Calheiros a questão não é nem por aí. A questão prática é que o pagamento das pensões de sua ex foi feito por quem (pode até mesmo ser amigo) é, sabidamente, membro ativo de uma das maiores empreiteiras do país. Não apenas isto o presidente do Senado é citado em fitas como participante de um complô para pressionar uma ministra por obras, de manter um quarto de hotel também pago por empreiteira e, aparentemente, de gastar além de suas posses, fora a acusação de que manteria fazendas em nome de laranjas, ou seja, o caso vai muito, mas muito mais além mesmo do que uma questão de vida privada.
Quando, como agora, o senador do Amazonas, Jefferson Peres, pede que se afaste do cargo não o faz sem razão. Pode até ser possível que Renan Calheiros seja inocente, porém é inaceitável que, numa situação e diante das graves acusações que enfrenta, continue a exercer um dos mais altos cargos do país. Infelizmente, tenham ou não invadido sua vida privada, Renan é um homem público e, como tal, deve satisfações à sociedade e, por melhor que tenha sido sua defesa para seus pares, o desmentido da jornalista Mônica Veloso sobre os fatos relatados o atinge
Fonte: [email protected]
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