Segunda-feira, 16 de julho de 2018 - 14h01
Que nós vivemos uma época confusa ninguém, de sã consciência, duvida. A questão é que os velhos valores, as instituições que existem, em grande parte, deixaram de funcionar num mundo de imensas diversidades. Isto danificou, de forma irreversível, o conceito de “audiência” que, no passado, era igualado a consumidor. Aliás, tanto televisões abertas, quanto rádios, revistas e jornais eram feitos para a grande massa e dispensavam a necessidade de um conhecimento mais profundo de cada um dos leitores, espectadores, e, atualmente, dos internautas. Assim não havia a necessidade de atingir demandas segmentadas ou individuais. Se vivia em torno de um leitor médio, uma abstração. Sem outras alternativas o leitor consumia o que estava disponível, embora insatisfeito.
A internet produziu uma transformação impensável antes no modelo de negócio da mídia que, agora, precisa, necessariamente, de uma adaptação radical, para a qual, até agora, não se mostrou preparada, de vez que o poder do consumidor foi acrescido com informações alternativas que qualquer um fornece via mídias sociais. E, embora exista, o consumidor, em geral, não vê grandes diferenças entre o jornalismo e as informações, por exemplo, do Facebook ou do Whatsapp. Claro que não é tudo igual. Normalmente, a informação jornalística é confiável. É checada antes de ir à público. O jornalista, via de regra, tem muito mais consciência de que tem responsabilidades e obrigações com o que notícia. Já quem posta alguma coisa não pensa nos efeitos, nem tem a mínima noção dos efeitos ou da responsabilidade pelo que faz. Haja vista o imenso compartilhamento dos fakes e notícias mais toscas, sem pé nem cabeça que fazem. Agora mesmo na Copa reproduziram, somente mudando o nome de personagens, a mesma notícia de que o Brasil havia vendido a Copa por um acordo com a Fifa, sem tirar nem pôr o texto da copa que a França venceu no passado! Santo Deus!
A grande verdade é que o consumidor é quem decide o que consome, onde consome, quando consome, mas, por outro lado, muitos que são consumidores também escrevem, programam e editam na mídia social. Ora, é lógico que, como são muitos, eles atingem melhor individualmente a interesses diversos, mas, estão melhor preparados para fazer isto do que, por exemplo, sites, portais, jornais e revistas de notícias? É claro que não. Estes possuem um foco nas notícias, vivem de procurá-las e verificar seu grau de confiança. Por isto, de fato, é muito difícil veicularem notícias falsas. Até tem muitas que, por reprodução, podem ser distorcidas. No entanto, nem dá para comparar com o nível de notícias sem base, sem sentido, falaciosas, mentirosas mesmo, que transitam nas redes sociais, onde, é preciso dizer, rola um clima de torcedor de futebol, que somente veicula o que favorece o seu time. A importância que se dá, no momento, ao que se escreve, ou edita, nas redes sociais provém, em boa medida, do desconhecimento que as grandes empresas de mídia continuam a ter dos seus consumidores. Na medida em que se assenhorarem melhor do mercado, criarem uma forma de receber e pagar bem pelos conteúdos que o público deseja, com certeza, será muito menos influente o papel das mídias sociais. É a falta de informação que torna a rede social importante para muita gente que, por ironia, não confia nos meios de comunicação e valoriza fontes ainda muito menos confiáveis.
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