Segunda-feira, 3 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Silvio Persivo

Menos investimentos, menos indústria, produção, futuro pior


Todo mundo que entende o mínimo de economia sabe que para crescer são precisos mais investimentos, ou seja, aumento das fábricas e dos gastos em bens de capital. O Brasil não cresce porque os empresários brasileiros (com a situação econômica incerta, carga tributária alta e um governo estatizante) estão investindo lá fora onde os custos são menores e os riscos também.

Assim a pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) aponta que um terço (33,5%) das empresas não pretende investir em 2014, o maior resultado em três anos. No ano passado eram 19,9% nesta condição. Mesmo as que vão investir terão um desembolso 4,7% menor neste ano, que deve somar R$ 175,1 bilhões, o terceiro ano seguido de queda. Em 2013, os investimentos industriais foram de R$ 183,7 bilhões.

A pesquisa consultou 1.200 empresas, de todos os portes, entre fevereiro e abril, e retrata a expectativa dos empresários da indústria nacional. A confirmação de tais dados é dada também pelo resultado do Índice de Confiança de Investimentos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que caiu 6,7% em abril e teve o maior recuo desde janeiro de 2009, no auge da crise global. Sem investimentos as perspectivas de crescimento de 2014 e 2015 são baixas. E o desânimo se explica pela maior retração, de 7,2%, aparecer nos investimentos em máquinas e equipamentos, que somam R$ 110,7 bilhões.

Mas, há recuos nos investimentos em gestão (-1,4%) e na pesquisa e desenvolvimento (-1,9%). O único setor no qual há aumento de investimentos é o de inovação (2,2%).

O que acontece é que os empresários estão fazendo investimento defensivo, ou seja, não expandem a capacidade de produção. Apenas investem para fabricar com custo menor para manter sua participação de mercado.

E o Brasil voltou ao passado: sem indústrias de qualidade, sem investimentos é mero exportador de “commodities”, ou seja, voltamos como nos anos 50 a ser agrário-exportador. Invés do café, agora, somos o país da soja.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 3 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Baixa taxa de desemprego: pleno emprego ou ilusão

Baixa taxa de desemprego: pleno emprego ou ilusão

A taxa de desemprego no Brasil manteve-se em 5,6% no trimestre encerrado em agosto de 2025, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicí

Eu, um desconhecido em Porto Velho

Eu, um desconhecido em Porto Velho

Existe uma sensação peculiar que se instala com o passar dos anos e a vertiginosa mudança do mundo ao nosso redor: a de se tornar um estranho na ter

O Rei que nunca perdeu a coroa

O Rei que nunca perdeu a coroa

É impossível, e centenas de tentativas já provaram isso, desmerecer o notável e duradouro sucesso de Roberto Carlos. Ele reina absoluto na música br

Livro aprofunda os papéis-chave para o crescimento na carreira gerencial

Livro aprofunda os papéis-chave para o crescimento na carreira gerencial

A transição para a carreira gerencial é um desafio complexo que exige uma mudança significativa de mentalidade. Para auxiliar aqueles que percorrem

Gente de Opinião Segunda-feira, 3 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)