Inclusão

Vislumbrei na televisão a propaganda do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Inclusão social da pessoa com deficiência – IBDD que trata sobre a propagação do preconceito contra deficientes, frisando que o ser humano nasce puro e a sociedade o corrompe através da frase: você já nasce com o pensamento da inclusão, não perca isso a longo da vida. A propaganda mostra um menino brincando com um par de bonecos sendo que um destes está sem uma perna. Outras propagandas que tem como protagonista a adolescente portadora de Síndrome de Down e ilustrando que ela pode ter uma vida normal também chamam atenção. Situação semelhante emocionou aqueles que acompanharam o mundial de atletismo realizado na Coreia do Sul, onde o Sul-africano, Oscar Pistorius, atleta amputado, participou de provas da elite do atletismo mundial.

Você deve estar se perguntando aonde quero chegar com essa exposição de motivos. Pois bem, é emocionante o feito de Pistorius, mas como diz a propaganda nascemos com a ideia de inclusão, então, feitos como o do atleta da África do Sul não deveriam ser comuns?

Todos nascemos com algum grau de deficiência, seja ela física, mental, ou até de aptidões, conheço deficientes visuais que operam sistemas com adequação para deficientes visuais com eximia perícia, sendo bem mais produtivos e técnicos no desenvolvimento dessa atividade do que pessoais com a visão perfeita, mas com deficiência de aptidão no uso de sistemas informatizados. O feito de Oscar Pistorius levanta discussões em torno do conflito que a inclusão pode gerar quando aos benefícios da adaptação da deficiência pode trazer, porém alguns atletas trazem benefícios genéticos, estereótipos, metabolismo, e outros diversos fatores que podem beneficiar cada atleta.

As cotas também são outro ponto de discordância na jornada pela inclusão, a quem diga que é mais uma forma de preconceito do que de inclusão, e de fato coloca os portadores de necessidades especiais para concorrer de maneira diferenciada dos demais, reforçando o preconceito quando a capacidade de desenvolver as mesmas atividades das pessoas não portadoras de necessidades especiais. Cotas por denominação “racial” então nem deveria ser cogitado. E coloco o racial entre aspas por acreditar que não existem sub-raças dentro da raça humana. Somos humanos cada um com suas deficiências, sejam de que natureza for, cada um com sua cor de pele, sendo que esta não é um diferencial para nada, existem sim, pessoas com necessidades especial cerebrais que não conseguem desenvolver atividades comuns, mas se um dia a ciência achar uma solução, não deveram ser excluídas por isso.
 

Fonte: Renato Gomez - [email protected] / Twitter: @Renato_Gomez
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