Segunda-feira, 4 de julho de 2011 - 06h42
Recentemente vi veiculada nas mídias sociais uma proposta do Senador Cristovão Buarque, na qual propunha que todo político fosse obrigado a ter os filhos matriculados na escola pública, e achei simplesmente brilhante. Um povo com educação de qualidade é um povo com a criticidade elevada, e conseqüentemente, um povo que contesta e muda se precisar. Talvez por isso os políticos, salvo raras exceções, não achem muito interessante desenvolver uma educação pública de qualidade.
Com a obrigatoriedade de ter os filhos na rede pública de ensino, os representantes políticos terão que acelerar o desenvolvimento educacional do país se quiserem que os filhos tenham um ensino de qualidade. É óbvio que muitos vão questionar quanto à legalidade de tornar isso obrigatório, mas no mínimo já é imoral e contraditório que nossos representantes não acreditem na capacidade do sistema educacional pela qual são responsáveis.
A educação precisa ser melhorada. Seja de baixo pra cima, priorizando o nível fundamental e médio para depois chegar ao nível superior, fazendo com que os universitários do futuro já estejam mais capacitados formando profissionais mais capacitados. Seja de cima para baixo, formando profissionais mais capacitados, que de imediato ajudarão a formar os níveis fundamental e médio para o futuro. A forma de mudança precisa ser discutida, porém é o que menos importa, o importante é que haja uma mudança, pois um país que vislumbra o desenvolvimento e a emergência à potência mundial precisa de educação de qualidade, precisa erradicar o analfabetismo, inclusive o funcional.
Algumas mudanças vêm acontecendo, porém não levam em conta prioridades. Por exemplo, é inegável que aumentou a oferta de vagas nas universidades federais, porém a necessidade é de melhora da infra-estrutura e da qualidade do ensino, não adianta entupir as universidades de alunos e o ensino continuar deficiente. Precisamos valorizar os profissionais da educação, capacitá-los, se nem o governo os respeita como podemos esperar que os alunos respeitem? Precisamos acabar com as badernas que as salas de aula se tornaram. Do bullying aos atiradores loucos, da falta de material didático a qualidade do mesmo. Do contrário, veremos situações piores.
Agora, alguém poderia propor um projeto que obrigasse os políticos a voltar para sala de aula, pois muitos precisam aprender ou relembrar de alguns conceitos básicos sobe ética, cidadania, e até mesmo serem alfabetizados novamente. Talvez esse projeto fosse uma boa para aquele que muitos julgavam ser analfabeto, e cogitaram até que não assumisse o mandato pela “palhaçada” que fora sua eleição, mas que agora dá aula sobre nepotismo para os demais. Pior que tá, fica.