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Renato Gomez

Crônicas do Velho Porto: A festa da carne


Todo povo tem sua religiosidade. O de nossa estória não é diferente. Cultuavam uma religião que estava intrinsecamente ligada às demais instituições sociais, pregando o certo e errado dentro da sociedade, influenciando a cultura e o comportamento de modo que era determinante também na política e nas demais ciências sociais, como o Direito por exemplo. Parece uma maravilha à primeira vista, de fato não é de todo ruim, mas tem pontos negativos, a criação de uma das principais doenças sociais, por exemplo. Qual essa doença? A hipocrisia.

Cada indivíduo realizava todos os seus desejos quando não havia ninguém olhando, ou quando as testemunhas estavam coniventes e participantes destes desejos. Porém, diante da sociedade todos fingiam ser politica e religiosamente corretos e julgavam aqueles que deixavam escapar suas mazelas.

Ocorre que chegou um tempo em que o povo estava muito oprimido. Era um tempo de recessão financeira. Os líderes sociais, em sua maioria clérigos, decidiram criar uma festa para alegrar o povo. Foi quando um deles teve a brilhante ideia de acabar com as convenções sociais nesse período de festas. As pessoas teriam um período para festejar, deixando cair suas máscaras sociais e colocando as máscaras de fantasia. Estariam liberadas para realizar todos os seus desejos sem vergonha e medo de julgamentos e esqueceriam toda a dificuldade que passavam. Pão e Circo.

Estava instituída a festa da carne. Após esse período o povo teria de se resignar ao jejum de carne vermelha e pedir perdão de seus pecados. Portanto, já que o período posterior era de pecado, a festa da carne era pra pecar. O povo só não percebia que durante a festa da carne era o único tempo na qual se via curado da hipocrisia.

Foi quando um homem muito observador percebeu este fato. E começou a pregar a filosofia da tolerância, da liberdade e de todo o resto que a festa da carne trazia de bom para o povo. Conseguiu angariar seguidores. Eles não queriam aumentar os dias de festa. Queriam apenas que a filosofia da festa se estendesse por todos os dias.

Obviamente que tal motim não agradou em nada a nata religiosa. O clero decidiu acabar com a algazarra antes que ela tomasse maiores proporções. Muito se discutiu sobre qual seria a melhor maneira, uma vez que a escolha errada poderia criar mártires e originar novos seguidores no povo.

Foram todos definidos como loucos e estavam criados os manicômios. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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