Segunda-feira, 6 de junho de 2011 - 07h13
Renato Gomez
Consciência: capacidade de julgar o que é correto e o que não é, de acordo com valores morais e de conhecimento. Ética: conjunto de princípios, normas e regras que devem ser seguidos para que se estabeleça um comportamento moral exemplar. Moral: conjunto de regras de conduta, inerente ao espírito humano, aplicáveis de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, ou a grupo ou pessoa determinada, proveniente dos estudos filosóficos sobre a moral / conjunto de regras e princípios de decência que orientam a conduta dos indivíduos de um grupo social ou sociedade.
Não, você não está no dicionário leitor de minhas entrelinhas. São sim definições do dicionário Aulete Digital, mas não é só uma questão de significado. A questão é se temos bem definidas as funções destas três palavras em nossas vidas? Ouvimos falar de falta de ética dos políticos, de atitudes imorais de fulano ou cicrano, mas para nós, onde está este limite entre o certo e o errado?
As definições de certo e errado passam pelas gerações através do senso comum, e estão intrinsecamente enraizadas na sociedade, com base nas regras de conduta para convivência em grupo, formando a ética e a moral. A primeira é uma reflexão da segunda, de forma que a moral estabelece regras absolutas para qualquer tempo ou lugar, enquanto a ética estabelece as regras entre o indivíduo e seu grupo social. Por exemplo, você acha dinheiro, sabe a quem pertence, e mesmo assim não devolve, é antiético. Já um assalto a mão armada é imoral. Se as regras estão tão bem definidas e todos sabem o que é certo e errado, por que as pessoas cometem atos imorais e antiéticos?
Agindo de acordo com interesses pessoais, as pessoas infringem essas regras sociais, e tem atitudes antiéticas e imorais, e podemos dizer ilegais algumas vezes, já que a legislação é fundamentada nos princípios éticos e morais. Para algumas pessoas, ficar com o dinheiro encontrado, mesmo sabendo a quem pertence, é uma atitude normal. São compradas pelo interesse próprio, vendem seus princípios a si mesmos. Ou seja, a consciência do certo e errado existe, porém não é utilizada. E não venha me falar em peso na consciência. Isso não existe. Existe o medo de que os atos omitidos venham à tona e a responsabilidade por eles seja cobrada.
Durante o dia dos milhares de pensamentos que desenvolvemos, vários são em algum ponto, imorais e/ou antiéticos, a consciência tem o papel de ponderação entre colocá-los ou não em prática, e ao praticar esses atos você também está colaborando com um mundo mais corrupto, está deturpando os valores entranhados em ti. Oh, caro leitor de minhas entrelinhas, me responda sem esquecer de nenhum ato que possa condenar-te. Você é ético? Segue a moral? Utiliza sempre a sua consciência? Afinal, o que você tem a ver com a corrupção?