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Gente de Opinião

Paulo Saldanha

TRIBUTO A IRMÃ MARIA EMILIA


                                    
                                                                                      
Por Paulo Cordeiro Saldanha(*)

   
Maura nasceu! Os céus sempre habitados por anjos, arcanjos e querubins, naquele dia tão eufóricos, tocaram suas flautas. Deus abençoava aquela criança que, também anjo, se corporificava numa criatura, que descia à terra, para depois irradiar e multiplicar todo o bem que trazia como transferência divina.
   
Maura, estudou e cresceu! Tornou-se professora e, a exemplo de sua Mãe, a dona Pretinha, firmou-se como grande educadora. Entregou-se de forma intensa ao magistério, na mesma dimensão em que abraçava a vida monástica, como devotada freira Calvariana.
   
Emília, a primeira freira das terras do eixo Mamoré/Madeira, nascia em cima da essência pura e idealista da Maura que ela nunca deixou de ser.
   
Quem, como eu, que estudou no início da década de 1950 e, alguns até antes, na de 1940, no Instituto Santa Terezinha e no Colégio Nossa Senhora do Calvário, não foi aluno da Irmã Emília?
   
Enérgica?
                               
Sim, ela sabia se impor, apesar de tão jovem ainda.

Justa?

Sim, ela cultivava também esse princípio, com sacrossanta fidelidade, bênção que herdara de berço, inclusive por transferência genética, haja vista o quão linda e bem formada era e é a sua família, os Bringel Guerra.

Suave?

Sim, a ternura é um dos traços de sua personalidade tão bem esculpida. Tanto que depois de anos decorridos, o seu rosto e as suas ações acham-se gravados no cérebro e no coração de seus alunos, que só gratidão a ela devotam, quando a nostalgia daqueles tempos se transforma nas saudades de hoje.
   
A Irmã Emília não descansava! Fora do período escolar ensinava o pensamento católico, ao lado do Padre Bernardo Coulange, um francês obstinado e criativo e de sua querida prima, a frágil e doce Irmã Maria Agostinho, outra abnegada serva de Deus, na tentativa de aperfeiçoar a postura dos jovens Cruzados, incutindo-lhes padrões corretos de procedimentos,
   
A Irmã Maria Emilia sempre foi dona de um dinamismo invejável. Incansável e voluntariosa, deixou a sua marca de mulher sensível e forte, tendo sido transformada por seus alunos, como um dos maiores símbolos para seu crescimento próprio, para sua afirmação como cidadão brasileiro, como a grande referência para as conquistas materiais e espirituais que cada um a sua maneira conseguiu viver e consagrar.
   
Lá pelas tantas, a Irmã Emília foi à procura de outros desafios, de outras missões: viajou para o hoje município de Costa Marques e ali fincou a sua bandeira de lutas, (já era 3 de março de 1978), com seu olhar num trabalho missionário, em que distribuir conforto espiritual, passou a ser a sua messe, visando concorrer para a evolução de outros filhos de Deus, assim como fez, de forma altruística, com milhares de seus ex-alunos, alguns dos quais viventes nesta Amazônia, no Sul, no Sudeste, no Centro-Oeste ou Nordeste deste país continente, e até no exterior, que se transformaram em melhores homens e em melhores mulheres, enfim, em  melhores cidadãos.
   
Irmã e querida Mestra, aprendi também com a senhora que a gratidão é virtude cristã. Por isto, recolha no sacrário que é o seu magnânimo coração, o meu, mais que meu, o nosso penhor pela quantidade distribuída de “Manah” do conhecimento, que alavancou a nossa existência, posto que os seus ensinamentos a nós revelados foram tantos, por conta de sua fecunda ação provedora, de tantas lições (inclusive de vida) que a “Professorinha” nos legou, seja como Maura, seja como a fascinante educadora, por isso, inesquecível Irmã Maria Emília.
   
Que Deus continue abençoando-a, porque Guajará-Mirim, através de seus alunos, lhe deve tanto...

Só falta reconhecer!
   
(*)-Paulo Cordeiro Saldanha é ex-aluno do Colégio Nossa Senhora do Calvário, em Guajará-Mirim, Rondônia, Advogado e hoteleiro.   

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