Domingo, 2 de setembro de 2007 - 12h25
1 VALE, O PLEBISCITO
Começou neste sábado (1º) e vai até a próxima sexta-feira (07), em todo o país, a votação do chamado Plebiscito Popular, uma iniciativa de um punhado de organizações políticas e movimentos sociais cujo propósito é o de revelar o que pensa a população brasileira, basicamente, sobre a proposta de desprivatização ou reestatização da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Em que importe este ser o tema central da mobilização, o plebiscito se ocupará ainda da prioridade dada pelo governo ao pagamento dos juros da dívida pública, do controle privado da geração e distribuição da energia elétrica e da proposta de reforma da Previdência que o governo pretende retomar.
De acordo com os coordenadores, mais de 60 entidades de todos os Estados do Brasil estão envolvidas com o plebiscito, enumerando-se entre as de maior amplitude as Pastorais Sociais da Igreja, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Grito dos Excluídos, o Partido Socialismo e Liberdade (P-Sol), a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e muitas outras.
Aprovadas pelo Comitê de Anulação da Privatização da Vale do Rio Doce, as perguntas a que cada brasileiro consultado deverá responder sim ou não são: Você concorda que a Companhia Vale do Rio Doce, patrimônio construído pelo povo brasileiro e privatizado em 1997, deva continuar nas mãos do capital privado? Você concorda que o governo continue priorizando o pagamento dos juros da dívida pública deixando de investir em trabalho, saúde, educação, moradia, saneamento, reforma agrária, água, energia, transporte, ambiente saudável? Você concorda que a energia elétrica continue sendo explorada pelo capital privado, com o povo pagando até oito vezes mais que as grandes empresas? Você concorda com a proposta de reforma da Previdência que retira direitos dos trabalhadores da aposentadoria?
2 ROUBO IMENSURÁVEL
Conforme os organizadores do Plebiscito, a mobilização pretende mostrar que a privatização da Vale foi um dos maiores roubos da nossa história e que a luta pela sua reestatização é um dos passos fundamentais para alcançarmos nossa soberania. Sobre a companhia propriamente dita, informa-se que a Vale é composta por 64 empresas e 52 mil funcionários e atua em cerca de 20 países. Possui nove mil quilômetros de malha ferroviária e oito portos, além de ser responsável por cerca de 40% da movimentação do comércio exterior brasileiro. Produz cerca de 90% do minério de ferro do Brasil e 16% do total mundial. Com a compra da Inco, grande empresa mineradora canadense, a CVRD se tornou a segunda maior mineradora do mundo, atrás apenas da BHP Billiton, empresa anglo-australiana.
O peso da CVRD no país é enorme. Seu lucro, só durante o governo Lula, foi de R$ 45,7 bilhões (já inclusos os R$ 10,9 bi desse primeiro semestre). Com base nesses dados, pode-se projetar que até o final do governo Lula a Vale poderá ultrapassar os R$ 80 bilhões de lucro. Dinheiro que seria suficiente para realizar a reforma agrária no país, assentando 4,5 milhões de famílias sem-terras. Segundo cálculos da Auditoria Cidadã, o custo deste projeto tão importante para o país ficaria em R$ 78,5 bilhões (R$ 17, 5 mil por família).
De acordo com Luiz Bassegio e Luciane Udovic, ambos da Secretaria Continental do Grito dos Excluídos, neste ano, com o lema Queremos participação no destino da nação, o grito entra com força total no plebiscito pedindo a nulidade do leilão de privatização da CVRD porque entende que este processo foi fraudulento e feriu os interesses da população e a soberania nacional. Não valeu o governo de FHC vender a preço de banana (3,3 bilhões de reais), uma companhia com jazidas suficientes para 400 anos. Vale lembrar que na época a Vale estava avaliada em 96 bilhões de reais. Não valeu ser transferido para mãos privadas, um bem que era patrimônio de todo povo brasileiro.
3 TODOS ÀS URNAS
Mas tem ainda muita coisa que não vale em nosso país. Por isso, o plebiscito deverá tratar também de outros temas que nos remetem a pensar que Brasil que queremos construir. Não vale, por exemplo, o governo Lula querer fazer uma reforma da previdência que retira direitos já conquistados pelos trabalhadores deste a Constituição de 88. Mas é isso que tramita nas altas esferas. Querem tirar nossos direitos ao invés de ampliá-los. E vale lembrar que a previdência não é deficitária. Ao contrário, sobram recursos, sugados pela DRU para o "superávit primário", que irão pagar juros da dívida pública (entre 15 e 30 bilhões por ano!).
Bem, não vamos listar aqui tudo o que não vale. O povo, no seu dia a dia, sabe muito bem das suas dificuldades, seja para ter acesso à saúde, à educação, à moradia e emprego digno etc. Então, o importante mesmo neste 13º Grito dos Excluídos é fazer ecoar por todo este Brasil o nosso Grito para o que Vale. Vale a nossa formação, mobilização e organização para dar um basta a este modelo econômico atrasado que provoca cada vez mais o aprofundamento da separação entre ricos e pobres.
Vale dizer ao presidente Lula que o povo quer a CVRD de volta. Vale lutar pela ampliação dos nossos direitos, vale lutar para que a energia elétrica, tão cara para o bolso dos brasileiros, deixe de ser explorada pelo capital privado e tenha um preço justo para o povo. Vale cada cidadão brasileiro sair às ruas e expressar sua opinião acerca das decisões que afetam sua vida e lutar por uma democracia efetivamente participativa. Então, na semana da pátria e no dia do grito, vamos das um cartão vermelho para tudo aquilo que não vale, e um cartão verde para aquilo que vale, na construção de um projeto popular para o Brasil.
Por isso, na semana da pátria, procure uma urna de votação em seu bairro, sua igreja, sindicato, escola etc. Diga não a tanta desgovernança e corrupção. Diga sim ao seu direito de decidir por uma vida com dignidade e segurança. É isso!
Fonte: pqqueiroz@uol.com.br
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