Sexta-feira, 10 de agosto de 2007 - 12h09
1 CANSAÇO POLÊMICO
Em que pese ter perdido força até mesmo em São Paulo, onde nasceu e foi encampado pela seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Estado (OAB-SP), o tal movimento "Cansei" está longe de ter embicado. Objeto da edição anterior destes "Três Tempos", não foram poucas as manifestações reclamando que a coluna limitou-se a reproduzir apenas sentimentos desfavoráveis. Conquanto a opinião particular do repórter é a de que o "Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros" esse é o nome, digamos, por extenso da iniciativa é uma proposta para lá de elitista, mais precisamente, da elite branca paulista (na formulação do insuspeito ex-governador Cláudio Lembo, uma das vozes mais autorizadas do conservadorismo político do país), informe-se que há gente séria apoiando o projeto.
"O comportamento do presidente é repetidamente o mesmo, desde antes de eleito até agora: fazer-se de vítima. Atrás de qualquer contratempo ou dificuldade, e muito mais se for vaia à sua excelsa figura, o Lula vê e acusa a existência de um inimigo do povo, uma ação conspiratória ou a traição de um amigo que agiu sem seu conhecimento. É desta mistificação que se está cansado. Se está cansado do uso e abuso do expediente de fazer teatrinho, posando de coitado na luta contra os poderosos, para, em jogo de cena, lançar contra quem seja adversário a pecha de direitista.
2 NOVA NOBREZA
Se está cansado da distorção contínua da verdade, da manipulação dos fatos. Este cansaço atinge a pobres e ricos, comerciários e comerciantes, banqueiros e bancários, advogados, serventuários da justiça, magistrados, gente simples e gente de posses, ou seja, a todos que chegaram ao topo da paciência com a desfaçatez presidencial de jogar a culpa nos outros, de não assumir responsabilidades, de diabolizar os adversários para se identificar com o bem.
A tática é sempre a mesma: criar um estigma que recaia sobre o opositor, mesmo contra a evidência dos fatos, para denegri-lo com uma mentira simples, apreensível facilmente, que o desqualifique. É uma das espertezas da propaganda política desde Goebbels: colar à figura do adversário uma marca que o faça ser visto como inimigo do povo e do bem.
O Lula quer agora andar junto aos áulicos, membros de uma Nova Nobreza, que o aplaudem. Criou-se, neste governo, uma Nova Classe, uma Nova Aristocracia, formada pelos ocupantes dos milhares de cargos em comissão e pelas centenas de companheiros conduzidos a posições elevadas nas empresas públicas e de economia mista.
Esta Nova Nobreza atua como coadjuvante do jogo de cena da vitimização nas cerimônias oficiais, como a recente em Cuiabá. Nesta reunião, conforme a reiterada tática da mistificação e da visão conspiratória, Lula disse: "Mas se alguns quiserem brincar com a democracia, sabem que ninguém neste país consegue colocar mais gente na rua do que eu". E disse ainda mais: "essa gente que não pensa assim levou Getúlio Vargas ao suicídio. Essa gente que não pensa assim ficou contente com os 23 anos de regime militar e está incomodada com a democracia. Porque a democracia pressupõe o pobre ter direitos."
O direito de se opor a um presidente farsante é um direito de todos, pobres e ricos. O direito de ter um presidente que não pretenda, dos palanques oficiais, dividir, nas ruas, o país em dois, é um direito de todos, ricos e pobres; o direito de se manifestar contra o governo sem ser tachado de direitista, golpista, militarista é um direito de todos, ricos, remediados e pobres. Há um direito de todos de contestar um governo que patrocinou a organização criminosa do mensalão.
3 BALDA PRESIDENCIAL
O discurso de Cuiabá é o retrato mais perfeito do autoritarismo da Nova Nobreza, que instiga dos palcos oficiais a mobilização popular contra os que "brincam com a democracia", porque se manifestam contra o reizinho do Planalto. O autoritarismo da Nova Nobreza aflora na tentativa de identificar mentirosamente os opositores à sua majestade com os provocadores do suicídio de Getúlio, aos beneficiários e defensores do regime militar. Não pode haver farsa maior do que a má fé desavergonhada de querer juntar fatos absolutamente diversos, na busca de criar a imagem falsa de que os opositores do governo hoje são os herdeiros da ditadura ou dos algozes de Getúlio Vargas em 1.954.
É disto que se cansou: da falta de pudor do Lula, do abuso de pensar que pode, do alto de seu cargo, dizer o que for para se apresentar como vítima de uma conspiração autoritária, em menosprezo ao sentimento democrático e à história de seus opositores, muitos exilados e presos na ditadura, muitos combatentes antes dele contra o regime militar.
O Lula, como deputado constituinte, negou-se a assinar a Constituição que prometeu cumprir ao tomar posse como presidente da República. Nela está inscrito no art. 5°, IV, e 220 § 2° que é livre a manifestação de pensamento, sendo vedada qualquer censura de natureza política. É uma forma de censura à livre manifestação futura de seus opositores a promessa presidencial de arregimentar a população na praça pública para lutar contra os seus críticos, que tacha de ser a "direita", em mais um episódio da luta dos ricos contra os pobres.
A Nova Nobreza está a gostar do poder. Para mantê-lo, perenemente, tentará jogar uns contra os outros, em uma luta manipulada pelo embuste. Mas, isso não ocorrerá, pois já se sabe qual a balda presidencial. Chega de farsa!" É isso!
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