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Gente de Opinião

Orlando Cavalcante Pereira da Silva Junior

Um circo chamado Brasil


 

Sempre digo, e repito, o circo é mágico.

Desde pequeno que sempre fui fascinado em circo.

Outro dia, soube que Dona Lourdinha, nunca tinha ido ao circo e comentando em uma roda de amigos, descobri que o Andrinho também jamais tinha pisado na grama sob uma lona.

Para satisfazer a curiosidade de ambos, eu e Dona Iva, esposa do Andrinho, levamos as “feras” para assistir um espetáculo circense.

O circo era pequeno, sem grande estrutura, com apenas um trapézio, poucos palhaços – embora muito bons – e mais algumas parcas atrações.

Quando relembro do circo, sempre é com carinho, ternura, admiração e respeito pelas pessoas que trabalham no espetáculo.

Eu era fã, quando criança, de ir ver a montagem da estrutura circense e me peguei, muitas vezes, sonhando em fugir com aquela trupe, sem destino, ou melhor, deixando que o destino me levasse cada dia para um local diferente.

Hoje as pessoas, com a atual conjuntura que vive nosso Brasil, ficam a comparar a “Pátria de Cabral” com um circo.

Não acho justo.

Não é justo comparar uma situação de desorganização com o circo visto que nele, há organização, há comando, há respeito e também, com o pouco que possuem, há satisfação.

No circo, existe respeito entre os pares e ninguém quer levar vantagem sobre o outro, pois ali existe uma família “de sangue” e “de amizade”.

Quando os circos podiam ter animais, não víamos faltar comida para eles.

Nunca vi gritos de desrespeito entre os trabalhadores do circo, quando de sua montagem.

É um trabalho de equipe em que a força para erguer a lona é dividida entre todos, não tendo um que trabalhar mais do que o outro.

Existe a organização do espetáculo e cada um sabe o que fazer, não havendo interrupção do trabalho de um, para beneficiar outro.

No circo existe confiança.

A trapezista ao soltar seus pés de um lugar qualquer sabe e tem confiança de que o colega a pegará pelos braços, não deixando que a mesma venha a cair.

O palhaço, pintando seu rosto é apenas para dar alegria para os espectadores e não para se esconder com o objetivo de destruir o próprio público ou de terceiros.

No circo, apenas uma pessoa manda e comanda sem a necessidade de ter que barganhar sua autoridade com terceiros descompromissados com o espetáculo.

Quando o circo chega a qualquer cidade, vai buscar autorização para se instalar, sem que assim haja desrespeito com as autoridades constituídas.

Muitas vezes, vejo e ouço alguém dizer que somos tratados como palhaços por nossos governantes.

No circo o termo palhaço é usado para denominar alguém rico em sonhos, em alegria, com objetivo de transmitir confiança para as crianças e levar os mais velhos de volta para suas infâncias.

Pena que no circo chamado de Brasil, estão nos tratando de forma errada.

Estão nos fazendo de palhaços e deturpando assim um termo tão bonito que é a palavra palhaço.

Que, um dia, possamos comparar o Brasil com um circo na melhor acepção da palavra: um lugar onde haja comando, respeito, dignidade, ternura, carinho e confiança.

Então eu terei o enorme prazer de ser chamado de palhaço.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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