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Gente de Opinião

Orlando Cavalcante Pereira da Silva Junior

Tabaréu


 
Já de muito tempo tenho contato com pessoas moradoras de sítios, ranchos e fazendas. Bato papo e não noto aquela fala de idiota que sempre é utilizada quando de propaganda para vacinar o rebanho ou quando é para vender produtos agrícolas.

Parece que quem mora fora do perímetro urbano é idiota.

Conheci um cidadão – O Almeida –, quando ai passar os finais de semana no sítio do “Seu” Pedro, onde hoje está instalado o Aeroporto Belmont, que, embora sendo roceiro, sua fala era bastante explicada e de forma eloquente, nos contava muitos causos.

O Almeida era daqueles caras que quando contava suas “estórias” as ilustrava com mungangos e trejeitos, típicos de pessoa oriunda da roça.

Agora, quando o cidadão vinha fazer compras na cidade, eu o via em um terno de linho que mais parecia o Valmar Meira. Era todo engomado, digno de um fazendeiro – que não o era.

Até hoje, vejo o Almeida como um elegante senhor, que na multidão, jamais parecerá com a figura ridícula que pessoas fazem juízo errado de quem mora no mato.

Vejo a elegância do sogro de meu amigo Zequinha. O presidente do Sindicato dos Aposentados de Rondônia, que foi candidato nas últimas eleições.

É de um porte e elegância impar e pelo que sei, o mesmo é situante, homem criado na roça e nada deixa a desejar em seus trajes, sempre trajando roupa que valoriza seu porte como um senhor de meia idade.

Embora seja da roça, não o vejo com roupas rasgadas, como querem passar quando das festas juninas.

Está chegando à época de São João. Vejo em algumas quadrilhas, e até mesmo em ambiente que jamais poderia esteriotipar o sitiante, como a escola, quando da dança de quadrilhas, remendar a criança, principalmente o menino, com pedaços de pano, travestindo-os assim como mendigos, ou seja, com a roupa toda remendada, para demonstrar a pessoa que veio da roça.

Está na hora de mudar o conceito que temos das pessoas que não são urbanas. Jamais poderemos vê-los como idiotas, com a fala arrasada, tropeçando nas letras e com roupas velhas.

O sitiante, o roceiro, o morador da zona rural, quando vem à cidade, procura sua melhor vestimenta para ir a bancos, órgãos públicos, hospital ou a outro lugar qualquer.

Assim como tem gente do campo, também tem gente que da cidade que fala errado, que fala arrastado ou até mesmo não entendível e mais, também vestem roupas rasgadas.

Gostei de ver o sogro do Zequinha, com seu visual legal na televisão quando das campanhas eleitorais que participou.

Até agora, me pergunto e tento descobrir, para poder usar em meu bigode – que por sinal, já foi apelidado de código de barras – em razão da mistura de preto e branco, a tinta que tão nobre cidadão usa, com bastante charme.

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Fonte: Orlando Júnior / Auditor Fiscal, Escritor e Professor Universitário - [email protected]

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