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Gente de Opinião

Orlando Cavalcante Pereira da Silva Junior

Status da morte


 
Nos últimos dias, estamos vivenciando um show particular oferecido pela mídia nacional quanto ao caso da morte do filho da apresentadora e atriz Ciça Guimarães.

Não estou aqui querendo de forma alguma criticar a enxurrada de informações sobre o caso.

Jamais!

Acredito que deve mesmo ser divulgado o máximo possível para que haja responsabilidade no trânsito e que o poder público tenha os olhos voltados para a segurança do cidadão que muito paga e pouco recebe.

Meu ponto de vista é que até a morte tem seu status, senão vejamos:

Na mesma época, com um ou dois dias de diferença, um jovem de quatorze anos, trabalhando com seu pai, ao passar em um cruzamento em Fortaleza, capital do Estado do Ceará, foi alvejado na cabeça por um projétil disparado da arma de um policial militar.

Foi triste ver a cena do pai debruçado sobre o corpo, já sem vida do seu filho.

Vi com tristeza o caso e comentei com amigos que aquilo viraria bandeira da mídia, em prol de uma polícia preparada e justa.

Ledo engano.

Fui traído pelo status da morte.

Vejo com muita tristeza que as emissoras de televisão, jornais e outros meios de comunicação estão usando como bandeira apenas o caso do jovem filho da atriz.

Ninguém fala ou comenta do caso do jovem pobre, que tinha o “grande” sonho de seguir os passos do pai e tornar-se técnico em refrigeração.

Verifico também que a morte do filho da atriz teria o mesmo tratamento dado ao jovem cearense, se ele – o morto – não fosse um rapaz de classe alta, com pai e mãe famosos.

Quantos e quantos jovens não são abatidos no dia a dia do nosso Brasil e não há um tratamento diferenciado por parte da mídia?

Quero aqui apresentar meus pêsames a atriz Ciça Guimarães, ao irmão e ao pai do jovem falecido.

Porém, quero aqui apresentar minhas sinceras condolências a família do jovem morto no Ceará e a todos os jovens que todos os dias, perdem a vida em todos os cantos de nossa terra e não são sequer citados em uma mísera nota.

Eles são apenas, parte de uma estatística macabra.

 

 Fonte: Orlando Júnior  -  [email protected]
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