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Gente de Opinião

Orlando Cavalcante Pereira da Silva Junior

Crise


Todos os dias, conversando com amigos que possuem comércio, verifico que a choradeira é geral.

Também verifico, por ser consumidor que o mercado está parado. Todo mundo reclamando do marasmo e das poucas vendas.

Tenho uma amiga cabeleireira que disse só ir ao seu comércio hoje em dia, quando alguma cliente marca hora, pois não adianta ficar lá, gastando energia elétrica e perdendo seu tempo já que poucos “gatos pingados” aparecem por lá.

No boneco do Pernambuco, quando passo por lá, verifico que uma ou duas mesas estão ocupadas – exceto em dias de jogos do Brasil.

Verifico que no bar “do Calça” tem mais gente brincando com cartas que tomando uma geladinha.

A paradeira tá brava.

Ninguém consegue levantar voo no comércio.

Por força de meu ofício, converso com muitos comerciantes que reclamam da falta de dinheiro em circulação, que tem de pagar muitos tributos, que também há prejuízos por ter de manter estoques e que dependendo do ramo de comércio, tais estoques ou vencem suas datas de fabricação, ou estragam de forma natural – como legumes e verduras – ou saem de moda, nos casos de confecções e calçados.

Vejo também no comércio que muitas empresas estão vivendo mais de fazer promoções de seus produtos do que das vendas corriqueiras do dia a dia.

Tem comerciante vendendo o almoço para comprar a janta. É uma realidade.

Tem comerciante que preferiu fechar as portas, transformando seu estabelecimento comercial em salas de escritório e alugar, tendo um rendimento melhor do que tinha quando passava o dia todo para vender alguns poucos produtos e arrecadar parcos trocados.

De tudo que foi ouvido e vido por mim, ontem cheguei a uma conclusão:

Os comerciantes empresários estão chorando de barriga cheia, pois se o seu produto ou serviço não está vendendo, poderiam todos enveredar-se para outro ramo do mercado.

Ontem tive a certeza que nem todos estão à míngua.

Verifiquei e fiquei de boca aberta com um segmento de mercado que está “de vento em poupa”, sem prejuízo, sem desgaste, sem reclamação.

O segmento não precisa ter estoques e por consequência não terá prejuízo se o pr5oduto vencer ou de sair da moda.

Basta o proprietário ter um ponto comercial, pouco papel, tinta para impressora, caneta para assinatura, uma ou duas máquinas fotocopiadoras, alguns funcionários que não necessitam ter qualquer experiência de mercado e pronto.

Temos um ramo de mercado que “é só alegria”.

Necessitei reconhecer minha assinatura em dois documentos e paguei a bagatela de treze reais e alguns centavos para a moça dar uma olhadinha, conferir minha assinatura e pegar o visto da chefa, o que não demorou nem cinco minutos.

Passei mais tempo na fila para ser chamado do que para ser atendido.

Então, para os comerciantes e empresários que estão chorando a o marasmo do comércio, basta abrir um cartório e pronto os problemas estão resolvidos.

Se é que conseguirão entrar em tal filão.

Quebradeira de mercado?

Não para tão bom segmento, os cartórios em geral.

Agora, quanto entrar no ramo, são outros quinhentos.

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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