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Gente de Opinião

Orlando Cavalcante Pereira da Silva Junior

Coisas de Maturina (Punição x Punissão)


 
Vendo nos dias de hoje, a forma de repreender ou punir uma criança mudou mundo desde os tempos de Maturina.

Vi e li nos noticiários que o governo do Presidente Lula mandou para o Congresso Nacional, proposta de criminalizar a palmada. Ou seja, se um pai ou mãe, até mesmo uma avó, tentar corrigir um pequeno dando-lhe umas palmadas, poderá sofrer os “rigores da lei”.

Muito interessante!

Em tempos idos, quando professor no Colégio Getúlio Vargas, em Porto Velho, ouvi de outro professor que “no momento em que sumiram as palmatórias das escolas, ao mesmo tempo também, sumiram os gênios”.

Fico matutando a frase.

É interessante mesmo.

Acredito que com a criminalização da palmada, teremos mais jovens rebeldes, sem limites e sem comando.

Não estou defendendo bater em filho não. O que estou defendendo é corrigir o menor e lembrar que uma palmada, dói nos dois, tanto em quem dá como em quem recebe – dói fisicamente, moralmente, espiritualmente e psicologicamente.

Sinto saudades do tempo de Maturina que seus corretivos eram umas lambadas de cinturão, chinelo ou cipó titica – pois lá em casa tinha bastante – já que fabricávamos vassouras para completar o orçamento doméstico.

Lembro também de outros tipos de corretivo, como bem lembrou minha amiga Andréa, esposa do também amigo Maggio Lobo.

Dona Maturina, do alto de sua refinada educação, aplicava alguns tipos de castigo nos filhos quando estavam errados.

Lembro do meu irmão Bosco, que Deus o tenha, ter comido algumas pimentas malaguetas por ter brigado com outro irmão, visto que queria um pedaço maior – imaginem, na crise, até por pedaço maior de pimenta brigávamos.

Eu caí na besteira de brigar por manga, e fui “agraciado” com todas as mangas que tinha em cima da mesa.

Certo dia, meu irmão Fernando, que Deus também o tenha, achou de brigar na hora do almoço por bananas.

Foi o erro (sic) dele.

Dona Maturina manda o Joaquim ir até a taberna do seu Arlindo e comprar uma palma de banana e “obriga” o Fernando a comer todas elas.

O Joaquim, irmão solícito, resolve tentar ajudar o Fernando a pagar o castigo e por debaixo da mesa assim fala:

_ Bolão! Bolão! Me dá umas bananas dessas pra te ajudar.

O “educado” Bolão simplesmente fala, com sua voz grossa que lhe era peculiar desde pequeno.

_ Mamãe, mamãe... Olha aqui o Vatapá – que era o apelido do Joaquim – querendo tomar minhas bananas.

Resumo da festa. Vatapá que tentou ajudar o Bolão, achando que estava fazendo um favor ao irmão, recebeu também uma pinicão, que será contada oportunamente.

Para meu saudoso irmão Fernando, o Bolão, aquilo não era punição e sim um prêmio.

Ia esquecendo de contar.

Quando fui punido com a obrigação de comer as mangas, Dona Maturina também incluiu as cascas no meu cardápio.

Já é assunto para outra causo de Maturina.

 

Fonte: Orlando Júnior  -  [email protected]
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