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Montezuma Cruz

Zona da Mata de Rondônia tem reservas de cobre ainda “ocultas”


Zona da Mata de Rondônia tem reservas de cobre ainda “ocultas”    - Gente de Opinião

MONTEZUMA CRUZ
Com fotos do Clube da Química e Sedam

Mesmo sem detalhes, o anúncio feito terça-feira (16) pelo presidente da Anglo American no Brasil, Ruben Fernandes, a respeito de pesquisas de áreas com ocorrência de cobre na Amazônia Brasileira desperta Rondônia.


 “Um projeto, partindo do zero, da primeira perfuração até a primeira tonelada, demora muito”, disse Fernandes no debate FT Commodities Summit 2018, em São Paulo. “A Anglo acredita muito no Brasil”, acrescentou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

A Anglo já trabalha com ferro, nióbio e agora mira o cobre, que é utilizado principalmente nas indústrias de fios e cabos elétricos. Elas absorvem mais de 50% do metal, um dos mais valiosos do mundo.

Depois do alumínio, é o metal não ferroso mais utilizado no mundo. Juntos, Goiás e Pará respondem por 85% das reservas brasileiras.

No início dos anos 2000, as reservas mundiais de cobre foram estimadas em 650 milhões de toneladas. Elas se concentram mais no Chile (24,6%) e nos Estados Unidos (13,9%); no Brasil somavam 11,9 milhões de t de metal contido, representando 1,8% do total mundial.

Maior produtor, o Chile responde por 35% da produção de cobre contido em concentrado. Além desse país, destacam-se na produção o Peru, a Indonésia e a Austrália. Juntamente com os Estados Unidos, eles se tornaram líderes na produção de concentrado desse metal.

NA ZONA DA MATA

Em Rondônia, a Companhia Vale do Rio Doce [CVRD], a norte-americana Phelps Dodge e a Mineração Maracá [ligada ao grupo Santa Elina] pesquisavam reservas de minério de cobre no município de Alta Floresta do Oeste, a 541 quilômetros de Porto Velho, revelava estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social [BNDES].

Estimava-se que as jazidas desse município valeriam R$ 13 milhões.

Phelps Dodge é sócia majoritária em três minas de cobre na América do Sul: Cerro Verde (82,5%), em Arequipa (Peru); Candelária (80%), em Copiapó (Chile); e El Abra (51%), com a Codelco, em Antofagasta (Chile). Possui também participações na SPCC e na SIMSA (zinco).

Nova Brasilândia também é alvo de estudos pelo Projeto ARIM, no âmbito da extinta Superintendência do antigo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Ambas situam-se na Zona da Mata.

Desde os anos 1990, a Santa Elina associava-se com as empresas TVX Participações Ltda e Copacel, para um programa de sondagem de depósitos de ouro na região do Alto Guaporé, informava por sua vez o Instituto de Ciências Exatas da Terra, da Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá.

A possível exploração do cobre em Rondônia depende de novas avaliações. O DNPM foi sucedido pela Agência Nacional de Mineração criada pelo presidente Michel Temer, porém, faltam funcionários no órgão.

No debate FT Commodities Americas Summit, o presidente da Anglo Ruben Fernandes disse esperar “regras claras” para o setor mineral brasileiro e anteviu o crescimento dos atuais 4% do Produto Interno Bruto (PIB) para cerca de 10%.

“É necessária estabilidade política para aprovar definitivamente o novo Código de Mineração e discutir a estrutura tributária para a atividade”, assinalou.

Disse que o Brasil demorou demais para pensar e mudar o código, enquanto o Peru levou três meses.

“O sistema tributário no Brasil é muito complicado”, comentou Fernandes no seminário. “Os royalties pagos no País são menores que na Austrália, mas como há a incidência de vários outros impostos, como ICMS, PIS e Cofins, no final, a carga tributária é muito maior que a de outros países. Toda a carga tributária precisa ser pensada para que setor possa alcançar esse tamanho de 10% do PIB”, afirmou.


CASOS DE POLÍCIA

● Em fevereiro de 2008, operação conjunta da Polícia Militar Ambiental, Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Guarnição da PM em Alto Alegre dos Parecis prendeu 25 garimpeiros com três toneladas de cobre. Eles trabalhavam na linha 36, na altura do Km 7.5, em um garimpo clandestino antes coberto pela floresta.

● Também naquele ano, sem registro prévio no DNPM, garimpeiros a serviço de proprietários de máquinas de lavra foram presos na Linha 36, Km 7,5, em Alto Alegre dos Parecis. Trabalhavam no interior de uma propriedade rural.

● Em outubro de 2014, um operador de guindaste foi preso em Porto Velho, após tentar furtar trezentos quilos de fio de cobre da usina hidrelétrica Jirau, em Nova Mutum Paraná.

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