Segunda-feira, 15 de outubro de 2012 - 05h01
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Depois de sucessivas reuniões com parlamentares e de audiência pública em Porto Velho, eles agora coletam assinaturas de apoio /DIVULGAÇÃO |
MONTEZUMA CRUZ
Editor de Amazônias
Soldados da borracha e seringueiros de Rondônia enviarão à Corte Interamericana dos Direitos Humanos e à Organização dos Estados Americanos (OEA) um abaixo-assinado com milhares de assinaturas deles e da população estadual, para pedir o apoio dessas instituições à ação judicial que moverá o Estado Brasileiro a indenizá-los.
A informação foi dada esta semana pelo Sindicato dos Soldados da Borracha de Rondônia (Sindisbor), lembrando a existência de trabalhadores da floresta, atualmente com mais de 90 anos, os quais sofreram com as condições de trabalho semelhantes às da escravidão.
O dinheiro atenderia aos pleitos de familiares de pessoas que já morreram e que foram recrutadas por meio do Decreto nº 5.813, em 1943, criado a partir do Acordo de Washington, entre os presidentes dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, e do Brasil, Getúlio Dornelles Vargas.
Para o Sindisbor, o governo brasileiro “está na letargia, demorando demais para resolver problemas e reivindicações da categoria”. Recentemente, em Brasília, soldados da borracha foram considerados “heróis da Pátria”, entretanto, ainda não tiveram reconhecidos seus direitos à sonhada indenização.
A campanha sindical visa ainda levar ao conhecimento da Corte Interamericana de Direitos Humanos que o governo brasileiro recrutou, selecionou, treinou e encaminhar milhares de trabalhadores nordestinos para extrair látex nos seringais amazônicos. “Para essa campanha de guerra feita pelo Brasil no período da 2ª Guerra Mundial foram encaminhados do Nordeste para a selva quase 65 mil trabalhadores, originando uma das maiores migrações já ocorridas dentro do território nacional”, lembra o Sindisbor.
Fundamentada em documentos históricos, a entidade lamenta que o saldo dessa epopeia amazônica foi 50% de mortos de mortos na campanha, em consequência da insalubridade. “O Governo Vargas havia prometido assistência médica, moradia, pagamento e apoio aos seringueiros convocados para a batalha da borracha, mas os esqueceu, entregando-os à sorte e ao descaso. Milhares morreram em decorrência de malária, beribéri, hepatite, febre amarela e outras doenças muito comuns naquela época”, protesta.
O Sindisbor lembra ainda que os soldados da borracha também morriam devido a conflitos com indígenas e ao ataque de cobras venenosas, além de se submeterem a verdadeiros confinamentos na floresta, em situações degradantes de trabalho, muitas vezes se alimentando. Quem reclama do salário ou de mercadorias adquiridas nos armazéns dos seringais, era preso lá mesmo. Alguns seringalistas tinham o poder de delegados.
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