Sábado, 5 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Montezuma Cruz

Presença indígena há 7 mil anos revela uma Rondônia ainda desconhecida


Povoada há cerca de seis mil anos, floresta amazônica preservou vestígios dos povos antigos em Rondônia. Produção do SescTV acompanhou o trabalho de pesquisadores da USP e nativos no local. Disponível no Canal Cultural do Sesc na internet e na TV, a série Amazônia, Arqueologia da Floresta mostra um território vivo e repleto de artefatos arqueológicos que ajudam a compreender a longa ocupação humana na Amazônia.


Os vídeos exploram a relação de transformação do local a partir da vivência e sobrevivência dos indígenas Tupari no sítio arqueológico Monte Castelo, em Rondônia.

A série documental produzida pelo SescTV acompanhou os trabalhos de escavação de um grupo de pesquisadores da USP e de diferentes universidades do Brasil e do exterior, em parceria com os moradores da aldeia Palhau, da etnia Tupari. Os arqueólogos encontraram indícios de como viviam os povos da Amazônia há 6 mil anos. A hipótese do grupo é de que a Amazônia não é uma floresta natural, mas um patrimônio biocultural criado pela intervenção indígena na paisagem.
Eduardo Goes Neves - Gente de Opinião
Eduardo Goes Neves
Entre camadas de sambaquis, foram descobertos restos de fauna, sementes de plantas, cerâmicas e ossos humanos preservados. O trabalho de escavação e o registro em vídeo foram conduzidos pelo arqueólogo e professor do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP, Eduardo Góes Neves.

“A arqueologia conta histórias que foram apagadas”, afirma Neves no vídeo de estreia da série. Conhecido como arqueólogo da Amazônia, o pesquisador integra o Laboratório de Arqueologia dos Trópicos do MAE e coordena o Projeto Amazônia Central, onde vários sítios grandes foram escavados pela primeira vez. Ao Jornal da USP, Góes Neves conta que o sítio é ocupado pelo menos desde os últimos 6 mil anos “e tem um longo registro da presença indígena na região”.

Além dos episódios que compõem a série, o arqueólogo revela que há mais imagens filmadas em outras partes de Rondônia envolvendo pesquisas de paleobotânica em fósseis da região. “A captação de imagens continua e nós teremos mais episódios, mais para a frente”, diz.

Com quatro episódios, a série mostra que a presença humana ajudou a moldar a floresta e apresenta sinais de que a Amazônia sempre foi ocupada e transformada pelos povos que a habitam. A direção é da documentarista Tatiana Toffoli.

Entre as universidades presentes na escavação estão a USP, Universidade Federal de Rondônia, Universidade Federal do Oeste do Pará e professores do Reino Unido e da Alemanha.

Confira a seguir o primeiro episódio completo, cedido pelo SescTV, e o teaser de cada episódio seguinte. A série completa pode ser vista pelo canal do Sesc TV disponível em operadoras de TV por assinatura ou pela internet, diretamente neste link.


Veja vídeo:

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoSábado, 5 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Lodi, mestre das letras, lança “Varadouro”, contando a história de Maria da Onça

Lodi, mestre das letras, lança “Varadouro”, contando a história de Maria da Onça

Ao longo de duas décadas o escritor, jornalista e poeta Edson Lodi Campos Soares vem resgatando notáveis personagens da Amazônia Brasileira, cuja vi

Rio Juruá é uma extensa "estrada aquática" onde só o motor de rabeta salva canoas

Rio Juruá é uma extensa "estrada aquática" onde só o motor de rabeta salva canoas

Fiz três viagens pelo Rio Juruá de duas décadas para cá. Vi o esforço dos pilotos de canoas e barcos para desencalhá-los entre Marechal Thaumaturgo e

Rondoniense Samuel Saraiva recebe credencial meritória de “assessor do Trump” por contribuições à cidadania

Rondoniense Samuel Saraiva recebe credencial meritória de “assessor do Trump” por contribuições à cidadania

WASHINGTON, DC – O reconhecimento da ação cidadã voluntária é uma prática tradicional usada em países do chamado 1º Mundo. O rondoniense Samuel Sales

Jagunços de colonizadora jogaram colono baleado às formigas

Jagunços de colonizadora jogaram colono baleado às formigas

"Que horror" - exclamávamos na Redação de A Tribuna, quando soubemos do ocorrido com o gaúcho João Cecílio Perez em 1979. Jagunços a serviço da Coloni

Gente de Opinião Sábado, 5 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)