Sexta-feira, 26 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Montezuma Cruz

Presença indígena há 7 mil anos revela uma Rondônia ainda desconhecida


Povoada há cerca de seis mil anos, floresta amazônica preservou vestígios dos povos antigos em Rondônia. Produção do SescTV acompanhou o trabalho de pesquisadores da USP e nativos no local. Disponível no Canal Cultural do Sesc na internet e na TV, a série Amazônia, Arqueologia da Floresta mostra um território vivo e repleto de artefatos arqueológicos que ajudam a compreender a longa ocupação humana na Amazônia.


Os vídeos exploram a relação de transformação do local a partir da vivência e sobrevivência dos indígenas Tupari no sítio arqueológico Monte Castelo, em Rondônia.

A série documental produzida pelo SescTV acompanhou os trabalhos de escavação de um grupo de pesquisadores da USP e de diferentes universidades do Brasil e do exterior, em parceria com os moradores da aldeia Palhau, da etnia Tupari. Os arqueólogos encontraram indícios de como viviam os povos da Amazônia há 6 mil anos. A hipótese do grupo é de que a Amazônia não é uma floresta natural, mas um patrimônio biocultural criado pela intervenção indígena na paisagem.
Eduardo Goes Neves - Gente de Opinião
Eduardo Goes Neves
Entre camadas de sambaquis, foram descobertos restos de fauna, sementes de plantas, cerâmicas e ossos humanos preservados. O trabalho de escavação e o registro em vídeo foram conduzidos pelo arqueólogo e professor do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP, Eduardo Góes Neves.

“A arqueologia conta histórias que foram apagadas”, afirma Neves no vídeo de estreia da série. Conhecido como arqueólogo da Amazônia, o pesquisador integra o Laboratório de Arqueologia dos Trópicos do MAE e coordena o Projeto Amazônia Central, onde vários sítios grandes foram escavados pela primeira vez. Ao Jornal da USP, Góes Neves conta que o sítio é ocupado pelo menos desde os últimos 6 mil anos “e tem um longo registro da presença indígena na região”.

Além dos episódios que compõem a série, o arqueólogo revela que há mais imagens filmadas em outras partes de Rondônia envolvendo pesquisas de paleobotânica em fósseis da região. “A captação de imagens continua e nós teremos mais episódios, mais para a frente”, diz.

Com quatro episódios, a série mostra que a presença humana ajudou a moldar a floresta e apresenta sinais de que a Amazônia sempre foi ocupada e transformada pelos povos que a habitam. A direção é da documentarista Tatiana Toffoli.

Entre as universidades presentes na escavação estão a USP, Universidade Federal de Rondônia, Universidade Federal do Oeste do Pará e professores do Reino Unido e da Alemanha.

Confira a seguir o primeiro episódio completo, cedido pelo SescTV, e o teaser de cada episódio seguinte. A série completa pode ser vista pelo canal do Sesc TV disponível em operadoras de TV por assinatura ou pela internet, diretamente neste link.


Veja vídeo:

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoSexta-feira, 26 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Disputa de poder no Fórum Rui Barbosa põe juízes nas manchetes

Disputa de poder no Fórum Rui Barbosa põe juízes nas manchetes

A disputa de poder no Fórum Rui Barbosa vazou para os jornalistas em julho de 1981. O juiz da 1ª Vara Augusto Alves, de nacionalidade portuguesa, es

Do “cemitério de processos” à fedentina forense, advogados penavam

Do “cemitério de processos” à fedentina forense, advogados penavam

Muito antes das modernas sedes do Fórum Criminal de Porto Velho e do Tribunal de Justiça de Rondônia, a história da rotina de atendimento no antigo

Aplicativo revelará conduta afetiva em casos psicológicos ou de violência

Aplicativo revelará conduta afetiva em casos psicológicos ou de violência

Um aplicativo de fácil acesso popular para o registro de antecedentes de conduta afetiva, em casos de violência de natureza física ou psicológica fo

Processos sumiam com facilidade no Fórum da Capital

Processos sumiam com facilidade no Fórum da Capital

Numa caótica organização judiciária, apenas duas Comarcas funcionavam em meados dos anos 1970. A Comarca de Porto Velho começava no Abunã e terminav

Gente de Opinião Sexta-feira, 26 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)