Quarta-feira, 17 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Montezuma Cruz

FUMAÇA NO ROOSEVELT - Quatro décadas atrás, só fumaça de panelas


Foto: Kim-Ir-Sen Leal Pires - Gente de Opinião
Foto: Kim-Ir-Sen Leal Pires

 família Cinta-larga aquece a comida em seu improvisado e simplório fogãozinho a lenha. Dali saía o arroz, o feijão e a carne de caça bem assada.

Faz 41 anos a foto que Kim-Ir-Sen Leal Pires fez numa de suas visitas ao Posto Indígena do Roosevelt, esse mesmo conhecido no mundo todo por causa da exploração do diamante e da discórdia decorrente da aventura de alguns e da estúpida ganância de outros.

Kim é um fotógrafo intrépido. Nos anos 1970 e 80 transportou-se da burocracia brasiliense para floresta rondoniense, e aqui colheu frutos para seu futuro livro de imagens com textos explicativos e reveladores de nossa realidade antes e pós-Polonoroeste*.

Todos sabem e ninguém nega que, pela Terra Indígena circulam não apenas garimpeiros, mas também, representantes da combalida classe política rondoniense. Sabedores que são da existência da Capital Mundial dos Diamantes, verdadeira reguladora dessa pedra, em Antuérpia (Bélgica).

Mas o assunto é a fumaça. Este ano, a imprensa mundial voltou-se para as chamas que devoraram, outra vez, grande parte da Amazônia Ocidental Brasileira, e de outras Amazônias também.

Comparando-se o efeito da poluição, aquela de 1978 nem dava cócegas, nem pedia colírio.

Nesse quintal Cinta-Larga só havia aquela fumacinha, leve, solta, inofensiva ao verde mais tarde derrubado e no meio do qual esburacaram o subsolo à exaustão à cata do preciosíssimo e cobiçado minério.

Neste Terceiro Milênio da Humanidade, ainda nos curvaremos a situações mais amargas e estarrecedoras. No entanto, a resposta da Mãe da Natureza não tarda. Os estúpidos aguardem para ver – e para senti-la no fígado.


* Sigla do Programa Integrado de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil, financiado pelo Banco Mundial.


* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 17 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Gênese rondoniense (3) – No xadrez sucessório, a continuidade de Cury espremeu Teixeirão

Gênese rondoniense (3) – No xadrez sucessório, a continuidade de Cury espremeu Teixeirão

Depois da exoneração de William Cury e do êxito do Polonoroeste, o INCRA daria conta de titular 3,4 milhões de hectares de terras em Rondônia, somando

“Criação do Polonoroeste foi minha, e pessoal”

“Criação do Polonoroeste foi minha, e pessoal”

A Companhia de Desenvolvimento Agrícola do Estado de Rondônia (Codaron) durou até 1983. Até ali o Programa Integrado de Colonização do Noroeste Bras

Gênese rondoniense (1): Marcha para o Oeste desembocou nos NUARs

Gênese rondoniense (1): Marcha para o Oeste desembocou nos NUARs

Existem outros grandes atores na ocupação e elevação de Rondônia a estado, mas a história oficial ainda fecha os olhos ao ex-governador Humberto da

Mader ajudou mineração que ainda desconhecia a “pedra da cura”

Mader ajudou mineração que ainda desconhecia a “pedra da cura”

O negócio mineral começou a prosperar no final da década de 1960, quando já se detectava a presença da pedra topázio em Monte Negro. Em seu governo,

Gente de Opinião Quarta-feira, 17 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)