Domingo, 15 de fevereiro de 2015 - 21h01
Montezuma Cruz
Uma visita à Misión Milagro em Cobija (Pando, Bolívia) e duas cirurgias de catarata feitas em Campo Grande (MS) me colocaram definitivamente no estudo da cegueira, desde outubro de 2010.
Quando menino convivi com a família Plantier em Bernardino de Campos (SP), cujos integrantes sofreram com o glaucoma simples ou de evolução tardia. Hoje, em Porto Velho, uso óculos “vencido” e a minha visão volta a ser prejudicada pelo uso constante do computador.
Pesquiso o assunto, constatando que as três maiores causas de cegueira no mundo e no Brasil são doenças que acometem, sobretudo, idosos: catarata (escurecimento do cristalino), glaucoma e degeneração macular relacionada à idade.
Qual não foi meu espanto, ao ouvir do oftalmologista Flávio Tomaz, em Campo Grande, que têm aumentado casos de catarata em crianças. Meus conhecimentos anteriores só aceitavam essa doença em pessoas acima de 50 anos.
Até 1997 existiam cerca de 600 mil cegos por catarata no Brasil. Não se espantem os que não a conhecem, catarata é doença curável. Estima-se que a cada ano surjam 552 mil novos casos. Desde o final da década passada, com o funcionamento de mutirões, o número de cirurgias aumentou de 50 mil para 200 mil por ano.
Em 2005 o pico alcançou 331,4 mil cirurgias. O Pará fez 108,8 mil cirurgias; o Amazonas, 33 mil; Rondônia, 6 mil; Roraima, 3,7 mil. e Acre, 2,1 mil.
Cubanos em Cobija e Guayaramerín fazem mesmo milagres no atendimento a pelo menos 40 pessoas a cada dia, no Hospital Japonês Boliviano em Cobija. Lá estive, vendo para crer, o êxito de médicos oftalmologistas cubanos. Cheguei de madrugada e só saí depois de 10 horas, depois de entrevistar médicos, pacientes e parentes deles.
Já para o glaucoma há necessidade de se aumentar a oferta de consultas e tratamento, incluindo colírios hipotensores e cirurgias nos centros de especialidade do Sistema Único de Saúde (SUS).
A educação em saúde ocular deve fazer parte de programas de família para que pessoas com maior risco, e familiares com glaucoma ou cegos pela doença tenham oportunidade de avaliação oftalmológica e tratamento.
A prevalência de cegueira no País é estimada em 0,5% da população, cerca de 900 mil pessoas. Outras três milhões de pessoas devem estar na situação de deficiente visual.
Com número de cirurgias adequado o Brasil deve chegar ao ano de 2020 com cerca de 400 mil cegos mais, se o número de cirurgias ficar abaixo de dois mil por milhão de habitantes ao ano.
E quem presta assistência aos sofridos pacientes de visão? Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), dos 14,3 mil oftalmologistas brasileiros em atividade em 2011 (levantamento do qual extraí estes dados), 59% residiam nas capitais, 41% no interior e 2% em cidades com apenas um profissional. A região sudeste concentra 58% dos oftalmologistas do País e 42,3% da população nacional.
O CBO reivindica há anos ao Banco do Brasil uma linha de crédito para a montagem de consultórios oftalmológicos e a divulgação de municípios onde não há saturação do número de especialistas. Você já ouviu falar de um que funcione a contento?
Lions Clube, avante! Santa Luzia, rogai por nós.
Originalmente publicado no jornal Alto Madeira, edição de domingo, 15 de fevereiro de 2015.
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