Quinta-feira, 1 de setembro de 2022 - 18h16
Em mais um ano difícil, criadores de gado leiteiro de Colorado do Oeste abriram no dia 31 de agosto a 34ª Exposição Colorado (Expocol), na qual reservam espaço para o melhor de sua produção até o próximo domingo (4). Se antes dispunham de crédito bancário e de uma usina de nitrogênio para a melhora genética do plantel, hoje não têm nem um, nem outro.Tocam o negócio no peito e na raça, e ainda ouvem propaganda enganosa.
Os números da produção são preocupantes: em dez anos a produção de leite caiu 58% no estado. Foram 2,5 milhão de litros a menos por dia.
De sete laticínios, a região do Cone Sul tem hoje apenas três em funcionamento, aponta o zootecnista Ênio Roberto Milani, 64 anos, ex- chefe da Unidade da Emater e atualmente presidente da Associação dos Criadores de Colorado do Oeste, a 761 quilômetros de Porto Velho.
Ele compara os extremos, com base em levantamentos da Seagri: o recebimento em fevereiro deste ano totalizou 42,49 milhões de litros, com média diária de 1,51 milhão de litros. Era o período das águas, nele ocorrendo uma queda de aproximadamente 30%. Em julho os laticínios receberam 32,7 milhões de litros, na média diária de 1,055 milhão de litros, em período de seca. “Em 1999, apoiando pleitos do falecido dirigente industrial Pedro Bertelli, a central de cooperativas rondonienses criou uma comissão para trazer ao estado touros holandeses de Goiás e do Paraná, visando ao melhoramento genético do rebanho”, relata lembrando que houve emendas parlamentares de R$ 150 mil nesse sentido. Segundo o zootecnista, pequenas propriedades nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são apoiadas permanentemente, enquanto Rondônia carece de recursos nesse sentido. FÁBRICA DE NITROGÊNIO Não se fale da gestão do ex-secretário estadual de agricultura Evandro Padovani à frente dos criadores de gado de Colorado. Da crítica ao xingamento é um pulo. O agora candidato a deputado federal se diz representante do agronegócio. O que a maioria se lembra é que, lá para trás, em 1985, o Programa de Ação Integrada (PAI) possibilitou a integração de esforços de cada criador nos municípios de Cabixi, Cerejeiras, Colorado do Oeste, e dos distritos de Bom Princípio, Vila Nova (depois Nova Mamoré). Eles reivindicavam melhoria genética, e foram atrás dela. Emenda parlamentar encaminhada pelo ex-senador Amir Lando e cobrada do ministério pelo falecido assessor parlamentar Adayr Bitencourt, possibilitou a vinda da fábrica de nitrogênio. Seria o grande passo para aquela melhoria. “Quando corremos atrás dela, o ministro da agricultura liberou-a imediatamente, mas faltou manutenção, o que evidencia a irresponsabilidade do governo estadual”, lamenta Ênio. O programa Proleite aprovou o funcionamento dessa fábrica, dando inicialmente alento a centenas de produtores que inseminavam o gado na região do Cone Sul, Pimenta Bueno e Zona da Mata. “Em 2015 conseguimos fazer o maior julgamento de gado girolando do norte brasileiro com animais de alta qualidade genética, e firmamos parceria beneficiando 50 criadores com quinhentas prenhezes de fêmeas girolanda. A capacitação feita pelo Instituto Federal de Rondônia (Ifro) em Colorado deu alento à classe entre 2013 e 2014”, relata Ênio. CONCURSO LEITEIRO Até domingo próximo a Exposição Colorado volta a incentivar a classe com o Concurso Leiteiro, premiando com R$ 2 mil a melhor novilha, R$ 1,5 mil a 2ª e igual valor para a 3ª. Na categoria vaca, o 1º lugar é uma moto no valor de R$ 17 mil, apoio do Sicoob Credisul; o 2º R$ 5 mil, o 3º R$ 4 mil, o 4º R$ 3 mil e o 5º R$ 2 mil. Mais de R$ 4 mil serão sorteados entre os participantes do concurso que não foram premiados. “É o maior e melhor concurso leiteiro de Rondônia pelo número de animais que participam, pela produtividade que as vacas oferecem durante o evento e pela premiação”, orgulha-se Ênio.
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