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Matias Mendes

SEMINÁRIO DE HISTÓRIA: As desafeições exacerbadas


O grande Seminário de História organizado pela Fundação Iaripuna para discutir sobre a história da cidade de Porto Velho, cujas reuniões preparatórias foram iniciadas ainda nos idos de meados do mês de junho, finalmente teve o seu início na última segunda-feira e encerra-se nesta quinta-feira, após quatro dias de intensos e acalorados debates que, por vezes, raiaram as sendas do confronto pessoal entre alguns dos autores regionais participantes do evento.

Cela va sans dire que algumas picuinhas de caráter bem pessoal terminaram por aflorar no decorrer do grande debate de cunho histórico, como no caso de segunda-feira à tarde, quando uma jovem jornalista e o seu pai promoveram um início de tumulto em protesto a uma pergunta formulada pelo historiador Francisco Matias ao final da exposição do tema Rondon e Porto Velho, apresentado por mim, cujo texto, a certa altura, ao comentar o arraigado telurismo de Cândido Mariano da Silva Rondon, tinha inserido no seu bojo o conceito poético-filosófico "Canta tua aldeia e serás universal."

Embora tenha entregado o meu texto à Fundação Cultural Iaripuna na reunião preparatória do dia 29 de agosto, já que a primeira data prevista para a realização do Seminário seria entre 10 e 13 de setembro, a jovem jornalista, que havia escrito contra mim uma matéria na data de 25 de setembro, intitulada exatamente Canta tua aldeia e serás universal, parece haver julgado de forma precipitada que a expressão contida no texto da minha conferência era algum recado ou farpa para lembrar a matéria ultrajante de sua autoria. A pergunta formulada pelo meu meio-xará Francisco Matias foi apenas a fagulha que fez detonar a fúria explosiva da jovem jornalista.

O positivo do episódio foi que ela confessou publicamente que conhecia perfeitamente o sentido da expressão ultrajante matuto boçal, não lhe sendo agora mais possível negar em Juízo que não teve a intenção deliberada de ofender a mim e à minha ancestralidade. O papel que eu tive em tal episódio deplorável foi apenas o de haver dado muitas risadas, pois compreendi em tempo real o verdadeiro motivo da inusitada irritação da jovem jornalista e do seu pai, o meu confrade Antonio Cândido, com o qual continuo mantendo relações civilizadas, em que pese o estremecimento pessoal reinante entre nós.

No entanto, na abertura dos trabalhos da terça-feira, agindo com a maior urbanidade, cuidei de explicar aos participantes do Seminário que a expressão contida no texto de minha conferência nada tinha a ver com o episódio da matéria ofensiva escrita pela jovem jornalista, já que o meu texto era muito anterior à sua matéria, como prova o registro da memória do meu notebook, que atesta de forma irrefutável que o último retoque dado ao texto da minha conferência aconteceu exatamente em 23 de agosto de 2007, não podendo, portanto, conter uma farpa antecipada em relação a um episódio que só viria a acontecer já no dia 25 de setembro.  Apaziguados os ânimos, a programação do Seminário prosseguiu normalmente, até o momento em que a conterrânea de Guajará-Mirim Yêdda Pinheiro Borzacov ocupou a tribuna para proferir a sua conferência e expôs ao público alguns detalhes a respeito de uma publicação recente no ramo da História contendo acerbas críticas contra a família Pinheiro Ferreira, resultando ao final num bombardeio de perguntas, muitas dessas perguntas com o objetivo sub-reptício de embaraçar a palestrante, resultando em novo pinga-fogo que pôs a nu algumas desafeições mal conhecidas do público. Em tal caso nem é possível aplicar o princípio do sábio provérbio francês que nos ensina cherchez la femme...

Fonte: MATIAS MENDES
Membro fundador da Academia de Letras de Rondônia.
Membro correspondente da Academia Taguatinguense de Letras.
Membro correspondente da Academia Paulistana da História.
Membro da Ordem Nacional dos Bandeirantes Mater.

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