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Matias Mendes

FÉRIAS: Viagem ao Centro do Brasil


                    Por MATIAS MENDES

                No mês de julho, de férias, para compensar uma temporada pelas regiões remotas do Guaporé, meti o pé na estrada e saí pelo Brasil afora em busca de regiões nunca antes percorridas ou visitadas. Perambulei por sete Estados e cinco Capitais, com breves paradas em Curitiba e Francisco Beltrão, no Paraná, uma parada mais longa no Rio de Janeiro e uma parada técnica em Cuiabá. De resto, mais de uma centena de municípios grandes e pequenos eu vi apenas de passagem, alguns com paradas bem breves, como Aparecida, em São Paulo, Londrina, Guarapuava, Ponta Grossa e Pato Branco, no Paraná; Itatiaia, no Rio de Janeiro; Campinas, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, São Paulo e Taubaté, em São Paulo; Coxim, Dourados e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul; Uberaba, em Minas Gerais; Itumbiara, Jataí e Mineiros, em Goiás. Fazia já alguns anos que eu não andava fora da Amazônia. Notei significativas mudanças em outras regiões do Brasil.

                Outra coisa que não deixei de notar foi a precariedade das nossas estradas rondonienses em comparação com a malha rodoviária de outras regiões. De fato, as estradas de Rondônia apresentam as piores condições de tráfego. Nossas cidades também perdem de longe para os municípios pequenos de outras regiões em termos de urbanismo. Os preços de gêneros alimentícios são também bem mais caros por aqui do que em outras regiões do País, muito embora a nossa pecuária seja das mais prósperas entre as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Em suma, Rondônia ganha de muitas regiões do País em produção de riquezas, mas perde para todos os Estados em termos de desenvolvimento. Somos atrasados sem ser pobres como efeito de nossa pobreza no terreno político.

                De fato, no plano político, com vereadores encarcerados, um deputado estadual cumprindo pena, um deputado federal cumprindo pena e um senador já condenado na mais alta instância da Justiça da República a quase cinco anos de prisão, o Estado de Rondônia desponta melancolicamente no contexto da Federação como uma unidade comandada por malfeitores, por mais incômoda que tal constatação possa parecer. Isto não significa que os nossos políticos sejam mais desonestos que os dos outros Estados, mas indica que algo de muito errado vem acontecendo por aqui, chegando ao ponto de que, a pouco mais de um das próximas eleições, não se tenha ainda a menor ideia em quem poderemos votar para a renovação do nosso quadro de políticos nos planos estadual e federal.

                No Rio de Janeiro, onde cheguei em plena efervescência da espera do Papa Francisco, do meu refúgio seguro na Praia Vermelha, Bairro da Urca, eu me dediquei a visitar sítios históricos como o Forte de São João e o Forte de Copacabana, monumentos de interesse para os meus estudos sobre os Fortes do Brasil. As horas vagas foram dedicadas a alimentar os micos da floresta da Urca, pois o tempo frio não me permitiu aproveitar as delícias de nadar na orla da Praia Vermelha conforme eu gostaria muito de ter feito. Deixei o prazer de nadar para outra oportunidade, pois doravante visitarei o Rio de Janeiro de vez em quando, muito embora o meu verdadeiro interesse pelas regiões Sul/Sudeste esteja mesmo lá pelo interior do Paraná, em Francisco Beltrão, simpática e calma cidadezinha onde passei dias bem aprazíveis.

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