Sábado, 8 de setembro de 2007 - 20h43
Conheci há pouco tempo uma interessante obra a respeito da cidade de Porto Velho, escrita pelo professor de História Emmanoel Gomes, natural da Bahia e radicado em Rondônia desde a infância. Trata-se de um caderno cujo título chega a ser, em termos proporcionais, algo mais extenso que os textos do miolo da obra, Porto Velho: A cidade erguida nos trilhos da esperança. A edição é soberba em termos de apresentação gráfica, rica em ilustrações cometidas pelo artista plástico Joesér Alvarez e mais algumas fotografias do mesmo artista, resultando disto tudo um belo conjunto, muito atrativo para o público ao qual se destina, os leitores infanto-juvenis. Editado pela Cortez Editora, com apenas vinte e quatro páginas, a obra é um primor de síntese histórica que abrange não apenas a cidade de Porto Velho e sim a região amazônica e sua problemática como um todo.
O professor Emmanoel Gomes, um legítimo integrante da moderna corrente dos nossos historiadores regionais, conseguiu uma façanha ao alcance de bem poucos: produziu em rápidas pinceladas um texto altamente informativo e quase livre dos habituais equívocos. Digo quase livre somente porque há uma troca de Amazonas por Amazônia, fato que pode ter ocorrido por um cochilo de revisão durante o processo da edição, mas que em nada compromete o conjunto da ótima síntese.
A síntese histórica está perfeita, abrange a presença da guarnição militar durante a Guerra do Paraguai e se desenvolveu a de Porto Velho, enfoca o conflito da conquista do Acre, inclui a Comissão Construtora de Linhas Telegráficas, a construção da ferrovia Madeira-Mamoré, o ciclo da borracha e outros aspectos relativos à nossa História. A promoção de Aluízio Ferreira a coronel no início da década de quarenta é um detalhe irrelevante, que cito apenas para evitar a fúria contra mim de algum crítico mais exacerbado. O texto de per si constitui ótimo aperitivo para os iniciantes e os iniciados nos meandros da História. Escrito com rigor didático, o caderno se presta muito bem como ponto de partida para os jovens leitores.
Há um fato que vale a pena ser lembrado em relação a esta primorosa síntese produzida pelo professor Emmanoel Gomes. A história da literatura é repleta de exemplos de pequenos grandes livros. Restringindo-me apenas ao âmbito da literatura francesa, por exemplo, O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Éxupery, e A Dama das Camélias, de Dumas, ilustram muito bem tal fato. Obras muito sucintas constituem raridades no mundo literário pelo fato de serem de difícil construção. Dissertações prolixas ensejam maiores recursos de explanação bem clara, enquanto que as obras sucintas exigem muito talento do autor para que resultem de boa qualidade. Emmanoel Gomes conseguiu essa rara façanha sem maiores tropeços e sem incorrer em omissões dignas de nota.
Membro fundador da Academia de Letras de Rondônia.
Membro correspondente da Academia Taguatinguense de Letras.
Membro correspondente da Academia Paulistana da História.
Membro da Ordem Nacional dos Bandeirantes Mater.
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