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Matias Mendes

Porto Velho em pinceladas


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Conheci há pouco tempo uma interessante obra a respeito da ci­dade de Porto Velho, escrita pelo professor de História Emmanoel Gomes, natural da Bahia e radica­do em Rondônia desde a infância. Trata-se de um caderno cujo título chega a ser, em termos proporci­onais, algo mais extenso que os textos do miolo da obra, Porto Velho: A cidade erguida nos tri­lhos da esperança. A edição é soberba em termos de apresen­tação gráfica, rica em ilustrações cometidas pelo artista plástico Jo­esér Alvarez e mais algumas foto­grafias do mesmo artista, resultan­do disto tudo um belo conjunto, muito atrativo para o público ao qual se destina, os leitores infanto-juve­nis. Editado pela Cortez Editora, com apenas vinte e quatro pági­nas, a obra é um primor de sínte­se histórica que abrange não ape­nas a cidade de Porto Velho e sim a região amazônica e sua proble­mática como um todo.

O professor Emmanoel Gomes, um legítimo integrante da moderna corrente dos nossos his­toriadores regionais, conseguiu uma façanha ao alcance de bem poucos: produziu em rápidas pin­celadas um texto altamente infor­mativo e quase livre dos habituais equívocos. Digo quase livre so­mente porque há uma troca de Amazonas por Amazônia, fato que pode ter ocorrido por um cochilo de revisão durante o processo da edição, mas que em nada com­promete o conjunto da ótima sínte­se.

A síntese hisrica está perfei­ta, abrange a presença da guarni­ção militar durante a Guerra do Paraguai e se desenvolveu a de Porto Velho, enfoca o conflito da conquista do Acre, inclui a Comissão Construtora de Linhas Telegráficas, a cons­trução da ferrovia Madeira-Mamo­ré, o ciclo da borracha e outros aspectos relativos à nossa Histó­ria. A promoção de Aluízio Ferrei­ra a coronel no início da década de quarenta é um detalhe irrelevante, que cito apenas para evitar a fúria contra mim de algum crítico mais exacerbado. O texto de per si cons­titui ótimo aperitivo para os inician­tes e os iniciados nos meandros da História. Escrito com rigor di­dático, o caderno se presta muito bem como ponto de partida para os jovens leitores.

Há um fato que vale a pena ser lembrado em relação a esta primorosa síntese produzida pelo professor Emmanoel Gomes. A história da literatura é repleta de exemplos de pequenos grandes livros. Restringindo-me apenas ao âmbito da literatura francesa, por exemplo, O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Éxupery, e A Dama das Camélias, de Dumas, ilustram muito bem tal fato. Obras muito sucintas constituem rarida­des no mundo literário pelo fato de serem de difícil construção. Dis­sertações prolixas ensejam maio­res recursos de explanação bem clara, enquanto que as obras su­cintas exigem muito talento do au­tor para que resultem de boa qua­lidade. Emmanoel Gomes conse­guiu essa rara façanha sem maio­res tropeços e sem incorrer em omissões dignas de nota.

Fonte: MATIAS MENDES
Membro fundador da Academia de Letras de Rondônia.
Membro correspondente da Academia Taguatinguense de Letras.
Membro correspondente da Academia Paulistana da História.
Membro da Ordem Nacional dos Bandeirantes Mater.

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