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Matias Mendes

LENDAS DO GUAPORÉ: A História de um Livro Beiradeiro


O livro Lendas do Guaporé, que a Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias contemplou como um dos Livros do Ano de 2007, lançado em Porto Velho no dia 30 de agosto, na verdade foi escrito no ano de 1984 e permaneceu na gaveta por duas décadas por falta de apoio dos órgãos oficiais de cultura do Estado de Rondônia, somente sendo editado agora no ano de 2007 quando me foi possível financiá-lo com recursos próprios. No entanto, com apenas dois meses de circulação, superando até mesmo as minhas expectativas, o livro de lendas ribeirinhas sobre a região guaporeana ganhou distinção nacional nunca antes obtida por qualquer obra literária publicada no Estado de Rondônia. O mais interessante de tudo é que eu mesmo nunca esperei muito mais de tal livro que a divulgação e o resgate de parte da história do meu povo guaporeano, tal como afirmo no prólogo do livro. Bem de conformidade com o conceito poético-filosófico que estabelece que “canta tua aldeia e serás universal”, expressão controversa que já rendeu até mesmo um título de matéria jornalística destinada a depreciar o povo guaporeano como um todo e a mim em particular, Lendas do Guaporé resultou no mais cabal exemplo de que o meu devotamento à minha região de origem não foi em vão. Ganhei a notoriedade nacional no gênero da prosa exatamente com o livro de relatos sobre a região ribeirinha, tal como já havia ganhado notoriedade no gênero da poesia com o singelo soneto Amor à Terra, composto em 1982 e consagrado na antologia intitulada Poesias Escolhidas do Brazila Esperanta Parnaso, fato que me valeu a inclusão entre os 178 Poetas Maiores do Brasil.

O mais interessante de tudo isso é que toda essa consagração que me está chegando de fora parece continuar sendo absolutamente ignorada aqui em Rondônia, a julgar pelos copiosos textos que circulam pelos sites noticiosos locais com os mais depreciáveis conceitos contra mim emitidos, inclusive por pessoas que não têm qualquer qualificação literária e que não têm sequer militância regular em órgãos de imprensa. No entanto, em tal caso, pode-se perfeitamente dizer que os cães ladram e a caravana passa, pois enquanto os monoglotas ressentidos de Rondônia atestam o seu apedeutismo tentando imputar-me atitudes supostamente invejosas, a minha produção no âmbito da literatura afirma-se cada vez mais no cenário mundial, considerando-se que já fui incluído há oito anos numa antologia poética editada na Europa. Choses des femmes... Como o pior cego é aquele que se recusa a ver, a aparente cegueira dos monoglotas ressentidos que parecem preferir mesmo “obras” literárias de qualidade e conteúdo duvidosos, não me resta outra saída que não seja sorrir para os que rastejam em volta do tronco do frondoso assacu no qual me encontro comodamente trepado na copa. Como o assacu é dotado de fortes espinhos no seu tronco, cela va sans dire que as toupeiras nunca poderão alcançar-me na copa da grande árvore.

Quanto àquela obra de pretenso revisionismo da História de Rondônia que foi editada por um órgão ligado à Universidade Federal de Rondônia, não sei por qual gênero de ingerência política, lamento informar às hostes esquerdistas de plantão que de fato foi um dos maiores fiascos que surgiram aqui na literatura de Rondônia e que os responsáveis por tal edição desvairada deveriam ser condenados a devolver aos cofres públicos os recursos financeiros gastos com tal projeto fracassado, evidentemente se se tratar de recursos dos cofres públicos. Aliás, salta aos olhos a evidência de que o autor de tal delírio não tem argumentos para defender suas próprias teses absurdas e está recorrendo ao apadrinhamento de terceiros para dissimular a falcatrua que tentou cometer e que foi descoberta por todos os autores de obras de cunho histórico de Rondônia. Se alguém ainda tentar continuar impingindo como séria uma “obra” que subverte até a Geografia da região, então o assunto passa a ser da alçada do Ministério Público, já que tal gênero de falcatrua constitui crime de ação pública. A parte que competia aos escritores já foi feita no seu devido tempo, cabendo agora aos órgãos responsáveis tratar do aspecto criminal que tal episódio envolve, já que há fortes suspeitas de que um livro de qualidade duvidosa teve a chancela e o financiamento de órgão público ligado ao ensino superior, coonestando uma fraude literária de muito fácil comprovação. Compete ao Ministério Público proceder à apuração de tal ilícito que somente deprecia a credibilidade dos autores sérios de Rondônia.

Fonte: MATIAS MENDES  -  matiasmendespvh@gmail.com
Membro fundador da Academia de Letras de Rondônia.
Membro correspondente da Academia Taguatinguense de Letras.
Membro correspondente da Academia Paulistana da História.
Membro da Ordem Nacional dos Bandeirantes Mater.
Membro do Instituto Histórico Geografico de Rondônia

 

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