Sexta-feira, 26 de outubro de 2007 - 12h31
O Seminário de História realizado pela Fundação Cultural Iaripuna, encerrado na última quinta-feira, transcorreu sob o clima da polêmica gerada em torno das medidas tomadas pelo Exército para coibir a malandragem governamental que pretendia esbulhar um terreno de propriedade da União e sob a responsabilidade do Exército a pretexto de construir um teatro cujas obras foram iniciadas e paralisadas há muitos anos, muito provavelmente porque os recursos financeiros destinados a tal obra foram malbaratados ou desviados para os bolsos de políticos corruptos como costuma acontecer por aqui.
As versões a respeito do fato que foram divulgadas pela imprensa quase todas seguiram a linha de sofismar a verdade, buscando coonestar a atitude malandra dos governantes de Rondônia, muitos dos quais, sabidamente, acumularam fortunas mediante o expediente de açambarcar terras públicas e piratear recursos naturais como madeiras, minérios e até recursos hídricos protegidos pelo manto da impunidade da condição de políticos.
Habituados à grilagem de terras rurais e urbanas que permitiu a alguns deles implantarem no interior do Estado de Rondônia até mesmo enclaves feudais já em pleno século XX, acreditaram, com base na forma tosca que têm de raciocinar, que encastelados no poder do Estado poderiam investir impunemente no projeto de açambarcar terras urbanas sob a guarda do Exército. Arrogantes e açodados porque agora acreditam que os enclaves feudais de onde procedem podem ser reproduzidos em tamanho gigante por todo o Estado, acabaram por esbarrar nos princípios de honra e dever de uma instituição séria que é pautada pelo rigor do método, a pontualidade e a afeição às regras claras. A resposta ao abuso governamental foi data na medida exata da afronta, em tempo real, de forma absolutamente cristalina e com a responsabilidade da cadeia hierárquica de comando.
No caso em epígrafe, somente os néscios oriundos de enclaves feudais poderiam acreditar que o general Bringel enviaria uma Companhia da unidade militar regional sob seu comando para ocupar uma propriedade cuja responsabilidade não lhe estivesse afeta. Por outro lado, ao contrário do que propagaram de forma errônea muitos integrantes da imprensa local, ninguém em sã consciência poderia pensar que o general Bringel colocaria homens ostensivamente armados na rua sem a devida ordem superior, que de fato houve, como ficou provado pela sábia decisão judicial em caráter liminar prolatada pelo brilhante Juiz Federal Flávio da Silva Andrade.
Ora, é curial compreender que se Porto Velho até hoje não dispõe de um Teatro não é por culpa das Forças Armadas que ocupam algumas escassas porções de terras urbanas, terras que são estritamente necessárias à operacionalidade de unidades militares. Unidades militares carecem de áreas apropriadas para treinamento e instalações para abrigar de forma conveniente os equipamentos que lhes são próprios. Somente quem não conhece o alcance de obuses, metralhadoras e fuzis poderia julgar que uma unidade militar acantonada numa cidade poderia ficar restrita à área reduzida de um simples quartel.
Alguns segmentos menos esclarecidos da comunidade cultural de Porto Velho, usados marotamente pela mídia governamental como inocentes úteis, se prestaram ao papel pouco ou nada edificante de satirizar e ridicularizar as medidas absolutamente corretas postas em prática pelo Comandante da 17ª Brigada de Infantaria de Selva. Alguns até chegaram ao perigoso nível de aventar supostas irregularidades financeiras cometidas pelo Comandante. Pelo que eu conheço dos militares, tais insinuações irresponsáveis ainda vão render alguns desdobramentos, pois lançar suspeitas sobre a honorabilidade de um oficial general que apenas cumpriu o seu dever não é nada salutar. No caso, na eventualidade de o Comando Militar da Amazônia instaurar um IPM para apurar os fatos publicamente veiculados pela imprensa, por certo que teremos jornalistas aqui pela terrinha de Rondon literalmente em palpos de aranhas. Ao final desse eventual IPM, ao ser comprovado pelo procedimento apuratório que o general Bringel apenas cumpriu o seu dever de ofício e nunca malversou verbas públicas de quaisquer naturezas, o Exército processará os responsáveis pelas notícias falsas no âmbito criminal, sem prejuízo do processo cível que o próprio general Bringel poderá pessoalmente mover contra os autores de tais noticiários.
Quanto ao aparato mobilizado pelo Exército para coibir o abuso do Governo do Estado, vale salientar que as unidades militares da região estão em fase de manobras, realizando exercícios que são feitos anualmente. O efetivo empregado foi exatamente para uma medida de segurança, evitando que algum ato de inconseqüência e arbitrariedade do governante civil provocasse uma eventual tragédia entre alguns poucos integrantes do Exército e alguma força numerosa enviada ao local pelo Governo do Estado, ato que resultaria numa tragédia das proporções de Corumbiara em plena área central da Capital de Rondônia.
O general Bringel provou que é um Comandante muito bem preparado e que, embora não tenha sido graduado numa Academia Militar Francesa, parece conhecer muito bem
Fonte: MATIAS MENDES
Membro fundador da Academia de Letras de Rondônia.
Membro correspondente da Academia Taguatinguense de Letras.
Membro correspondente da Academia Paulistana da História.
Membro da Ordem Nacional dos Bandeirantes Mater.
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