Domingo, 11 de novembro de 2007 - 06h18
Como se fosse um portentoso contraponto à ofensiva daqueles monoglotas ressentidos que buscam por todos os meios impingir ao público um "livro" cujo conteúdo repleto de equívocos faz até parecer que o autor da obra procura adrede perverter toda a História de Rondônia, enquanto os monoglotas ressentidos perdem-se em catilinárias estéreis buscando fazer parecer que eu não sou de fato quem os mais respeitáveis críticos literários e estudiosos da literatura afirmam que sou, tanto no Brasil quanto na França, acabo de receber exatamente da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literáriasrios e estudiosos da literatura afirmam que sou, tanto no Brasil quanto na França, chega-me a mais que auspiciosa informação de que o meu livro Lendas do Guaporé foi selecionado pela Câmara do Livro da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias como um dos Livros do Ano, condição que me valeu a outorga da Medalha do Mérito Acadêmico e o seu respectivo Diploma, conforme comprova o Ofício de nº MM 03/11-CL-07 em meu poder e à disposição de quem quiser confirmar a notícia. Aliás, tal foi o vulto da honraria que desta feita a própria Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia, por indicação do Deputado Wilber Coimbra, resolveu assumir a vanguarda das homenagens, colocando em pauta uma matéria para reconhecer de público o valor do seu antigo funcionário, l'éternel dernier que deixou as purezas dos barrancos do legendário Guaporé, nos idos do início da década de setenta do século passado, para cumprir inúmeras andanças pela Amazônia afora, inclusive pour l"Amazonie Française.
Cela va sans dire que estou muito feliz com o sucesso em nível nacional do livro Lendas do Guaporé, livro prefaciado por nada menos que o historiador bandeirante Manoel Rodrigues Ferreira e apresentada pelo PhD Euro Tourinho Filho na época em que exercia o cargo de Reitor da ainda nascente Universidade Federal de Rondônia. Se por acaso eu fosse redigir esta matéria na língua francesa, conforme já redigi e publiquei muitas outras que foram do velho e legendário ALTO MADEIRA direto para as páginas de periódicos franceses, por certo começaria dizendo que change le collier, mais les chiens sont toujours les chiens, em acachapante e cabível referência à sandice daqueles que ainda insistem em nadar contra a correnteza do fabuloso Guaporé, ainda que para tanto tenham de recorrer ao risível apedeutismo de inverter a corrente do legendário rio na direção da Bacia do Prata, única forma de se poder dar razão àquele autor, um certo poeta menor e historiador de nulidade comprovada, que considera e apregoa que o Forte do Príncipe da Beira (minha pequena e querida terra natal) está localizado abaixo do Forte de Bragança ou Fortim de Nossa Senhora da Conceição.
A expressão francesa citada acima tem o exato sentido de que as catilinárias que me dirigem de forma direta ou indireta só mudam de autor, cada um, de per si, repetindo o mesmo amontoado de sandices de rábulas monoglotas e ressentidos pelo fato de que um matuto guaporeano, criado em cabanas de teto de palha e chão batido, tenha sido o responsável por Rondônia figurar finalmente na galeria nacional de grandes autores. Já consagrado no gênero poético entre os 178 Poetas Maiores do Brasil, agora também estou irremediavelmente consagrado pela prosa despretensiosa de Lendas do Guaporé, livro do qual eu não esperava nada mais que efetuar o resgate de parte da história quase perdida do povo guaporeano, povo de cujo seio saíram os melhores atiradores da unidade militar de Guajará-Mirim, os melhores nadadores (que não nadam contra a corrente do rio) e os homens mais corajosos dos quais se tem notícia no Estado de Rondônia. Destarte, conforme já afirmei em outras oportunidades, um guaporeano nunca atira de tocaia em outro ser humano, nunca atira pelas costas de ninguém, mas pode atirar na cara ou no peito de qualquer abusado com um insuspeito sorriso nos lábios. Tocaias lá para as bandas do Guaporé, onde a palavra obra tem também sentido de produto de diarréias, são reservadas apenas à caça de ariscos veados ou de nambu-azuis muito matreiras. Como se diz em latim que ridendo castigat mores, o homem guaporeano, que ainda reza ladainhas em latim, pode muitas vezes ser o carrasco sorridente de desavisados que confundem a placidez clássica do guaporeano com falta de coragem para reagir. Ao longo da História, e Lendas do Guaporé enfoca en passant tal traço da personalidade do guaporeano, não foram poucos os que sucumbiram com tiros no peito ou na cara desfechados por sorridentes e pacatos guaporeanos. Também não foram poucos os desavisados que tombaram com os abdomes rasgados por afiadas facas (conquanto tal método seja particularmente repugnante e fedorento), isto quando não se trata de algum guaporeano com preparo militar adquirido além-fronteira, com amplos conhecimentos de esgrima e manejo prático da espada, capaz de degolar ou abrir a cabeça de um agressor em uma fração infinitesimal de segundos...
Quem ainda não leu Lendas do Guaporé, livro agora consagrado ainda na primeira edição como um dos Livros do Ano do Brasil, com direito a aparecer em todos os órgãos especializados em literatura de verdade (e não em pretensos revisionismos desvairados da História), por certo que desconhece que os guaporeanos nunca tiveram nem vergonha e nem remorsos pelo fato de serem integralmente homens. Aliás, há muitos anos, algo em torno de uma década, escrevi um extenso artigo enfocando a tese de que o homem guaporeano é uma espécie de gaúcho do Norte exatamente pela sua cultura de defender a vida, a família e a propriedade sem a menor preocupação com o fato de ter de lambuzar as mãos com o sangue do eventual inimigo. Nós do Guaporé somos de fato muito corteses, afáveis e hospitaleiros, mas sabemos perfeitamente reagir à altura de uma ofensa caso a oportunidade se apresente. Dependendo do grau da ofensa, alguns tabefes resolvem, ou mesmo apenas um tabefe aplicado com o devido cálculo, como aquele famoso coup de la mort que apliquei num abusado de mais de cem quilos de peso, a bordo de um avião da VASP, numa escala no aeroporto de Várzea Grande, em 1990, durante um vôo de Belo Horizonte a Porto Velho. Os detalhes aqui contemplados servem para os curiosos confirmarem se o fato aconteceu ou não. Eu transgredi uma regra do ensinamento militar, que proíbe terminantemente o uso do coup de la mort em escaramuças civis, fora de teatros de guerra, mas derrubei o paquiderme para todo mundo ver. Depois, quando ele recobrou um pouco do fôlego adrede suprimido, eu estava exatamente em cima dele para dizer-lhe que aquela lição era para ele nunca mais mexer com um negro desconhecido, pois ele apanhou por causa de uma pilhéria de mau-gosto e racista. Houve também aquele outro caso conhecido, que aconteceu no Forte do Príncipe da Beira, em 2002, na época em que fui agregado ao Exército para proceder aos trabalhos de demarcação do sítio histórico do Labirinto da Baía Redonda, quando surrei um esbirro de certo sujeito que me fez uma ameaça de morte. Bati só na cara do sujeito para que ele tivesse de fato motivos para assassinar-me, mas nada me aconteceu até hoje. A cara do sujeito ficou deformada pela saraivada de bons tabefes que lhe apliquei. No cenário de tal confronto estava nada menos que o Coronel Pqd José de Castro Gama, Comandante do 6º Batalhão de Infantaria de Selva, meu Comandante de fato e de direito, já que eu me reportava diretamente a ele a respeito de todos os trabalhos que estava realizando ali no 1º Pelotão de Fuzileiros de Selva. Como o sujeito apanhou por estar envolvido com pistolagem, não houve queixa e nem inquérito instaurado pela Polícia Civil de Costa Marques, mas houve procedimento apuratório no âmbito militar, pois o fato aconteceu dentro de uma área militar à qual eu estava agregado formalmente. A Segunda Secção apurou que havia mesmo ocorrido a ameaça de morte contra mim e que havia sido proferida lá dentro da área militar. A minha reação foi considerada profilática e pedagógica, não sendo, portanto, passível de qualquer sansão, que no caso seria o meu imediato desligamento do projeto que estava sob a minha responsabilidade direta.
A reminiscência de tais fatos não constitui nenhum ato de pabulagem ou de gabolice de minha parte, conforme insinuam medrosamente alguns monoglotas ressentidos e rábulas enfatuados. Se lembro tais fatos é apenas para refrescar a memória daqueles que sabem muito pouco a meu respeito, que ainda não aprenderam que jabuti não sobe em árvores, que parecem querer ignorar que eu sou mesmo um jabuti postado na copa de um frondoso assacu cujo leite provoca irreversível cegueira. Ego sum qui sum, sed ceca invidia est... Rábulas enfatuadas não entendem o sentido da expressão vertida ao latim, mas os grandes causídicos e juristas sabem perfeitamente o que estou dizendo na mais escorreita declinação latina. A grande verdade é que algumas pessoas que pensam que podem, se soubessem em que tipo de abismo estão imprudentemente beirando, certamente elas teriam justificados pesadelos pelo resto de suas fúteis vidas...
Fonte: MATIAS MENDES - matiasmendespvh@gmail.com
Membro fundador da Academia de Letras de Rondônia.
Membro correspondente da Academia Taguatinguense de Letras.
Membro correspondente da Academia Paulistana da História.
Membro da Ordem Nacional dos Bandeirantes Mater.
Membro do Instituto Histórico Geografico de Rondônia
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