Domingo, 25 de maio de 2014 - 20h51
Vila Murtinho, distrito de Nova Mamoré, fica localizada onde os rios Mamoré e Beni formam o rio Madeira. Era um importante entreposto comercial, fundada em 1911 ou 1912. No local chegava um ramal da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, para levar gêneros alimentícios e ferramentas para os seringais bolivianos, especialmente aqueles pertencentes à Casa Suarez, importantes seringalistas da região.
Ao receber as fotos abaixo, do repórter-fotográfico Jota Gomes, fui pesquisar, já que não sabia quase nada sobre a localidade. Tive um colega no curso de Turismo, Oswaldo Souza, que se tornou conhecido em Porto Velho nos anos 60, 70 e 80, a quem perguntei onde nasceu e recebi como resposta: "Onde nasci não existe mais". Insisti: "E onde era?". De cabeça baixa Oswaldo respondeu "Vila Murtinho".
Na rápida pesquisa que fiz agora pela manhã, encontrei uma crônica assinada por Simon O. Santos, Membro da Academia Guajaramirense de Letras. Abaixo reproduzo um trecho em que conta uma cheia ocorrida por volta de 1912:
“(...) As chuvas de fevereiro prenunciavam um inverno ainda mais rigoroso, mas ninguém conseguia imaginar que a vida em Vila Murtinho nunca mais seria a mesma depois que aquele inverno acabasse. As primeiras pistas não tardariam a chegar. No dia 12 de fevereiro, os rios começaram a inundar o pequeno povoado, poucos deram importância ao caso, pois era sabido que desde a sua fundação por um grupo de missionários católicos, as cheias nunca chegavam a atingir as residências mais próximas das margens dos rios Mamoré e Madeira. (...)
Os moradores foram sendo desalojados de suas casas e abrigados em barracos improvisados nas áreas mais altas do povoado. O vai e vem de montarias deu lugar ao tráfego de canos nas ruas inundadas. As pessoas pensando que as águas logo baixariam, não perceberam que alguns trechos da ferrovia ficaram submersos, impedindo a passagem dos trens, deixando a Vila Murtinho e Guajará-Mirim completamente isolados de Porto Velho. (...)”
Qualquer semelhança com o que aconteceu este ano não é mera coincidência. Sugiro que leiam a crônica completa. Linque aqui.
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