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Hiram Reis e Silva

Golpe de Estado ou Golpe de Governo


Golpe de Estado ou Golpe de Governo - Gente de Opinião

Bagé, 22.11.2022

 

Mais uma vez tenho a honra de repercutir um belo artigo de meu caro Amigo, Irmão e Mestre Higino Veiga Macedo, editado em 30 de setembro de 2022.

Golpe de Estado ou Golpe de Governo

(Por Higino Veiga Macedo)

É impressionante como pessoas se encantam por palavras. Não sei se pela musicalidade ou grafia. Para ser conciso, mostro apenas um exemplo: gestão... palavra que passou a significar, sem ser, ter o significado, de administração, governo; mas o étimo ([1]) é de quem é capaz de: gerar, gestar, gestação, útero de fêmea. Junto vai: democracia, estratégia, gover­nança...

E, nessa, toada se depara com “GOLPE DE ESTADO”. A mim sempre foi Golpe de Governo. Por uso de alguma força, se remove um governo fraco e se implanta outro, sem o amparo legal. Com arcabouço legal é IMPEDIMENTO, que os brasileiros preferem arrotar o estrangeirismo: “impeachment”. Claro, poderá haver reformas: no “regime de Governo e ou de Estado”, mas o Estado existirá, sempre. Portanto, é possível ter mudança na forma de governar. Em geral é por revolução (Re – Evolução). O Estado sempre existirá, pois não há como mudar a nação (povo e população), nem o território e nem os costumes (cultura).

Às vezes, penso que a repetição de palavras sem entender a etimologia, a semântica e muito menos a hermenêutica, se dá por dose de bravata momen­tânea e assim ser notado como tendo alguma lúcida intelectualidade. Infelizmente Joseph Goebbels sempre se repete: “uma mentira mil vezes repetida vira verdade”.

Ao se tratar da história do Brasil, se nota historiadores arrotando liberalismo, mas viajando pelo marxismo, sobre movimentos que mudaram as FOR­MAS e REGIMES DE GOVERNO no Brasil. Até a Inde­pendência do Brasil já foi taxada de golpe estado de D Pedro I ao reino de Portugal. Os marxistas, sempre absolutistas, em Regime de Estado, onde se aproximam de monarquistas, espumam a boca afirmando que a Proclamação da Republica foi um Golpe de Estado: “sem a participação popular”.

Nunca houve participação popular em guerra civil. Sempre foi entre tropa regular contra tropa irregular, quase sempre forçada por líderes teóricos e déspotas. Vide Mao Tse-tung, Lênin, Ho Chi Minh, Fidel Castro e tantos outros pela historia recente.

No Brasil, os marxistas em geral, qualquer que seja o exercício de autoridade, já anunciam como “au­toritarismo”... “tentativa de golpe”, “de golpe de Estado”... Seguem à risca o decálogo de Lênin. Seguem sempre o mestre Lênin: “Acuse os adversários do que você faz, chame-os do que você é”.

Retomando o título, não há como ter GOLPE DE ESTADO. Há no máximo Golpe de Governo com possibilidade de se ter mudanças na forma de governo, na forma de governar, no máximo.


 

(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;

 

Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)

Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);

Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);

Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);

Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)

Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);

Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);

Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);

Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)

Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);

Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)

Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).

Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).

E-mail: [email protected].



[1]    Étimo: verdadeiro significado de uma palavra, de acordo com a sua origem. (Hiram Reis)

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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