Sexta-feira, 19 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Dante Fonseca

Acadêmicos da ACLER participaram do II Colóquio do IGHA


Entre os dias 21 a 23 de abril de 2016, realizou-se na cidade de Manaus, capital do Estado do Amazonas, o II Colóquio de História e Geografia da Amazônia, promovido pelo Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas.

O evento contou com a participação do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, representado por seu Presidente Euges Lima; Instituto Histórico e Geográfico de Rondônia, representado por sua Presidente Yêdda Pinheiro Borzacov e o associado prof. dr. Dante Ribeiro Fonseca, ambos acadêmicos da ACLER; Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, representado por sua Presidente Antônia Terezinha dos Santos Amorim e os associados Padre Sidney Canto e Jubal Cabral Filho, do núcleo de Itaituba. Do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas participaram os seguintes membros: Antônio José Souto Loureiro – Presidente, Marita Socorro Monteiro – Vice Presidente, João Bosco Botelho – segundo Vice-Presidente, José Geraldo Xavier dos Anjos – Secretário Geral, Rosa Mendonça de Brito, José Braga, Almir Diniz de Carvalho, Pedro Lucas Lindoso, Armando Andrade de Menezes, Manuel Roberto Mendonça, José Maria Pinto de Figueiredo, Julio Santos, Paulo de Brito Feitosa, Agnaldo Nascimento. Participaram, como ouvintes, mais de 100 alunos da Universidade do Estado do Amazonas e da Universidade Nilton Lins.

O evento serviu para uma reflexão e o compartilhamento de novas pesquisas sobre a história e a geografia da Amazônia, no âmbito dos Institutos Históricos e Geográficos e das Universidades as quais seus membros são associados.

Acadêmicos da ACLER participaram do II Colóquio do IGHA - Gente de Opinião

Mesa de abertura do evento: da esquerda para a direita pelo Antônio José Souto Loureiro, Antônia Terezinha dos Santos Amorim e Yêdda Pinheiro Borzacov

A programação do Colóquio teve inicio no dia 21 de abril de 2016, com a mesa composta pelo dr. Antônio José Souto Loureiro (IGHA), profa. Antônia Terezinha dos Santos Amorim e nossa acadêmica Yêdda Pinheiro Borzacov. Abrindo e evento, o Presidente do IGHA, Antonio José Souto Loureiro deu as boas vindas aos participantes e passou a palavra ao associado do IGHA e secretario do Colóquio, José Maria Pinto de Figueiredo para que coordenasse as apresentações dos trabalhos que foi seguido da seguinte forma: Manaus, madrinha de Brasília – 60 anos da visita de JK ao Amazonas, por Pedro Lucas Lindoso; Reconstrução do Pajé amazônico, prof. dr. João Bosco Botelho; Pombal X Ordens – Estado Laico X Estado Religioso, Antonio José Souto Loureiro, e A História da Amazônia nos livros de história geral do Brasil, Dante Ribeiro da Fonseca. Após um intervalo de quinze minutos, agora sob a coordenação do associado Pedro Lucas Lindoso, continuaram as apresentações, conforme segue: A importância da Amazônia na Segunda Guerra Mundial – A guerra do fim do mundo, por Antonio Loureiro. Todas as apresentações foram debatidas pelos presentes.

Na parte da tarde, sob a coordenação de José Maria Pinto, foram apresentados os seguintes trabalhos: Francis de Laporte de Castelnau e sua passagem pela Comarca do Alto Amazonas e a Província do Pará, por José Geraldo Xavier dos Anjos; Aspectos da gripe espanhola em Manaus, Júlio Santos; Paisagem Cultural Amazônica relevância e fundamentação jurídica, Prof. Dr. Paulo Brito Feitoza; Eduardo Ribeiro, O Pensador, Adriana Nascimento. Após o intervalo, e sob a coordenação do associado Roberto Mendonça, o Presidente do IGHA, Antonio Loureiro apresentou a pesquisa “O negro na Amazônia: africanos livres e abolicionistas precursores”, ao final da apresentação foram abertos debates e se seguiu o encerramento do primeiro dia do Colóquio.

No dia 22 de abril de 2016, as 9 h., reiniciou o Colóquio, sob a coordenação do associado José Maria Pinto, quando foram apresentados os seguintes trabalhos: A nebulosa figura de Eduardo Ribeiro - Alfredo Loureiro e Luciana Gil de Souza; Memórias de Manaus: cidade e nostalgia em Frauta de Barro de Luiz Bacellar, de Fabio Fadul de Moura; A cabanagem na Amazônia, de Antônia Terezinha dos Santos Amorim; e A igreja e cabanagem, pelo Padre Sidney Canto. Após as apresentações houve debates e intervalo.  Após o intervalo os Presidentes dos Institutos Históricos e Geográficos, presentes ao Colóquio reuniram-se para traçar A Carta de Manaus, que foi coordenada e redigida pelo associado Pedro Lindoso, sendo lida e aprovada na seguinte forma:

CARTA DE MANAUS

Os participantes do II Colóquio dos Institutos Históricos e Geográficos da Amazônia, realizado na cidade de Manaus-AM, nos dias 21 a 23 de abril de 2016, conscientes de suas responsabilidades, principalmente para com os estudos científicos inerentes aos acontecimentos do passado, no tempo e no espaço, com foco principal na Região Amazônica, deliberaram preliminarmente:

RATIFICAR todos os termos da CARTA DO TAPAJÓS, emanada do I Colóquio dos Institutos Históricos e Geográficos da Amazônia, realizado na cidade de Santarém-PA, nos dias 13 e 14 de março de 2015, cujas deliberações aqui se transcrevem:

1) manifestar a preocupação de estudiosos das questões da Amazônia referente aos problemas que hoje afligem as populações desta região, e que entendemos devam ser incluídas na historiografia, uma vez que afetam nosso tempo e nosso espaço;

2) consoante às dificuldades de acessar arquivos e documentos primários de pesquisa, criar uma rede de comunicação amazônica entre os IHG’s da região que possa favorecer o acesso às fontes de pesquisa;

3) diante do desafio de ampliar o diálogo entre os IHG’s existentes na Amazônia (estaduais: Belém, Manaus e Porto Velho; regional: Tapajós; e municipal: Parintins), nos comprometemos em promover uma maior troca de ideias e de experiências que possam ajudar a vencer a grande barreira das distâncias e a construir um movimento que contribua para ampliar a compreensão histórica sobre a Amazônia. Propomos, portanto, a criação de uma Confederação de Institutos Históricos e Geográficos da Amazônia que tenha como principal objetivo, o de favorecer essa comunhão e diálogo;

4) incentivar a criação de novos Institutos Estaduais nas capitais da Amazônia onde os mesmos não existam, bem como a criação de Institutos Regionais ou Municipais;

Além do exposto acima, expressamente deliberamos o seguinte:

1 - Pugnar pela preservação do patrimônio histórico, artístico, cultural e natural da Amazônia para que, com a devida chancela de todos os níveis de poderes de nossa Federação, a sociedade possa fruir e deleitar-se dos espaços: naturais, urbanos e culturais; buscando parcerias junto a outras instituições (IPHAN, Ministério Público, etc.) para definir quais são as urgências de proteção neste campo específico.

3 - Também, no intuito de ampliar o diálogo entre os IHG’s existentes na Amazônia, preparar-se com antecedência para celebrar os 200 anos da Independência em 2022. E ainda, com espirito de união e patriotismo, comemorar, em 2023, os 200 anos dos eventos históricos ocorridos em 1823, com a paulatina adesão definitiva dos polos políticos da Amazônia à Independência do Brasil, dada aos brasileiros em 7 de setembro de 1822.

3 - Promover um Pacto Cultural, com propostas de valorização das manifestações culturais e históricas da região com o objetivo de inserção efetiva da Cultura e Historiografia amazônica no contexto nacional. E ainda, lutar por uma maior e efetiva participação dos amazônidas e seus representantes, nas decisões e projetos concernentes à Região Amazônica.

4 - No intuito de dar publicidade ao Pacto Cultural ora proposto e divulgá-lo amplamente, cada Instituto signatário enviará aos representantes dos respectivos poderes estaduais e municipais, bem como secretarias e órgãos culturais e afins, cópia do presente documento, propondo a ampla difusão dos ideais propostos. Solicitar aos parlamentares federais de cada unidade da federação aqui signatária, mormente os senadores, para divulgar e prestigiar o referido Pacto Cultural a nível nacional.

5 - Para fins de ampliar o diálogo entre os IHG’s existentes na Amazônia (estaduais: Belém, Manaus e Porto Velho; regional: Tapajós; e municipal: Parintins), presente na Carta de Tapajós, retro transcrita, anunciar o III Colóquio dos Institutos Históricos e Geográficos da Amazônia, a ser realizado em Manaus, durante as comemorações do Centenário da criação do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas – IGHA, em março de 2017;

Manaus, 23 de abril de 2016.

Assinaturas:

Antônio José Souto Loureiro – Presidente do IGHA

Yêdda Pinheiro Borzacov – Presidente do IHGR

Antônia Terezinha dos Santos Amorim – IHGTAP

Após a aprovação da Carta os Presidentes dos Institutos, decidiram que o III Colóquio dos Institutos Históricos e Geográficos da Amazônia, seria na cidade de Manaus, fazendo parte das comemorações do Centenário do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, ficando o de 2018 para ser realizado em Porto Velho, Rondônia.

O Presidente do IGHA e anfitrião do II Colóquio dos Institutos Históricos e Geográficos da Amazônia agradeceu apresença de todos que participaram do evento e encerrou o Colóquio.

A parte social do evento contou com um almoço, constituído de pratos de peixes regionais; de um jantar especial de encerramento e de um passeio turístico à região das Anavilhanas, a uma maloca dessana, onde foram apresentados rituais especiais e ao Encontro das Águas, onde o associado de Rondônia Dante Ribeiro Fonseca foi batizado, nas duas águas e recebeu o título honorífico de Cavaleiro do Rio Negro e do Solimões e Defensor Perpétuo da Amazônia. A parte, a troca de experiências, de livros e de ideias, constituindo-se talvez em uma das partes mais importantes do encontro. Dos trabalhos desse evento resultará uma publicação do IGHA a ser lançada proximamente.

Acadêmicos da ACLER participaram do II Colóquio do IGHA - Gente de Opinião
 

Alguns dos participantes dos diversos Institutos ao final do colóquio na sede do IGHA.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoSexta-feira, 19 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Todo boato tem um fundo de verdade: o Ponto Velho, o Porto do Velho e Porto Velho

Todo boato tem um fundo de verdade: o Ponto Velho, o Porto do Velho e Porto Velho

O último artigo que publiquei aqui tratou da figura do “velho Pimentel”, um personagem que, apesar de seu caráter até agora mítico, parece estar ind

A origem da cidade de Porto Velho e o velho Pimentel

A origem da cidade de Porto Velho e o velho Pimentel

Todos sabem que a origem da cidade de Porto Velho coincide com a última tentativa de construção da ferrovia Madeira-Mamoré em 1907. Naquele ano, ao

Ciclos econômicos e migração marcaram a história de Porto Velho desde a sua criação

Ciclos econômicos e migração marcaram a história de Porto Velho desde a sua criação

Há mais de 100 anos um trecho do alto Madeira presenciava o surgimento de uma nova povoação, em razão do início da construção da Estrada de Ferro Ma

Memórias de um médico veterinário

Memórias de um médico veterinário

De vinte e cinco anos para esta parte, ou seja, desde que publiquei meu primeiro livro (História Regional, em coautoria com o professor Marco Antoni

Gente de Opinião Sexta-feira, 19 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)