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CHUTANDO O BALDE

CHUTANDO O BALDE - PÁTRIA EDUCADORA


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Segundo recente pesquisa realizada pelo Ibope, 44% da população brasileira não lê absolutamente nada e 30% nunca comprou um livro. Se estendermos a pesquisa ao universo de 50 países, o Brasil ocupa o 37º lugar no ranking mundial dos leitores, liderado pela Índia, segundo a empresa norte-americana NOP World.

A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, encomendada pelo Instituto Pró-livro, ouviu 5.012 pessoas, alfabetizadas ou não, representando 93% da população brasileira, em 2016.

Sabe-se que nessas pesquisas a situação da Região Norte é ainda mais preocupante, posto que o índice dos que nada leem pode chegar a mais de 60%.

Desde a minha infância, nas securas do sertão nordestino, ouvia minha professora, nos espaços da leitura de um texto qualquer, reproduzir uns versinhos rimados que reverberavam nas cabecinhas pensantes daquela época: quem não lê, mal fala, mal ouve, mal vê. Quando me iniciei no sacerdócio do magistério, acrescentei, fugindo da rima pobre, e mal escreve.

Em Rondônia, salvo pequenos projetos pontuais, pouco se faz pela leitura, mesmo nossos gestores públicos sabendo que esse hábito é dos mais importantes meios, para se trabalhar a mente e aprimorar o autoconhecimento.

Em alguns estados americanos, há um costume que parece não significar muito, mas que a mim se apresenta de suma importância: nos chás de bebê, os convidados levam, como presentes, livros infantis, que irão decorar o berço do recém-nascido.

Segundo os especialistas, mesmo sem saber ler, a criança se acostuma com o papel, com as cores, com as figuras e, à medida que o tempo passa, adiciona uma nova descoberta: a voz da mãe lendo pequenos textos, antes de adormecer. A maioria, a partir dos cinco anos, começa a decodificar a escrita, lendo os livros que lhe foram presenteados, outros o fazem em tablets. Daí a se transformarem em futuros leitores basta um pequeno passo.

No Brasil o que mais se presenteia em chás de bebê é fralda...

Quantos insights já brotaram de nossa mente, durante a leitura de um livro? Quanto de criatividade não incorporamos as nossas ações? A leitura melhora o raciocínio e desenvolve o espírito crítico.

Não adianta culpar a internet, o face, o whatsapp pelo acúmulo de informações − a maioria, pífia – a que o ser humano é submetido a cada instante, afastando-o da leitura. O que falta é incentivo; se o problema é ler na telinha, compre um e-book.

Lembro de um Secretário de Educação, que convidou os membros da Academia de Letras de Rondônia (Acler), entre eles ícones da literatura rondoniense, como Cláudio Feitosa, José Dettoni e Viriato Moura, para anunciar a compra de livros de autores regionais, com o propósito de abastecer as bibliotecas escolares.

Um avanço, sem dúvida! Como a proposta governamental exigia um mínimo de exemplares de cada escritor, um dos quinze contemplados chegou a solicitar da Editora Scortecci, em São Paulo, o envio urgente de + 500 livros da sua lavra, custeados do próprio bolso.

Depois de meses enganando os indignados acadêmicos, e já fantasiado de Chefe da Casa Civil, mandou anunciar o estúpido blefe, dizendo que a Secretaria não podia comprar livros de cultura regional/geral, mas e tão somente livros didáticos: informação, constatada depois, sem cunho de verdade.

Sequer devolveram os livros exigidos (04 de cada autor), para o parecer de uma comissão dita abalizada.

O filósofo Confúcio, nas ondas do tempo, tem nos ensinado, diplomaticamente, há mais de dois milênios:“Saber o que é correto e não o fazer é falta de coragem”.

 No popular, retirado do âmago da indignação: é pilantragem, é desrespeito para com os escritores/acadêmicos de Rondônia.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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