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Abnael Machado

Formação Histórica Social do Estado de Rondônia - II


Formação Histórica Social do Estado de Rondônia  - II - Gente de Opinião
 Tratado de Tordesilhas firmado entre Portugal e a Espanha em 07 de junho de 1494, deslocou a linha divisória do Papa Alexandre VI para - 370 léguas, a oeste do arquipélago de Cabo Verde.
CONVENÇÃO: 
a - b  - Linha de Tordesilhas (1494)
1 - Arquipélago da Madeira
2 - Arquipélago das Canárias
3 - Arquipélago de Cabo Verde
4 - Espanha
5 - Portugal



Século XVI ao Século XIX 

As divergências entre Portugal e a Espanha quanto a exata posição do meridiano de Tordesilhas relativa às terras e oceanos que delimitava entre eles prosseguiam. Seus cartógrafos elaboravam cartas geográficas o posicionando de acordo com os interesses expansionistas de cada um dos contentedores. Por exemplo, na América do Sul, os portugueses propugnavam que a linha iniciava sua passagem na foz do rio Oiapoque a norte, prosseguindo até o golfo São Matias (Argentina) ao sul, ficando Portugal de posse dos estuários dos rios Amazonas e do Prata (rio Paraná). Os espanhóis defendiam seu início na foz do rio Parnaíba ao norte e seu término no litoral do Rio de Janeiro ao Sul. Decorrente de Cláusulas dúbias nos tratados e acordos políticos, repassados aos estados que originaram a Bolívia e o Brasil se empenharam em conflito fronteiriço, o qual derimido por acordo deu origem aos estados brasileiros do Acre e de Rondônia.


1580 a 1700


Um acontecimento político na Europa, a unificação das coroas de Portugal e da Espanha por Felipe II, o qual apoderou-se do trono português em 1580; em decorrência da morte do Cardeal Dom Henrique governante de Portugal em substituição ao rei Dom Sebastião morto na África, em 04 de agosto de 1578 na batalha de Alcacer-Quibi da guerra de conquista do Marrocos, teve importantíssima repercussão na formatização do espaço geográfico e no desenvolvimento histórico social do Brasil, decorrente da suscessão de muitos fatos ocorridos no decurso dos sessenta anos de unificação dos dois impérios da qual os portugueses souberam aproveitar para expandir seus domínios da América do Sul ultrapassando os limites demarcados pelo meridiano de Tordesilhas, sem protestos dos espanhóis. Na região sul expandiram-se até o estuário do rio Prata (Paraná), na direção oeste alcançaram os rios Paraná e Paraguai, no rumo do nordeste a, partir da Bahia, se instalaram no rio São Francisco (rio dos Currais), em atividade de pecuária, principalmente criação de gado bovino. Na direção do norte, após expulsarem os franceses do Maranhão (1615), ocuparam foz do rio Amazonas (1616) na qual construíram o forte Presépio, apoiados neste, combateram e desalojaram os ingleses, holandeses e franceses das ilhas do delta amazônico e dos vales dos baixos cursos dos rios Tapajós e Xingu. Instalaram fortes militares nos locais considerados como estratégicos para a segurança e defesa da Amazônia (Presépio, Gurupá, São José de Macapá, Santarém e Óbidos). Pedro Teixeira em 1637 chefiando uma grande expedição portuguesa com destino a Quito no Vice-Reino do Peru, saiu da Vila de Cametá no Grão-Pará, subiu o rio Amazonas até alcançar o rio Napo aonde deixou o grosso da expedição e seguiu com uma pequena comitiva até Quito, sendo calorosamente recebido. 

Ao retornar foi acompanhado por uma comitiva espanhola, fundou o povoado Franciscana em 1639, estabelecendo os limites oeste entre as possessões da Espanha e as de Portugal no rio Napo, assegurando para os portugueses a posse do rio Amazonas e da maior porção da planície Amazônica². 

O rio Amazonas já havia sido percorrido dos Andes até a sua foz pelos espanhóis Francisco Orelhana 1539/1542³ , Pedro de Ursúa, Lope de Aguirre 1559/1561 e Nulfo do Chavez 1560. 

O padre espanhol jesuíta Cristóbal de Acunã integrado à expedição de Pedro Teixeira, quando esta retornava à Belém do Grão-Pará, ao passar pela foz Caiary registrou-o no diário de bordo com a denominação de rio Madeira, nome lhe dado pelos portugueses. 

A bandeira de Antônio Raposo Tavares vinda do altiplano andino, vice-reino do Peru, desceu o rio Mamoré até a sua confluência com o rio Beni,originando o rio Madeira,e por este descendo,em 1650,e percorrendo até a sua foz,na margem direita do rio Amazonas, por este seguindo chegou a sua desembocadura no oceano Atlântico no litoral do Grão-Pará em 1651. 

Os Jesuítas a Serviço de Portugal - conquista do Rio Madeira 

A ordem Régia de 20 de junho de 1618 encarregava os jesuítas sediados em Santa Maria de Belém-do-Grão-Pará, a procederem a catequese das nações indígenas da Amazônia. Porém só tiveram possibilidade, dado uma série de empecilhos, de iniciarem os primeiros contatos com as nações indígenas do Vale do baixo curso do Madeira, em 1640. Liderados pelo padre Manuel Pires e pelo padre Grozoni, em 1669 instalaram uma missão na ilha de Tupinambara próxima a foz do rio Madeira, habitada pelos Tupinambás (originou a cidade de Parintins/AM). 

Esta missão além do trabalho catequético tinha também os seguintes encargos: 

- impedir o comércio entre as nações indígenas do baixo Madeira com os holandeses(Os holandeses estabelecidos no norte da Amazônia subiam o rio Orenaco, alcançavam os rios Negro, Amazonas e Madeira, desde 1615); 

- impedir os holandeses de penetrarem no rio Madeira; 

- estabelecerem missões no vale do rio Madeira em direção a suas nascentes, conquistando a confiança e a amizade dos indígenas seus habitantes, convertendo-os em cristãos súditos do rei de Portugal. 

- apoiar os colonos luso-brasileiros a se estabelecerem e colonizarem o vale do Madeira. Prestar apoio às bandeiras fluviais oriundas de Santa Maria de Belém do Grão-pará. 

- coordenar a coleta das especiarias pelos indígenas e sua comercialização com os droguistas do sertão. 

- cooperar na conquista, manutenção e colonização dos vales dos rios Madeira, Mamoré e Guaporé considerados estratégicos para o balizamento dos limites dos domínios coloniais da Espanha e Portugal, assim como para a manutenção da segurança e da defesa da Amazônia. 

O governo português a partir de 22 de maio de 1688, passou a remeter recursos pecuniários para os jesuítas custearem as despesas com instalações de missões no vale do rio Madeira habitado por trinta e duas nações indígenas. 

As missões consolidadas funcionavam também como empórios comerciais de lucrativa renda para os padres. 

Apoiados na missão de Tupinambarana os padres iniciaram a penetração do vale do rio Madeira, porém sem ultrapassarem as proximidades de sua foz detidos pela resistência à expansão missionária imposta pelos indígenas principalmente os Tora, Mura, Munduruku e Parintins. Mesmo assim, a partir de 1687 já haviam instalado as missões de Abacaxis, Paranaparixana, Canumã, Onicoré, Tarerise, Trocano e Iruris. Esta última fundada em 1689 pelos padres José Barreiros e João Ângelo Bononi, vindo de Belém/PA acompanhados do filho do Tuxana da nação Iruri, o qual foi levado par estudar em Belém, em 1683 pelo padre Jódoco Peres superior jesuítas no Pará, quando visitou as missões do baixo Madeira. 

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Fonte: Abnael Machado de Lima

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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