Quarta-feira, 8 de maio de 2024 | Porto Velho (RO)

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Gente de Opinião

Abnael Machado

ESTROPIADA HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO ESTADO DE RONDÔNIA - II


39. “As tropas brasileiras, formadas por dois regimentos de infantaria, um de artilharia e uma divisão naval, ajudaram Plácido de Castro a derrotar o ultimo reduto boliviano no Acre”.
39. As tropas do exército e da marinha do Brasil comandadas respectivamente, pelo general Olímpio da Silveira e o almirante Alexandrinho Farias de Alencar, seguiram de Manaus para o Acre no dia 17 de março de 1903, com ordem de não ultrapassarem o paralelo 10º 20’ Lat. Sul, estacionando no Acre Setentrional e não intervir na República Estado Independente do Acre. Estabeleceram-se em Antimaria. Plácido de Castro já havia derrotado o exército boliviano em Puerto Alonso, seu último reduto, no dia 24 de janeiro de 1903. Assim quando a força armada brasileira chegou ao Acre, não havia nenhuma tropa militar e autoridades civis bolivianas. O Acre estava totalmente de posse dos revolucionários acreanos.
40. “No mês de março de 1900 chegou ao Acre uma força militar do Exército enviada pelo Governo Brasileiro”.
40. Força militar da marinha (flotilha do Amazonas) financiada pelo governo do estado do Amazonas á revelia do governo federal, o qual secretamente estava tratando com o governo boliviano a compra do Acre, ocupado pelos empresários brasileiros/acreanos, sendo de seu interesse que os acreanos se mantivessem em armas, pois pacificados, a Bolívia se desinteressaria em concluir a negociação. A deposição de Dom Luiz Galvez Rodrigues de Arias presidente da República do Estado Independente do Acre, pela marinha, foi uma ação inconveniente prejudicando o acordo em andamento. Portanto a afirmativa é incorreta, o exército não participou na deposição de Galvez.
41. “O gaúcho Plácido de Castro, enviado para a região para proceder às demarcações das fronteiras entre o Brasil e Bolívia”.
41. José Plácido de Castro veio de São Paulo para Manaus no final do ano de 1899, por conta própria. Em Manaus firmou contrato de serviço de agrimessura com empresários extrativistas de borracha, para demarcar os limites de suas propriedades no alto rio Purus (Acre).
42. “Estrada de Ferro Madeira Mamoré, essa ferrovia teria seus extremos em Santo Antônio no rio Madeira e em Guajará-mirim, no rio Mamoré, com um canal até Vila Murtinho”.
42. Um ramal de vila Murtinho, na margem direita do rio Madeira, até Vila Bella na margem do rio Beni na Bolívia.
43. “A empresa construtora da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, recrutou trabalhadores brasileiros e estrangeiros, empregando-os nas construções da ferrovia, da linha telegráfica Mato Grosso/Amazonas e na demarcação territorial do atual Estado de Rondônia”.
43. A empresa construtora da ferrovia Madeira Mamoré, a May Jekyll & Randolph, norte-americana, não recrutou mão-de-obra brasileira e estrangeira do mundo todo para empregar na construção da linha telegráfica Estratégica Mato Grosso/Amazonas e muito menos a demarcação territorial do espaço geográfico do atual estado de Rondônia. Esta última existente só no imaginário inventivo do autor.
44. “Na primeira fase da construção da ferrovia Madeira-Mamoré, ainda no século XIX, já se registraram a presença de barbadianos”.
44. Na primeira fase da construção da ferrovia Madeira-Mamoré foram contratados pelo coronel do exército norte-americano George Earl Church as seguintes empresas construtoras:
-Public Works-inglêsa, chegou em Santo Antônio em janeiro de 1874, retirando-se em março deste ano;
-Reed Bros Company: inglesa desistiu sem sair de Londres;
P & T Collyns norte-americana, chegou em Santo Antônio em fevereiro de 1878, retirando-se em agosto de 1879. Os contratados por essas empresas que chegaram a Santo Antônio eram inglêses, irlandeses, italianos, norte-americanos, bolivianos e brasileiros.
Os caribenhos foram contratados pela empresa construtora norte-americana May, Jekyll & Randolph, na segunda fase da construção da ferrovia 1907/1912.
45. “Criado o município de Porto Velho, em 1914, foi nomeado o major reformado do exército, Fernando de Souza Guapindaia Brejense para o cargo de intendente”.
45. O major Fernando de Souza Guapindaia Brejense foi nomeado pelo governador do estado do Amazonas Dr. Jonathas de Freitas Pedrosa para o cargo de Superintendente (Prefeito), do recém-criado município de Porto Velho.
46. “A partir da revolução de 1924, Porto Velho deixou de ter poder legislativo”.
46. Ainda em 1924, após o retorno do estado de direito, o Superintendente eleito Dr. Joaquim Augusto Tanajura e o Presidente do Conselho Municipal, Intendente Arthur Napoleão Lebre, depostos dos respectivos cargos, foram reintegrados em setembro, restabelecendo o funcionamento do conselho Municipal (Câmara/poder Legislativo) o qual foi interrompido em 1930. Portanto o poder legislativo, municipal deixou de funcionar em 1930, vindo a ser restabelecido em 1969, com a instalação da Câmara dos Vereadores.
47. “O coronel Jorge Teixeira foi transferido pelo governo federal, de Manaus para Rondônia, iniciando seu mandato em 4 de abril de 1979, para encerrá-lo em 10 de maio de 1985”.
47. O coronel Jorge Teixeira de Oliveira não foi transferido para o Território Federal de Rondônia, foi nomeado pelo Presidente da República para o cargo de governador dessa unidade federativa. Não exercia mandato visto o cargo em desempenho não ser eletivo.
48. “Teixeirão construiu o Hospital de Base desafogando o Hospital da Candelária”.
48. O Hospital de Candelária de propriedade da empresa Madeira-Mamoré Railway Co. Ltda deixou de existir a partir do início da década de 1930.
49. “O Governador Jorge Teixeira teve como seu sucessor pelo voto de direito em 1985, Ângelo Angelim”.
49. O deputado estadual/RO, professor Ângelo Angelim foi nomeado governador do estado de Rondônia, pelo presidente da república José Sarney, em substituição ao governador Coronel Jorge Teixeira de Oliveira. O primeiro governador do Estado de Rondônia eleito por voto direto foi, foi Dr. Jerônimo Garcia de Santana em 15 de março de 1987.
50. “Em 1649 ocorre a restauração da soberania de Portugal”.
50. A restauração ocorreu em 1640. O império português esteve unificado ao da Espanha no período de 1580 a 1640.
51. “O começo dos trilhos da ferrovia ficava 7km abaixo de Santo Antônio, ainda território do Guaporé”.
51. O território Federal do Guaporé foi criado pelo governo federal por intermédio do Decreto-Lei nº 5.812 de 13 de Setembro de 1943, portanto, 36 anos após o reinicio da construção da ferrovia Madeira-Mamoré em 1907, por Percival Farquhar.
52. “O rio Madeira em toda sua extensão encontramos corredeiras, cachoeiras e saltos”
52. O rio Madeira não tem seu curso de 3.240km, em toda sua extensão obstruída por tais obstáculos. Estes ocorrem em seu alto curso no trecho compreendido entre a cachoeira de Santo Antônio e a confluência do rio Mamoré com o rio Beni, local de sua formação.
53. “Porto Velho que foi criado em 30 de outubro de 1913 foi instalado em 02 de fevereiro de 1914”.
53. O município de Porto Velho foi criado por intermédio da Lei Estadual nº 757, de 2 de outubro de 1914, assinada pelo governador do estado do Amazonas Dr. Jonathas de Freitas Pedrosa. Foi instalado em 24 de janeiro de 1915.
54. “Santo Antônio do Alto Madeira à margem esquerda do rio Madeira (hoje Porto Velho)”.
54. Santo Antônio do Alto Madeira não ficava e nem fica a margem esquerda do rio Madeira, fica em sua margem direita.
55. “Guajará-Mirim localizada no vale do rio Guaporé”.
55. Guajará-mirim fica localizada no vale do rio Mamoré.
56. “A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré teve sua construção iniciada em 1907 e inaugurada em 1º de agosto de 1912, com um percurso aproximado de 36km, que ligava Porto Velho à Guajará-mirim”.
56. A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré ao ser concluída em 1912, tinha uma extensão de 364km, a construção de um desvio em 1923, aumentou a sua extensão para 366km.
57. “Vila de Porto Velho, Distrito de Humaitá”.
57. O município de Porto Velho e cidade da mesma denominação, não passaram pelos estágios políticos de distrito e de vila respectivamente.
Em 1913 por intermédio da Lei nº 741, de 30 de outubro, sancionada por Dr. Jonathas de Freitas Pedrosa, foi criado o Termo Judiciário de Porto Velho, anexo a Comarca de Humaitá, sendo instalado no povoado deste nome, foram nomeados para geri-lo: Dr. Natanael de Albuquerque, Juiz Municipal. Francisco Fernandes da Rocha, Adjunto de Promotor Público e José Vieira de Souza, Escrivão e Tabelião. Instalação do Termo em 24 de janeiro de 1914. Essa lei oficializa o nome “Porto Velho” adotado pela empresa Madeira-Mamoré, em substituição aos nomes “Ponto Velho” e “Porto do Velho”.
Em 02 de Outubro de 1914, por intermédio da Lei nº 757, sancionada pelo Dr. Jônathas de Freitas Pedrosa, governador do estado do Amazonas, foi criado o município de Porto Velho com sede no povoado da mesma denominação, sendo instalado em 24 de janeiro de 1915, tento como superintendente o major reformado do exército, Fernando de Souza Guapindaia Brejense (1915/1916). A Lei Estadual nº 900, de 31 de agosto de 1917, criou a Comarca de Porto Velho.
Em 07 de Setembro de 1919, pela Lei Estadual nº 1.011, o povoado de Porto Velho foi elevado a categoria de cidade, ato sancionado por Dr. Pedro Alcântara Barcelar, governador do estado do Amazonas.
58. “O Alto do Bode, serviu de justificativa para a consolidação de Porto Velho como capital do Território Federal do Guaporé, em 1943”.
58. Porto Velho era a cidade de maior destaque do estado do Amazonas logo após Manaus sua capital. Núcleo urbano com consolidada organização política administrativa, social e econômica, por tal foi escolhido para ser capital do Território Federal do Guaporé, quando este foi criado em 1943, por intermédio do Decreto Lei nº 5.812, de 13 de setembro. E não em decorrência da existente do Alto do Bode um modesto aglomerado de barracos sobre morro na periferia da cidade.
59. “Até o século XVII apenas missões religiosas haviam chegado até a região onde hoje se encontra o Estado de Rondônia”.
59. A primeira missão instalada próxima à foz do rio Madeira foi à de Tupinambana pelos jesuítas padre Manuel Pires e padre Grozoni, em 1669 tendo como objetivos principais explorar esse rio e impedir as transações comerciais entre as nações indígenas do baixo rio Madeira e os holandeses. As missões fundadas no vale do rio Madeira no espaço atualmente limitado pelo estado de Rondônia, foram a de Santo Antônio do Alto Madeira, próxima à foz do rio Jamari em 1723 (atual vila de São Carlos), transferida 1727, por segurança da margem do rio mais para o interior. Em 1728 foi fundada a missão de Santo das Cachoeiras, na margem direita do rio Madeira em frente à cachoeira Aroaya a qual foi arrasada 1742 pelos Mura, sendo definitivamente abandonada. A primeira foi fundada pelo padre jesuíta João Sam Payo e segunda por esse padre e seu auxiliar padre Manuel Fernandes. Portanto, no século XVIII (1701 a 1800) e não no século XVII (1601 a 1700).
60. “No inicio do século XVIII os portugueses, partindo de Belém, subiram o rio Madeira até o rio Guaporé e chegaram ao arraial de Bom Jesus, antigo nome de Cuiabá, onde descobriram ouro”.
60. Os portugueses provenientes de Belém-do-grão-pará, em suas bandeiras fluviais, subiram o rio Madeira até a sua primeira cachoeira a de Santo Antônio, realizando o comércio de escambo com os indígenas, trocas de produtos manufaturados por especiarias (drogas do sertão). Os descobridores de ouro nos vales dos rios Coxipó-Mirim, Coxipó e Cuiabá foram os portugueses bandeirantes oriundos de São Paulo, Pascoal Moreira Cabral em 1719, Miguel Sutil em 1721, Fernando de Paes de Barros, Arthur Paes de Barro, José Pinheiro e Martins Charo descobriram em 1724 terrenos auríferos no rio Guaporé e Armando de Almeida Morais e Tristão Cunha Gago em 1736 descobriram jazidas de ouro no rio Corumbiara, afluente da margem direita do rio Guaporé.
61. “No período de 1722 a 1749 foi realizado por expedições portuguesas o mapeamento dos rio Madeira, Guaporé e Mamoré. A expedição comandada por Francisco de Melo Palheta realizada em 1772, subiu o rio Madeira, chegando a Santa Cruz de La Sierra”.
61. As expedições de exploração e reconhecimento dos rios Madeira, Mamoré e Guaporé, foram realizadas partindo de Belém-do-Pará. A comandada pelo sargento-mor Francisco de Melo Palheta com a incumbência de oficialmente descobrir o rio Madeira, foi realizada no período de 11 de novembro de 1722 a 9 de setembro de 1723 saindo de Belém subiu o rio Amazonas até a foz do rio Madeira, por este prosseguindo, estacionando em sua margem direita fundando o povoado de Juma. Deste saindo em 20 de junho dando continuidade a viagem, atravessou as cachoeiras, saltos e corredeiras do curso de alto Madeira, chegando a confluência dos rio Beni com o rio Mamoré seus formadores. Subiu o rio Mamoré até alcançar em 8 de agosto a missão de Santa Cruz de Cajubaba de padres Jesuítas espanhóis, nesta permanecendo até o dia 11 desse mês, retornando à juma, na qual chegou a 9 de setembro de 1723, seguindo para Belém. Portanto, a sua expedição não foi realizada 1772 como também não chegou à Santa Cruz de La Sierra.
A expedição comandada pelo sargento-Mor Luiz Fagundes Machado, tinha por missão realizar o levantamento cartográfico dos rios Madeira, Mamoré e Guaporé, até alcançar as minas de ouro no arraial de São Francisco Xavier no Vale do alto Guaporé na capitania de Mato Grosso, com vista subsidiar os comissionários portugueses negociadores do Tratado de Madri em discussão. Saiu de Belém do Pará em 14 de julho de 1749, chegando ao seu destino no ano seguinte.
62. “A economia baseada na exploração da borracha e da Castanha-do-Pará, influi para mudança do nome do Território Federal do Guaporé para Rondônia”.
62. A afirmativa não procede, considerando que Roquete Pinto já havia proposto que o espaço compreendido entre a serra do Norte a leste, e o rio Madeira a oeste, de atuação da Comissão Rondon em 1909/1915, construindo a Linha Telegráfica Estratégica Mato Grosso/Amazonas, fosse denominada Rondônia. Ao ser criado o Território Federal do Guaporé, foi sugerido que seu nome fosse Rondônia em homenagem ao então general Cândido Mariano da Silva Rondon, o qual não admitiu. O deputado federal Áureo de Melo pelo estado do Amazonas, apresentou projeto de lei mudando a denominação do Território Federal do Guaporé para Rondônia, aprovado pelo Congresso, transformou-se na Lei nº 21.731, de 17 de fevereiro de 1956, sancionada por Dr. Juscelino Kubistechek, então presidente da república.
63. “A bandeira de Antônio Raposo Tavares percorreu os rio Guaporé, Mamoré, Madeira e Amazonas alcançando Belém do Pará”.
63. Antônio Raposo Tavares saiu com sua bandeira de São Paulo em 1648, seguindo para o oeste, penetrou no Vice-Reinado do Peru, alcançando a cordilheira dos Andes, retrocedendo na direção do leste, atingindo as cabeceiras do rio Mamoré (Grande La Plata), por este descendo em balsas improvisadas, chegando a sua foz se passando para o rio Caiary (Madeira), por este descendo até a sua foz na margem direita do rio Amazonas, prosseguindo descendo o curso desse rio chegou a sua foz no litoral do oceano Atlântico na capitania do Grão-Pará em 1651. Não percorreu o rio Guaporé.
64. “O rio Guaporé nasce no estado de Mato Grosso, em todo seu percurso é linha divisória entre o Brasil e a Bolívia”.
64. O rio Guaporé é linha de fronteira entre as repúblicas da Bolívia e do Brasil, a partir da confluência do rio Verde até a sua foz na margem direita do rio Mamoré. Portanto, não é linha de fronteira entre os dois citados países, em todo seu curso.
65. “Porto Velho, a cidade surgiu no inicio do século XIX, como sede da administração da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (E.F.M.M) quando iniciou a construção da ferrovia em 1903”.
65. O século XIX do segundo milênio da era cristã corresponde ao período de cem anos compreendido de 1801 a 1900. O reinicio da construção da ferrovia Madeira-Mamoré pela empresa norte-americana May, Jekyll & Randolph, contratada por Percival Farquhar, ocorreu em 04 de julho de 1907 (não em 1903), portanto, ao iniciar-se o século XX do segundo milênio da era cristã, correspondente ao período de 1901 ao ano de 2000. (Atualmente estamos, vivendo o século XXI do terceiro milênio da era cristã, iniciado no ano 2001, sendo seu término no ano 3000).
66. “As três Caixas D’águas, símbolos da cidade de Porto Velho, vindas dos EUA no começo do século XIX, a primeira construída em 1908, a segunda em 1909 e a terceira concluída em 1912”.
66. As três Caixas D’águas foram construídas no inicio do século XX, no povoado de Porto Velho pela empresa Chicago & Irons Works (norte-americana), contrada pela May, Jekyll & Randolph, autorizada por Percival Farqhuar, importou suas estruturas metálicas dos Estados Unidos da América do Norte/USA. A primeira foi concluída em 1910, da qual faz referência o médico sanitarista Osvaldo Cruz, em seu relatório datado desse ano. As outras duas foram concluídas em 1912.
Portanto, não foram importadas no inicio do século XIX, isto é 1801. Ao iniciar-se este século no local aonde atualmente encontra-se situada a cidade de Porto Velho nada existia a não ser a floresta intocada e os animais de sua fauna. Este foi ocupado pela primeira vez em 1866 por soldados voluntários da pátria do Regimento do Jamari, os quais se retiraram em 1870.
67. “O rio Madeira com 3.200km de extensão, é o maior afluente do rio Amazona. O seu nome deve-se por levar no seu leito barrento grande quantidade de troncos de árvores”.
67. O rio Madeira tem uma extensão de 3.240km, e o mais importante afluente da margem direita do rio Amazonas, porém não é o seu maior tributário, esse é o rio Juruá com 3.283km de extensão. Os troncos das árvores caídas são transportadas pela corrente superficial d’água do seu curso e não do seu leito, pois este é o fundo do canal no qual se aloja e corre as águas do rio.
68. “A cachoeira de Santo Antônio localizada a 7km da cidade, deu origem à cidade de Porto Velho em 1912”.
68. A cidade de Porto Velho surgiu a partir de 1907, em terras devolutas do município de Humaitá, nas proximidades das instalações da ferrovia Madeira-Mamoré em construção. Em 1912 o povoado de Porto Velho dos brasileiros, já se constituía num expressivo núcleo populacional. Portanto a cachoeira de Santo Antônio não deu origem a cidade de Porto Velho
69. “A denominação de Roosevelt dada o rio Dúvida foi decorrente do senhor Roosevelt ter se perdido da Comissão Rondon nesse rio, ao ser encontrado foi homenageado com a adoção do seu nome ao rio Dúvida”.
69. A expedição cientifica Roosevelt/Rondon no rio Dúvida iniciou-se em Vilhena no paralelo 13º de latitude sul, no dia 27 de fevereiro de 1914, descendo o seu curso desconhecido, rumo norte para o equador. Dia 18 de março, após percorrido 130km, convencido que esse rio era um extenso afluente do rio Madeira, solenemente, em ordem do dia, Rondon comunicou que a partir daquela data o rio Dúvida que teve seu alto curso descoberto em 1909, por ele e seus comandados construtores da linha telegráfica, passava a se denominar rio Theodoro Roosevelt. Dia 27 de abril de 1914, próxima à foz do rio, na margem direita do rio Madeira, paralelo 5º de latitude sul, o rio que haviam explorado com 1.409km de extensão, o maior afluente do rio Madeira tendo as denominações de Dúvida, Castanho e Aripuanã, por determinação do governo brasileiro, em homenagem ao ilustre estadista norte-americano, passaria a ter uma única denominação, “rio Theodoro Roosevelt”
- Não por Roosevelt ter se perdido e sido reencontrado por Rondon
70. “Em decorrência da Bolívia ter perdido sua saída para o Pacifico, o Brasil pagou a esta uma indenização de 2 milhões de libras”.
70. O Brasil não tinha porque indenizar à Bolívia por haver perdido a província de Atacama, seu único território no litoral do oceano Pacífico na guerra 1879/1884, na qual participou aliada à república do Peru, contra a república do Chile.
71. “O rio Madeira maior afluente do rio Amazonas tem 1.700km de extensão”.
71. O rio Madeira tanto não é o mais extenso afluente do rio Amazonas, como também sua extensão não é apenas 1.700km e sim 3.240km. O mais extenso afluente do rio Amazonas é rio Juruá 3.283km (margem direita).
72. “Assina o Tratado de Petrópolis, o Brasil pressionou o concessionário para executar a obra”
72. Que concessionário? - O governo brasileiro em 1905 publicou o edital de concorrência pública para a construção da ferrovia Madeira-Mamoré, vencendo-a o engenheiro brasileiro Joaquim Cantraby.
73. O Forte Nossa Senhora da Conceição á margem direita do rio Guaporé, próximo das atuais ruínas do Real Forte do Príncipe da Beira, naquela era a maior população do Vale do Madeira.
73. O Forte Nossa Senhora da Conceição situado na margem direita do rio Guaporé, não poderia ser a localidade de maior população do Vale do rio Madeira.
74. “Aluizio Ferreira o então governador do Território Federal do Guaporé, nomeou em 1945, uma companhia rodoviária independente do Exército Brasileiro, com o objetivo de iniciar as obras de abertura da BR 29”.
74. O coronel Aluízio Ferreira, governador do Território Federal do Guaporé, em 1945, não nomeou nenhuma companhia rodoviária do exército brasileiro, por não ter atribuição para tanto. Ele gestionou junto ao Ministro da Guerra para instalação de uma unidade especializada do exército, no Território do Guaporé, para construir uma rodovia ligando a cidade de Porto Velho à cidade de Cuiabá. (Foi atendido).
75. Francisco Orellano Subiu o rio Madeira.
75. Francisco Orellano, não subiu o rio Madeira. Passou por sua foz

ABNAEL MACHADO DE LIMA
Ex-Prof de História da Amazônia/Universidade Federal do Pará e de geografia Regional/Universidade Federal de Rondônia, Membro da Instituição Histórica e Geográfica do Estado de Rondônia eda Academia de Letras de Rondônia

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