ADEUS AO MEU AMIGO BOB

Foi com  muito pesar que dia quatro de abril, do ano em curso, recebi via telefone o comunicado de sua súbita morte.

Com tristeza rememorei a sua vinda para o sítio com o caseiro contratado.  Como ficamos amigos, você se tornou o meu fiel escudeiro, acompanhado-me em minhas caminhadas ou se deitando em baixo da rede na qual pousava, sempre vigilante, atento a qualquer coisa que representasse ameaça a minha segurança, pronto a enfrentá-la com risco da própria vida.

Você era destemido, audaz na peleja sempre levando de vencida os adversários.  Enfrentava cobras, quatis, porcos - espinhos, caititus e outros bichos. 

Quando eu chegava lhe encontrava me aguardando no portão, demonstrando imensa satisfação, queixava-se de alguma coisa que lhe fizeram contra seu gosto.  Nos entendiamos.  Em retribuição a sua recepção, lhe afagava a cabeça e seu dorso, você corria em frente ao carro e me esperava diante da casa do caseiro para receber o que eu levava para você saborear.

Por motivos de problemas com a saúde, fiquei impedido por mais de sessenta dias de ir ao sítio, e assim  de nos vermos.  E não  nos veremos mais, você morreu.

Sei que não correspondi plenamente a seu afeto e dedicação por mim, mas tenha a certeza que com saudade relembrarei você, sentirei a falta de sua fiel e desinteressada amizade.

Ao meu amigo cachorro BOB.

Fonte: Abnael Machado de Lima