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Gente de Opinião

Abnael Machado

1º de Outubro Dia do Idoso Terceira Idade


Os extremos da vida são a criança e o idoso. A partir dos 65 anos de idade a pessoa envelhece em todos os sentidos tanto biológico, quanto psicológico e sociologicamente.

Qual a realidade?

As pessoas idosas são discriminadas, quase sempre mencionadas como problemas e tidas pelo próprio Estado, como a faixa indesejada da população, pela insignificante ou talvez nenhuma contribuição tenha a proporcionar ao produto interno bruto nacional.

Geralmente o quadro social da velhice é tido pela ociosidade, pelo alheamento e o isolamento do grupo social no qual vive. O idoso é considerado como aquele para o qual a preocupação e o desafio já não existem, e o futuro não traz quaisquer problemas a serem solucionados, e a vida é vista como inutilidade.

Essas idéias preconceituosas geram as atitudes negativas e prejudiciais em relação ao idoso, tais como o seu abandono pelos próprios familiares, pelo grupo social e pelo Estado. Este último além de cercear o direito de acesso do idoso ao trabalho, o aposenta retirando de sua remuneração todas as vantagens monetárias reduzindo-a a irrisório salário, destinando-o à miséria. Ainda sobre este incidem os descontos de imposto de renda e novamente a contribuição para a seguridade social. Como paliativo oferece ao idoso desamparado os albergues e asilos, estes por suas organizações e formas de funcionamento se associam as antecâmaras da morte.

É evidente que o idoso não se afasta, não se isola do seu grupo social, por sua livre e espontânea vontade. É claro que se encontra assim, com todos esses problemas que lhe são imputados, porque a sociedade o submete a essa condição de vida.

Qual a proposta para uma vida condigna?

Primeiro, enfrentar com seriedade os problemas sociais buscando soluções reais, concretas e não paliativas e demagógicas.

Segundo, no caso do idoso é preciso ser considerado: o crescimento de expectativa de vida alcançando quase 70 anos;

Que a população da faixa etária de 65 e mais anos de idade constitui 12% (doze por cento) do total geral de habitantes do país, isto é 14.081.480 de idosos, devendo, portanto, ser visto com seriedade e objetividade a solução de seus problemas com a adoção de ações e políticas de inserção social como membro válido e participante em igualdade de condições com demais componentes da comunidade, propiciando-lhe oportunidade de utilizar amplamente sua capacidade criativa e funcional, a sua experiência em trabalhos sociais e outras do seu conhecimento em condições especiais eliminando os riscos de inatividade física, comprometimento mental e isolamento.

Terceiro, é preciso ser reexaminado face aos dispositivos constitucionais (artigos 229 e 230 do capitulo VII), as funções da família em termo de solidariedade familiar e de integração dinâmica entre seus membros de todas as idades de forma tal que se apóiem reciprocamente, contribuindo para o atendimento das necessidades e das peculiaridades do idoso, num ambiente ativo e afetuoso, no qual se sinta útil e estimado. Constituindo-se assim, a família uma melhor forma de apoio a sua vida de modo digno.

Quarto, essas transformações dependem do compromisso e de decisões governamentais e políticas de as realizarem. Porém, isto se constitui no maior óbice a superar, visto exigir uma radical mudança de mentalidade e comportamento dos detentores do poder público, os quais sobrepõem os seus interesses individuais sobre os da coletividade e de bem comum, predominando a demagogia, o cinismo e o fisiologismo, procedendo como se fossem representantes de camarilhas e não do povo que confiante, lhes outorgou o poder de governá-lo, de representá-lo. Esta é a matriz do péssimo teor da política e da administração nacional.

Que a “Semana do Idoso”, instituída pela ONU, em 1948, seja de reflexão sobre a situação atual dos idosos em Rondônia e no Brasil, e de compromisso de empenho para realizar mudanças em prol da melhoria de suas condições sociais. Considerando que, quem teve uma vida trabalhosa e digna, merece ter uma velhice serena, segura amparada e feliz lhe proporcionada pela sociedade em geral.

Abnael M. Lima
Membro da Academia de Letras/RO
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* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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