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Carlos Sperança

Lições da história + Clima de terror + A repercussão + Os estupros


Lições da história + Clima de terror + A repercussão + Os estupros - Gente de Opinião

Lições da história

Epidemias e enterros em massa não são fenômenos recentes na Amazônia. As doenças acompanham a história. Homens fortes tombaram durante as obras da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré: “um cadáver para cada dormente”, diz a tradição. A malária também marcou o extrativismo e a mineração.

O relatório elaborado em 1967 pelo procurador Jader Figueiredo a pedido do governo militar, trancado como segredo durante décadas pela ditadura que se impôs em 1968, menciona a inoculação proposital do “vírus da varíola nos infelizes indígenas para que se pudessem distribuir suas terras entre figurões do governo”.

A Amazônia entrou em 2021 no triste embalo da tragédia sanitária. As lições da primeira onda do novo coronavírus foram esquecidas assim que a curva de contágio se reduziu, detonando festivas e descuidadas atividades que abriram tragicamente a guarda para a segunda onda. Agora a região é considerada prioritária para a vacinação, mas sem os cuidados necessários poderá haver uma terceira onda.

A segunda veio mais letal que a primeira e não há como saber como virá a hipotética terceira. Tratada com negacionismo e medidas insuficientes desde o início, o mínimo a esperar é que as lições desta segunda onda, com suas variantes, sejam aprendidas para que a perversa tradição dos enterros em massa tenha fim.

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Clima de terror

As facções criminosas ligadas ao narcotráfico estão impondo um clima de terror em Porto Velho, lembrando as crueldades cometidas na chacina do presídio Urso Branco há quase duas décadas. Execuções impiedosas, com cabeça decepada, orelhas cortadas, seguem um ritual de violência para intimidar os concorrentes. Os grandes conjuntos habitacionais se transformaram em ninhos do crime organizado e as autoridades policiais já não dão conta de conter esta situação.

A revogação

Com a revogação do decreto que proibia a entrada de imigrantes nos Estados Unidos pelo presidente Joe Biden, uma nova leva de rondonienses está buscando o acesso, mesmo com a pandemia ainda nas alturas naquelas bandas. Como pelos meios legais a coisa continua difícil, o auxílio dos chamados “coiotes” para a passagem pela fronteira com o México segue sendo uma das alternativas encontradas por brasileiros, haitianos, venezuelanos, africanos, etc. Por aqui o desemprego tem sido o principal motivo da busca por novos ares.

A repercussão

Nos últimos dias rolaram polemicas sobre os pronunciamentos do secretário de estado da Saúde Fernando Máximo (em alta com a opinião pública) e o govenador Marcos Rocha, buscando um tratamento midiático de choque para conter o alastramento do coronavirus em Rondônia. Com bom espaço nas redes nacionais, suas declarações com alertas de impactos ganharam repercussão em outros centros que convivem com a mesma realidade. De fato, Rondônia vivencia seu pior momento na pandemia.

Toda razão

Governador e secretario da Saúde até sofreram críticas por “assustar” a população. Mas 100 por cento dos hospitais lotados é mais aterrorizante. Ora, assustando a população quase a metade do povão não obedece às orientações da OMS quanto ao uso da máscara e isolamento social, imagina-se sem campanhas de impacto sobre a perda de entes queridos próximos como as mãezinhas e avós? Todo susto é válido neste momento para abrir os olhos de pessoas negacionistas estimulando e espalhando a covid em Porto Velho e por aí afora.

Os estupros

 Os estupros em tempos de pandemia têm aumentado em Rondônia nos últimos meses. As pesquisas indicam que um elevado percentual de abusos é oriundo do círculo familiar, com pais, padrastos, irmãos, conforme os indicativos divulgados por entidades sociais. No entanto, também temos ocorrências de estranhos invadindo as casas, arrombando janelas pela madrugada em bairros periféricos de Porto Velho.  E tem muito presidiário foragido perambulado pela cidade.

Via Direta

*** No encontro das águas dos Rios Madeira e Abunã, está em fase de conclusão a ponte Rondônia-Acre com inauguração prevista para segunda quinzena deste mês de março *** Impressiona tantas toneladas de cocaína aprendidas em território rondoniense nas últimas semanas. É um negócio que não para e o consumo segue elevado em plena pandemia do covid *** Trocando de focinho de porco para tomada: a cada ameaça de enchente do Rio Madeira redobram as reivindicações sobre as prometidas barreiras de contenção no Madeirão. As autoridades fazem ouvidos moucos, como sempre! *** E o prefeito Hildon Chaves começa as articulações tendo em vista sua candidatura ao CPA no ano que vem.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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