Sexta-feira, 17 de outubro de 2025 - 08h25
Um
mendigo se depara com um cofre cheio de riquezas, mas não sabe abrir. No caso
das terras raras, o mendigo é o Brasil. Tem sob os pés as riquezas mais
cobiçadas do mundo – o presidente estadunidense Donald Trump até faz chantagens
para conquistá-las – e não consegue explorá-las para obter o maior rendimento.
A
melhor forma de abrir o cofre é estabelecer parcerias com quem tem a combinação
certa para abri-lo, ou seja, as tecnologias para trabalhar os minérios e
oferecê-los processados ao mercado. Besteiras “ideológicas” à parte, este será
o principal ponto do encontro (pela Net ou presencial, não importa) entre os
presidentes do Brasil e dos EUA. O grande irmão do Norte quer ampliar sua
disponibilidade de terras raras, essenciais ao desenvolvimento dos projetos
mais avançados da economia moderna – ímãs para turbinas eólicas, motores
elétricos de carros, produtos eletrônicos (celulares, TVs, computadores),
equipamentos médicos (ressonância magnética) e indústria de defesa (radares,
aeronaves). Quase tudo que importa, em resumo.
Vale
dizer que o Brasil foi pioneiro na exploração das terras raras, mas sempre se
viu boicotado de fora e sofrendo com limitações internas. Com parcerias com a
China, que melhor sabe explorar as terras raras, e com os EUA, que têm
interesse em manter a amizade com o Brasil, ao contrário do que apregoam os traidores
antipatriotas, todos têm a ganhar.
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42 anos da ALE
A Assembleia Legislativa está comemorando 42
anos de instalação, com sua imagem prejudicada com a prisão de vários ex-presidentes
por corrupção e lavagem de dinheiro nas últimas décadas. Mas a casa de leis na
sua primeira legislatura brilhou na elaboração da Constituinte num quadro de
parlamentares atuantes –sejam governistas ou oposicionistas – sob a presidência
do deputado estadual mais votado na época, José de Abreu Bianco (Ji-Paraná) e
com relatores do porte dos eficientes Amizael Silva (PDS) e Amir Lando (MDB).
Rondônia fervilhava de migrantes na época, na capital com seus garimpos no Rio Madeira,
no interior com farta distribuição de módulos rurais pelo Incra.
Grandes lideranças
Por
vários motivos classifico a primeira legislatura como a melhor de todas na
história do Poder Legislativo. Começo pela elaboração da Carta Magna
rondoniense e a projeção de governadores, de senadores e de um ministro. Das
casas de leis, emergiram os governadores Oswaldo Piana Filho e José de Abreu
Bianco. Dali também despontaram lideranças ao Senado, casos de Bianco, Ronaldo
Aragão, Ernandes Amorim e Amir Lando e tantos prefeitos. E um ministro, como sabemos,
Amir Lando, o único ministro rondoniense até hoje, indicado para a Previdência
Social. Até hoje nenhuma legislatura alcançou tais resultados.
Grandes tribunos
Também
é possível destacar que dos grandes tribunos da casa de leis, alguns são da primeira
legislatura. Na oposição, o combativo Tomás Correia e o loquaz Amir Lando. Pela
situação, com certeza o deputado Jacob Atalhah. Uma legislatura também com
deputados formiguinhas em favor dos seus municípios, como José do Prado (Ariquemes),
Zuca Marcolino (Cacoal), Silvernani Santos (Jaru), João Dias (Ji-Paraná) Jô Sato
(Colorado do Oeste) que foi a primeira vítima ilustre dos acidentes da BR-364.
Num ambiente onde o grande astro da imprensa de Rondônia era o radialista
Valdemar Camata, da Rádio Alvorada. Suas denúncias ecoavam imediatamente na
tribuna da casa de leis.
Muitos prefeitos
Além
de governadores e senadores, a Assembleia Legislativa da época projetou muitos
prefeitos. Vajam os casos de Tomás Correia, vice de Jeronimo Santana na capital
que assumiu o cargo. Ernandes Amorim em Ariquemes, entre outros destaques da
época. Mas na primeira legislatura se descobriu também algumas ovelhas negras,
uma delas, um deputado, com passado enfatizado em manchetes em jornais do
Paraná, acusado de roubo de gado. Foto de capa do Diario do Norte do Paraná.
Mas foi a legislatura mais enxuta até hoje e pela lisura de presidentes como
Piana e Bianco, que foram posteriormente eleitos govenadores, Amizael Silva presidente
da Assembleia Legislativa e Amir Lando, senador e ministro.
Cenário rondoniense
Em
1982, quando foram efetivadas as primeiras eleições gerais, Rondônia respirava
otimismo. Enquanto o Brasil passava por uma fase difícil, o presidente João
Figueiredo e o ministro do Interior Mário David Andreazza despejaram rios de
dinheiro no estado que acabava de nascer visando dotar Rondônia de infraestrutura.
Foi escalado para a missão de tornar Rondônia um estado estruturado, o prefeito
de Manaus, coronel Jorge Teixeira de Oliveira. Rondônia foi criado para dar ao
governo militar a eleição dos três senadores e maioria dos deputados federais,
numa época que o MDB crescia e ameaçava tomar conta da Câmara Federal e do
Senado. Em Rondônia a coisa deu certo para os militares. A Arena fez barba,
cabelo e bigode por aqui.
Aritremes e Espingardão
No cenário
rondoniense da época pululavam foragidos de outros estados. Lembro de um tal de
Pezão, condenado a 400 anos, preso naquela Operação Jagunço, comandada pelo
bravo delegado João Lucena Leal. Ariquemes se revoltava contra a alcunha de
capital mundial da malária, taxada por rondoniense por “Aritremes”, porque os pacientes
daquela enfermidade se tremiam todos. Espigão do Oeste era conhecida, para o
desconforto dos seus cidadãos, como “Espingardão do Oeste”, tais embates que
ocorriam na região por disputas de terras, por rivalidades tribais. Ruim mesmo
era ser de Jaru. Diziam por aí: “Tu é louco, ou és de Jaru”, arruinando a
reputação do progressista município.
Década da vergonha
Mas
Rondônia nunca esteve tão suja, a ponto de um parlamenta chegar a sugerir a troca
do nome do estado de Rondônia para Guaporé (como tinha sido nos idos do
território), nas décadas passadas. Primeiramente pelo envolvimento de parlamentares
em chantagens e recebimento de propinas, caso que alcançou repercussão
nacional. Também pela chamada bancada federal do pó, com deputados envolvidos
em tráfico de cocaína. Testemunhei no aeroporto de Congonhas, em São Paulo,
dois deputados federais rondonienses, em conexão para Brasília, renegando
Rondônia, envergonhados. Diziam que eram do Amazonas e do Pará. Tempos
difíceis.
Via Direta
***Ao seguir desferindo ataques contra a
atual administração de Ariquemes, o deputado federal Rafael Fera, que assumiu
recentemente o cargo em substituição ao deputado Lebrão, indica que já começou
sua campanha para a sucessão da prefeita Carla Redano *** O transloucado parlamentar lidera a oposição no município e está de olho
no Paço Municipal *** Enquanto em Rondônia
temos o início do inverno amazônico, nossa estação de chuvas, no Sul do Amazonas
segue a estiagem no Rio Madeira causando prejuízos a navegação na hidrovia ***
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olho numa disputa ao Senado..
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