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Saúde

Suspeita de febre amarela não é motivo para 'pânico'


Hugo Costa
Agência Brasil


Apesar da morte recente de duas pessoas com suspeita de febre amarela e do temor da população que lota postos de saúde do Distrito Federal e de Goiás em busca de vacinas, o clima de “pânico” é desnecessário. A opinião é do virologista e professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, Paolo Zanotto, entrevistado hoje (9) na Rádio Nacional.

“A preocupação da população tem que ser com questões mais pragmáticas e diretas. Ou seja, o controle do vetor, do Aedes aegypti, que ao mesmo tempo vai ajudar a combater a dengue, e a busca da vacina. Acho que a gente não tem razão para entrar em pânico numa situação dessas”, opinou o especialista, ao explicar que o mosquito transmissor da febre amarela é o mesmo responsável pela dengue.
Outro aspecto relacionado à febre amarela ressaltado pelo professor é a característica silvestre da doença. Segundo ele, a transmissão do vírus em centros urbanos é incomum no Brasil.

“Temos que considerar o fato de que a febre amarela é uma zoonose. É uma doença de animais que é bem estabelecida numa relação entre macacos e mosquitos Aedes haemagogus , que ficam ali na mata, em região não-urbana, transmitindo vírus entre os macacos. Eventualmente, esse vírus pode ser transmitido pelo Aedes aegypt entre humanos”.

Na África, de acordo com o virologista, a transmissão do vírus em cidades ocorre de maneira mais freqüente.

Zanotto afirmou que a razão de não temer um surto de febre amarela está relacionada às medidas adotadas pelo governo até agora. “Não tenho tantas preocupações, dado que se tem a combinação de vacinas e controle de vetores. Acho que o ministério [da Saúde] está agindo de forma muito rápida e intensa”.

Os casos de macacos encontrados mortos com indícios de febre amarela  precisam ser avaliados com cautela, segundo o professor. Nos últimos meses, vários animais foram encontrado em situação suspeita nos municípios de Goiás e no Distrito Federal. A região da cidade de Unaí, Noroeste de Minas Gerais, também registrou ocorrência de micos e macacos mortos após apresentarem sintomas da doença. 

“A morte de macacos pode ser uma indicação de que o vírus esteja conseguindo uma certa prevalência, ou seja, está aumentando a quantidade dos vírus, mas isso precisa ser acompanhado em detalhes e com muito cuidado”, alertou o professor. Segundo ele, o período de incubação do vírus no corpo humano varia entre sete e dez dias.


 

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