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Médicos devem ser treinados para atender vítimas de animais peçonhentos



Natal – Os acidentes causados por animais peçonhentos – cobras, escorpiões e aranhas, por exemplo – foram tema de debate na 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) nessa terça-feira (27). Os pesquisadores apontaram o treinamento dos profissionais de saúde como a principal medida para melhorar o socorro a vítimas de picadas desse bichos.

De 2006 a 2008, foram registrados mais de 100 mil acidentes provocados por animais peçonhentos no Brasil, sendo a maior parte, 27 mil, por cobras. Apesar do número elevado de casos, os cursos de medicina não oferecem formação nessa área. O tratamento é a base de soro feito a partir do veneno dos animais.

“É com treinamento que vamos saber se a soroterapia está funcionando”, afirmou Luiz Eduardo da Cunha, diretor científico do Instituto Vital Brasil, da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro – laboratório produtor dos tipos de soro usados no tratamento. O diretor reclama da falta de uma longa série de dados com registros dos acidentes e a efetividade da soroterapia.

O médico e professor da Universidade Federal do Pará (Ufpa), Pedro Pardal, tem a mesma opinião e destaca que o atendimento deve ocorrer em no máximo três horas após o acidente para evitar sequelas ou a morte. Segundo ele, esse prazo é quase impossível de ser cumprido na Amazônia, onde as populações ribeirinhas vivem em locais distantes das unidades de saúde. “Se o médico não estiver preparado, o profissional vai dar o soro que não é adequado e não irá resolver o problema”, afirmou o professor durante o simpósio.

Para facilitar o socorro na região, o médico defende a produção de soro em pó – que não necessita de refrigeração, ao contrário do líquido (usado atualmente), e pode ser levado a qualquer lugar. No entanto, os pesquisadores revelam não há política governamental para estimular a produção do medicamento.

Por ano, cerca de 2,5 milhões de pessoas são picadas por cobras no mundo. Desse total, 85 mil morrem e 250 mil ficam com sequelas e complicações. Em 2009, os acidentes passaram a fazer parte da lista de Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN), da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Fonte: Carolina Pimentel / Agência Brasil

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