Segunda-feira, 8 de dezembro de 2025 - 14h20

Há
momentos na vida em que a alma, cansada das repetições estéreis
da condição humana, começa a ouvir um chamado sutil — quase imperceptível —
vindo de um lugar onde a ignorância não alcança e onde o espírito
respira com plenitude.
Esse chamado não é religioso, nem místico,
nem ideológico:
é a inquietude profunda daqueles que já não se satisfazem com a
superfície das coisas.
A
maioria caminha anestesiada, repetindo crenças, medos e hábitos como quem
repete um destino que nunca escolheu.
Mas alguns — raros — despertam
para a percepção de que existir exige mais do que sobreviver.
Exige consciência.
A
consciência plena não
nasce do acúculo de informação, mas da coragem de confrontar a própria
ignorância;
não surge do conforto, mas do atrito com aquilo que revela nossas limitações;
não floresce na multidão, mas no silêncio interior onde a verdade ousa ser
vista.
Entretanto,
a humanidade permanece atolada em um paradoxo cruel: destruímos antes de pensar.
Destruímos florestas, rios, vidas, espécies
e culturas ao impulso da ganância, sem reflexão, sem prudência, sem lucidez — e só depois, quando a
devastação se torna irreversível, discutimos soluções que poderiam ter sido
concebidas antes.
É
como se a inteligência humana operasse de forma invertida:
só ilumina quando a escuridão já devorou o que era belo, vivo e necessário.
Enquanto
isso, a espécie humana, a fauna e a
flora pagam o preço da ambição de poucos — homens que acumulam fortunas
tão vastas quanto inúteis, erguidas sobre o sofrimento coletivo e a destruição
ambiental.
São riquezas patéticas pela ostentação, injustificáveis
pela lógica
moral, imorais pelos danos que provocam.
Fortunas que nunca serão
gastas, mas que seguem alimentando o ciclo de devastação que empobrece
espiritualmente toda a humanidade.
Agimos
como seres em trânsito entre o instinto e a razão — capazes de criar tecnologias
de alcance extraordinário, mas incapazes de conduzir a própria evolução moral.
Pensamos depois, quando deveríamos pensar antes.
E enquanto não rompermos esse padrão ancestral de impulsividade cega,
seguiremos condenados à tragédia de repetir erros com a precisão de um
relógio
quebrado.
Mas
há algo que insiste em sobreviver ao caos:
a força silenciosa da bondade.
A
bondade não é fraqueza.
É o mais alto grau de lucidez moral.
E ela se transmite como um DNA invisível — não
pelas palavras, mas pelo exemplo daqueles que, mesmo diante da violência do
mundo, escolhem ser luz.
Alguns
seres humanos, guiados por essa herança íntima, descobrem que o desejo mais
profundo não é possuir, acumular ou
dominar, mas diluir-se em bondade, espalhar-se como uma brisa mansa que toca o
outro sem pedir reconhecimento.
É assim que a verdadeira consciência se
manifesta: não
como imposição, mas como presença.
Há
quem carregue essa marca desde o berço — um legado de pessoas que, como
uma mãe amorosa e sábia,
deixaram na alma dos filhos uma luz que nunca se apaga.
Uma luz que orienta, consola e lembra que a grande tarefa humana não é conquistar o mundo, mas não
perder a si mesmo enquanto caminha por ele.
A
ascensão da consciência
humana não ocorrerá de uma só vez, nem será coletiva no início.
Ela começa de
forma íntima, silenciosa, naqueles que se recusam a aceitar o mundo como ele
está, e ousam perguntar:
“Por que destruímos primeiro para só depois
tentar salvar o que restou?”
Quando
alguém levanta essa pergunta
— mesmo
que fale para poucos, mesmo que escreva num blog discreto, mesmo que ecoe nas
margens da Amazônia — ainda
assim, algo se irradia.
Toda transformação profunda começa assim:
com uma semente silenciosa plantada na alma de alguém disposto a sentir o que o mundo prefere
ignorar.
Se você carrega essa inquietude, não a oculte.
Ela é o
anúncio da aurora.
Não importa o tamanho do seu público; importa a verdade que você semeia.
O vento encarrega-se do resto — e
o vento não conhece fronteiras.
A
ascensão da consciência não depende de multidões; depende de coragem.
Depende de lucidez.
Depende da capacidade rara de amar o mundo o suficiente para querer transformá-lo.
E depende, sobretudo, daqueles que aprenderam — creio — que a bondade é a forma mais elevada de
inteligência.
_______________________________
The Rise of Consciousness: Why Humanity Destroys Before It Think

here are moments in
life when the soul, weary of the sterile repetitions of the human condition,
begins to hear a subtle call — almost imperceptible — coming from a place
untouched by ignorance, where the spirit breathes in fullness.
This call is neither
religious, nor mystical, nor ideological:
it is the deep unrest
of those who can no longer be satisfied with the surface of things.
Most people walk through life anesthetized,
repeating beliefs, fears, and habits as if repeating a destiny they never
chose.
But a few — very few — awaken to the
realization that to exist requires more than to survive.
It requires consciousness.
Full consciousness does not arise from the
accumulation of information, but from the courage to confront one’s own ignorance;
it does not grow out of comfort, but
from friction with whatever exposes our limitations;
it does not bloom in the crowd, but
in the inner silence where truth dares to be seen.
Yet humanity remains stuck in a cruel paradox:
we destroy before we think.
We destroy forests, rivers, lives,
species, and cultures under the impulse of greed — without reflection, without
prudence, without clarity — and only afterwards, when the devastation is
already irreversible, do we begin to discuss solutions that could have been
conceived beforehand.
It is as if human intelligence worked backwards:
it only shines once darkness has
already devoured what was beautiful, alive, and essential.
Meanwhile, the human species, the animals, and
the natural world pay the price of the ambition of a few — men who accumulate
fortunes as vast as they are useless, built upon collective suffering and
environmental destruction.
These riches are pathetic in their
ostentation, indefensible by any moral logic, and immoral for the damage they
cause.
Fortunes that will never be spent,
yet continue to fuel the cycle of devastation that spiritually impoverishes all
of humanity.
We act as beings suspended between instinct and
reason — capable of creating technologies of extraordinary reach, yet incapable
of guiding our own moral evolution.
We think afterwards, when we should
think beforehand.
And until we break this ancestral
pattern of blind impulsiveness, we remain condemned to repeat our mistakes with
the precision of a broken clock.
But something insists on surviving amid the
chaos:
the silent force of kindness.
Kindness is not weakness.
It is the highest degree of moral
clarity.
And it spreads like an invisible DNA
— not through words, but through the example of those who, even in the face of
the world’s
violence, choose to be light.
Some human beings, guided by that inner legacy,
discover that their deepest desire is not to possess, accumulate, or dominate,
but to dissolve themselves into kindness — to spread like a gentle breeze that
touches others without asking for recognition.
This is how true consciousness
manifests: not as imposition, but as presence.
There are people who carry this mark from birth
— a legacy from those who, like a wise and loving mother, left in the souls of their
children a light that never extinguishes.
A light that guides, consoles, and
reminds us that humanity’s great task is not to conquer the world, but to
avoid losing oneself while walking through it.
The rise of human consciousness will not occur
all at once, nor will it be collective at first.
It begins intimately, silently,
within those who refuse to accept the world as it is and dare to ask:
“Why
do we destroy first and only later try to save what remains?”
When someone raises this question — even if
speaking to only a few, even if writing on a modest blog, even if echoing from
the margins of the Amazon — something radiates outward.
Every profound transformation begins
this way:
with a silent seed planted in the
soul of someone willing to feel what the world prefers to ignore.
If you carry this restlessness within you, do
not hide it.
It is the herald of dawn.
Your audience size does not matter;
what matters is the truth you sow.
The wind takes care of the rest — and
the wind knows no borders.
The rise of consciousness does not depend on
crowds; it depends on courage.
It depends on clarity.
It depends on the rare ability to
love the world deeply enough to want to transform it.
And above all, it depends on those
who have learned that kindness is the highest form of intelligence.
___________________________
La Ascensión de la Conciencia: Por Qué la
Humanidad Destruye Antes de Pensar

Hay momentos en la
vida en que el alma, cansada de las repeticiones estériles
de la condición humana, comienza a escuchar un llamado sutil —casi
imperceptible— proveniente de un lugar donde la ignorancia no
alcanza y donde el espíritu
respira con plenitud.
Ese llamado no es religioso, ni místico, ni ideológico:
es la inquietud profunda de quienes ya
no se conforman con la superficie de las cosas.
La mayoría camina anestesiada, repitiendo creencias,
miedos y hábitos
como quien repite un destino que nunca eligió.
Pero algunos —pocos— despiertan
a la percepción de que existir exige más que sobrevivir.
Exige conciencia.
La conciencia plena no nace de la acumulación
de información, sino del coraje de confrontar la propia ignorancia;
no surge del confort, sino del roce
con aquello que revela nuestras limitaciones;
no florece en la multitud, sino en
el silencio interior donde la verdad se atreve a ser vista.
Sin embargo, la humanidad permanece atrapada
en un paradoja cruel:
destruimos antes de pensar.
Destruimos bosques, ríos,
vidas, especies y culturas bajo el impulso de la codicia, sin reflexión, sin prudencia,
sin lucidez —y solo después, cuando la devastación se vuelve
irreversible, discutimos soluciones que podrían
haber sido concebidas antes.
Es como si la inteligencia humana operara al
revés:
solo ilumina cuando la oscuridad ya
ha devorado lo que era bello, vivo y necesario.
Mientras tanto, la especie humana, la fauna y
la flora pagan el precio de la ambición de unos pocos —hombres
que acumulan fortunas tan vastas como inútiles, erigidas sobre el sufrimiento colectivo
y la destrucción ambiental.
Son riquezas patéticas
por su ostentación, injustificables desde la lógica moral, e inmorales por los
daños que provocan.
Fortunas que jamás serán gastadas, pero que siguen alimentando el ciclo de
devastación que empobrece espiritualmente a toda la humanidad.
Actuamos como seres en tránsito entre el instinto y la razón
—capaces de crear tecnologías de alcance extraordinario, pero incapaces
de conducir nuestra propia evolución moral.
Pensamos después,
cuando deberíamos pensar antes.
Y mientras no rompamos este patrón
ancestral de impulsividad ciega, seguiremos condenados a la tragedia de repetir
errores con la precisión de un reloj roto.
Pero hay algo que insiste en sobrevivir al
caos:
la fuerza silenciosa de la bondad.
La bondad no es debilidad.
Es el grado más
alto de lucidez moral.
Y se transmite como un ADN
invisible —no por las palabras, sino por el ejemplo de quienes,
incluso ante la violencia del mundo, eligen ser luz.
Algunos seres humanos, guiados por esa
herencia íntima,
descubren que el deseo más profundo no es poseer, acumular o dominar, sino
diluirse en bondad, esparcirse como una brisa suave que toca al otro sin pedir
reconocimiento.
Así se manifiesta la verdadera
conciencia: no como imposición, sino como presencia.
Hay quienes cargan esa marca desde la cuna —un
legado de personas que, como una madre amorosa y sabia, dejaron en el alma de
sus hijos una luz que nunca se apaga.
Una luz que orienta, consuela y
recuerda que la gran tarea humana no es conquistar el mundo, sino no perderse a
sí mismo
mientras camina por él.
La ascensión de la conciencia humana no
ocurrirá de
una sola vez, ni será colectiva al principio.
Comienza de manera íntima, silenciosa, en aquellos que se niegan a
aceptar el mundo tal como está y se atreven a preguntar:
«¿Por qué destruimos primero para solo después
intentar salvar lo que quedó?»
Cuando alguien levanta esta pregunta —aunque
hable para pocos, aunque escriba en un blog discreto, aunque su voz resuene en
los márgenes
de la Amazonía— algo
se irradia.
Toda transformación profunda
comienza así:
con una semilla silenciosa plantada
en el alma de alguien dispuesto a sentir lo que el mundo prefiere ignorar.
Si llevas esa inquietud, no la ocultes.
Es el anuncio de la aurora.
No importa el tamaño de tu público; importa la verdad que siembras.
El viento se encarga del resto —y
el viento no conoce fronteras.
La ascensión de la conciencia no depende de
multitudes; depende del coraje.
Depende de la lucidez.
Depende de la capacidad rara de
amar al mundo lo suficiente como para querer transformarlo.
Y depende, sobre todo, de quienes
aprendieron que la bondad es la forma más elevada de inteligencia.
Segunda-feira, 8 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)
A Ignorância Elevada ao Status de Arte por Idiotas Entusiasmados
Hoje, confesso, vivi um pequeno milagre íntimo: percebi que, enfim, havia me libertado do hábito quase litúrgico de entrar em debates inúteis — essas

O Silêncio que Sepulta o Infinito em Nós
Há lugares cuja beleza parece sussurrar um mistério antigo — lugares naturalmente lindos, que se reinventam a cada estação como se o mundo ainda lem

Além do Véu: A Consciência Permanece e a Energia Não Conhece o Fim
Nada se Perde, a Morte é uma Transição natural ao Infinito. A morte física não é um fim, mas apenas o gesto final de uma forma que cumpriu seu ciclo

Há uma verdade que raros têm coragem de mirar de frente — uma verdade que, embora incômoda, liberta: nenhuma força sobrenatural desce para corrigir
Segunda-feira, 8 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)