Segunda-feira, 8 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Samuel Saraiva

A Ascensão da Consciência: Por Que a Humanidade Destrói Antes de Pensar

ENGLISH / ESPANOL


A Ascensão da Consciência: Por Que a Humanidade Destrói Antes de Pensar - Gente de Opinião

Há momentos na vida em que a alma, cansada das repetições estéreis da condição humana, começa a ouvir um chamado sutil quase imperceptível vindo de um lugar onde a ignorância não alcança e onde o espírito respira com plenitude.
Esse chamado não
é religioso, nem místico, nem ideológico:
é
a inquietude profunda daqueles que já não se satisfazem com a superfície das coisas.

A maioria caminha anestesiada, repetindo crenças, medos e hábitos como quem repete um destino que nunca escolheu.
Mas alguns
raros despertam para a percepção de que existir exige mais do que sobreviver.
Exige consciência.

A consciência plena não nasce do acúculo de informação, mas da coragem de confrontar a própria ignorância;
não surge do conforto, mas do atrito com aquilo que revela nossas limitaçõ
es;
não floresce na multidão, mas no silêncio interior onde a verdade ousa ser vista.

Entretanto, a humanidade permanece atolada em um paradoxo cruel: destruímos antes de pensar.
Destruímos florestas, rios, vidas, esp
écies e culturas ao impulso da ganância, sem reflexão, sem prudência, sem lucidez e só depois, quando a devastação se torna irreversível, discutimos soluções que poderiam ter sido concebidas antes.

É como se a inteligência humana operasse de forma invertida:
só ilumina quando a escuridão já devorou o que era belo, vivo e necessá
rio.

Enquanto isso, a espécie humana, a fauna e a flora pagam o preço da ambição de poucos homens que acumulam fortunas tão vastas quanto inúteis, erguidas sobre o sofrimento coletivo e a destruição ambiental.
o riquezas patéticas pela ostentação, injustificáveis pela lógica moral, imorais pelos danos que provocam.
Fortunas que nunca serão gastas, mas que seguem alimentando o ciclo de devastação que empobrece espiritualmente toda a humanidade.

Agimos como seres em trânsito entre o instinto e a razão capazes de criar tecnologias de alcance extraordinário, mas incapazes de conduzir a própria evolução moral.
Pensamos depois, quando deveríamos pensar antes.
E enquanto não rompermos esse padrão ancestral de impulsividade cega, seguiremos condenados à
tragédia de repetir erros com a precisão de um relógio quebrado.

Mas há algo que insiste em sobreviver ao caos:
a força silenciosa da bondade.

A bondade não é fraqueza.
É o mais alto grau de lucidez moral.
E ela se transmite como um DNA invisí
vel não pelas palavras, mas pelo exemplo daqueles que, mesmo diante da violência do mundo, escolhem ser luz.

Alguns seres humanos, guiados por essa herança íntima, descobrem que o desejo mais profundo não é possuir, acumular ou dominar, mas diluir-se em bondade, espalhar-se como uma brisa mansa que toca o outro sem pedir reconhecimento.
É assim que a verdadeira consciê
ncia se manifesta: não como imposição, mas como presença.

Há quem carregue essa marca desde o berço um legado de pessoas que, como uma mãe amorosa e sábia, deixaram na alma dos filhos uma luz que nunca se apaga.
Uma luz que orienta, consola e lembra que a grande tarefa humana não
é conquistar o mundo, mas não perder a si mesmo enquanto caminha por ele.

A ascensão da consciência humana não ocorrerá de uma só vez, nem será coletiva no início.
Ela começa de forma íntima, silenciosa, naqueles que se recusam a aceitar o mundo como ele está, e ousam perguntar:

Por que destruímos primeiro para só depois tentar salvar o que restou?”

Quando alguém levanta essa pergunta mesmo que fale para poucos, mesmo que escreva num blog discreto, mesmo que ecoe nas margens da Amazônia ainda assim, algo se irradia.
Toda transformação profunda começ
a assim:
com uma semente silenciosa plantada na alma de algu
ém disposto a sentir o que o mundo prefere ignorar.

Se você carrega essa inquietude, não a oculte.
Ela
é o anúncio da aurora.
Não importa o tamanho do seu público; importa a verdade que você semeia.
O vento encarrega-se do resto
e o vento não conhece fronteiras.

A ascensão da consciência não depende de multidões; depende de coragem.
Depende de lucidez.
Depende da capacidade rara de amar o mundo o suficiente para querer transformá-lo.
E depende, sobretudo, daqueles que aprenderam
creio que a bondade é a forma mais elevada de inteligência.

_______________________________

 The Rise of Consciousness: Why Humanity Destroys Before It Think

A Ascensão da Consciência: Por Que a Humanidade Destrói Antes de Pensar - Gente de Opinião

here are moments in life when the soul, weary of the sterile repetitions of the human condition, begins to hear a subtle call — almost imperceptible — coming from a place untouched by ignorance, where the spirit breathes in fullness.
This call is neither religious, nor mystical, nor ideological:
it is the deep unrest of those who can no longer be satisfied with the surface of things.

Most people walk through life anesthetized, repeating beliefs, fears, and habits as if repeating a destiny they never chose.
But a few — very few — awaken to the realization that to exist requires more than to survive.
It requires consciousness.

Full consciousness does not arise from the accumulation of information, but from the courage to confront ones own ignorance;
it does not grow out of comfort, but from friction with whatever exposes our limitations;
it does not bloom in the crowd, but in the inner silence where truth dares to be seen.

Yet humanity remains stuck in a cruel paradox:
we destroy before we think.
We destroy forests, rivers, lives, species, and cultures under the impulse of greed — without reflection, without prudence, without clarity — and only afterwards, when the devastation is already irreversible, do we begin to discuss solutions that could have been conceived beforehand.

It is as if human intelligence worked backwards:
it only shines once darkness has already devoured what was beautiful, alive, and essential.

Meanwhile, the human species, the animals, and the natural world pay the price of the ambition of a few — men who accumulate fortunes as vast as they are useless, built upon collective suffering and environmental destruction.
These riches are pathetic in their ostentation, indefensible by any moral logic, and immoral for the damage they cause.
Fortunes that will never be spent, yet continue to fuel the cycle of devastation that spiritually impoverishes all of humanity.

We act as beings suspended between instinct and reason — capable of creating technologies of extraordinary reach, yet incapable of guiding our own moral evolution.
We think afterwards, when we should think beforehand.
And until we break this ancestral pattern of blind impulsiveness, we remain condemned to repeat our mistakes with the precision of a broken clock.

But something insists on surviving amid the chaos:
the silent force of kindness.

Kindness is not weakness.
It is the highest degree of moral clarity.
And it spreads like an invisible DNA — not through words, but through the example of those who, even in the face of the worlds violence, choose to be light.

Some human beings, guided by that inner legacy, discover that their deepest desire is not to possess, accumulate, or dominate, but to dissolve themselves into kindness — to spread like a gentle breeze that touches others without asking for recognition.
This is how true consciousness manifests: not as imposition, but as presence.

There are people who carry this mark from birth — a legacy from those who, like a wise and loving mother, left in the souls of their children a light that never extinguishes.
A light that guides, consoles, and reminds us that humanitys great task is not to conquer the world, but to avoid losing oneself while walking through it.

The rise of human consciousness will not occur all at once, nor will it be collective at first.
It begins intimately, silently, within those who refuse to accept the world as it is and dare to ask:

Why do we destroy first and only later try to save what remains?

When someone raises this question — even if speaking to only a few, even if writing on a modest blog, even if echoing from the margins of the Amazon — something radiates outward.
Every profound transformation begins this way:
with a silent seed planted in the soul of someone willing to feel what the world prefers to ignore.

If you carry this restlessness within you, do not hide it.
It is the herald of dawn.
Your audience size does not matter; what matters is the truth you sow.
The wind takes care of the rest — and the wind knows no borders.

The rise of consciousness does not depend on crowds; it depends on courage.
It depends on clarity.
It depends on the rare ability to love the world deeply enough to want to transform it.
And above all, it depends on those who have learned that kindness is the highest form of intelligence.

___________________________

La Ascensión de la Conciencia: Por Qué la Humanidad Destruye Antes de Pensar

A Ascensão da Consciência: Por Que a Humanidade Destrói Antes de Pensar - Gente de Opinião

Hay momentos en la vida en que el alma, cansada de las repeticiones estériles de la condición humana, comienza a escuchar un llamado sutil casi imperceptibleproveniente de un lugar donde la ignorancia no alcanza y donde el espíritu respira con plenitud.
Ese llamado no es religioso, ni místico, ni ideológico:
es la inquietud profunda de quienes ya no se conforman con la superficie de las cosas.

La mayoría camina anestesiada, repitiendo creencias, miedos y hábitos como quien repite un destino que nunca eligió.
Pero algunos pocosdespiertan a la percepción de que existir exige más que sobrevivir.
Exige conciencia.

La conciencia plena no nace de la acumulación de información, sino del coraje de confrontar la propia ignorancia;
no surge del confort, sino del roce con aquello que revela nuestras limitaciones;
no florece en la multitud, sino en el silencio interior donde la verdad se atreve a ser vista.

Sin embargo, la humanidad permanece atrapada en un paradoja cruel:
destruimos antes de pensar.
Destruimos bosques, rí
os, vidas, especies y culturas bajo el impulso de la codicia, sin reflexión, sin prudencia, sin lucidez y solo después, cuando la devastación se vuelve irreversible, discutimos soluciones que podrían haber sido concebidas antes.

Es como si la inteligencia humana operara al revés:
solo ilumina cuando la oscuridad ya ha devorado lo que era bello, vivo y necesario.

Mientras tanto, la especie humana, la fauna y la flora pagan el precio de la ambición de unos pocos hombres que acumulan fortunas tan vastas como inútiles, erigidas sobre el sufrimiento colectivo y la destrucción ambiental.
Son riquezas patéticas por su ostentación, injustificables desde la lógica moral, e inmorales por los daños que provocan.
Fortunas que jamás serán gastadas, pero que siguen alimentando el ciclo de devastación que empobrece espiritualmente a toda la humanidad.

Actuamos como seres en tránsito entre el instinto y la razón capaces de crear tecnologías de alcance extraordinario, pero incapaces de conducir nuestra propia evolución moral.
Pensamos después, cuando deberíamos pensar antes.
Y mientras no rompamos este patrón ancestral de impulsividad ciega, seguiremos condenados a la tragedia de repetir errores con la precisión de un reloj roto.

Pero hay algo que insiste en sobrevivir al caos:
la fuerza silenciosa de la bondad.

La bondad no es debilidad.
Es el grado más alto de lucidez moral.
Y se transmite como un ADN invisible no por las palabras, sino por el ejemplo de quienes, incluso ante la violencia del mundo, eligen ser luz.

Algunos seres humanos, guiados por esa herencia íntima, descubren que el deseo más profundo no es poseer, acumular o dominar, sino diluirse en bondad, esparcirse como una brisa suave que toca al otro sin pedir reconocimiento.
Así
se manifiesta la verdadera conciencia: no como imposición, sino como presencia.

Hay quienes cargan esa marca desde la cuna un legado de personas que, como una madre amorosa y sabia, dejaron en el alma de sus hijos una luz que nunca se apaga.
Una luz que orienta, consuela y recuerda que la gran tarea humana no es conquistar el mundo, sino no perderse a sí mismo mientras camina por él.

La ascensión de la conciencia humana no ocurrirá de una sola vez, ni será colectiva al principio.
Comienza de manera íntima, silenciosa, en aquellos que se niegan a aceptar el mundo tal como está y se atreven a preguntar:

«¿Por qué destruimos primero para solo después intentar salvar lo que quedó?»

Cuando alguien levanta esta pregunta aunque hable para pocos, aunque escriba en un blog discreto, aunque su voz resuene en los márgenes de la Amazoníaalgo se irradia.
Toda transformación profunda comienza así:
con una semilla silenciosa plantada en el alma de alguien dispuesto a sentir lo que el mundo prefiere ignorar.

Si llevas esa inquietud, no la ocultes.
Es el anuncio de la aurora.
No importa el tamaño de tu público; importa la verdad que siembras.
El viento se encarga del resto y el viento no conoce fronteras.

La ascensión de la conciencia no depende de multitudes; depende del coraje.
Depende de la lucidez.
Depende de la capacidad rara de amar al mundo lo suficiente como para querer transformarlo.
Y depende, sobre todo, de quienes aprendieron que la bondad es la forma más elevada de inteligencia.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 8 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

A Ignorância Elevada ao Status de Arte por Idiotas Entusiasmados

A Ignorância Elevada ao Status de Arte por Idiotas Entusiasmados

Hoje, confesso, vivi um pequeno milagre íntimo: percebi que, enfim, havia me libertado do hábito quase litúrgico de entrar em debates inúteis — essas

O Silêncio que Sepulta o Infinito em Nós

O Silêncio que Sepulta o Infinito em Nós

Há lugares cuja beleza parece sussurrar um mistério antigo — lugares naturalmente lindos, que se reinventam a cada estação como se o mundo ainda lem

Além do Véu: A Consciência Permanece e a Energia Não Conhece o Fim

Além do Véu: A Consciência Permanece e a Energia Não Conhece o Fim

Nada se Perde, a Morte é uma Transição natural ao Infinito. A morte física não é um fim, mas apenas o gesto final de uma forma que cumpriu seu ciclo

Divagações …

Divagações …

Há uma verdade que raros têm coragem de mirar de frente — uma verdade que, embora incômoda, liberta: nenhuma força sobrenatural desce para corrigir

Gente de Opinião Segunda-feira, 8 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)