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PAULO QUEIROZ: D.Moacyr Grechi abre a Campanha da Fraternidade nesta 4ª feira


 
D. Moacyr abre CF pregando que economia justa opõe-se ao modelo que cria fome e miséria 

1 – ECONOMIA E VIDA

Do arcebispo Dom Moacyr Grechi chega-nos convite para a solenidade de abertura da Campanha da Fraternidade 2010 “Economia e Vida”, em Porto Velho, cujo Lema é “Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro” (Mt 6, 24c). Extensivo a todos os meios de comunicação, o convite informa que a cerimônia ocorrerá no dia 17, às 9h, no auditório do Centro Arquidiocesano de Pastoral, à Avenida Carlos Gomes, 964, Centro. Subscrita pelo próprio arcebispo, os principais trechos são os que se seguem:

“O objetivo desta Campanha da Fraternidade Ecumênica é colaborar na promoção de uma economia a serviço da vida em vista da cultura da paz e contribuir para uma nova mentalidade capaz de respeitar o bem comum e a dignidade para todos. Neste sentido, somos motivados a compreender a economia como a capacidade humana de colocar ordem na grande casa da humanidade. A justa economia opõe-se à perversidade do aGente de Opiniãotual modelo que cria a exclusão, a miséria, a fome, o desemprego e a desigualdade social. A economia deve estar a serviço da pessoa e não a pessoa a serviço da economia. Por isso, é preciso superar a atual economia que se baseia no lucro desigual, no consumismo desenfreado, no acúmulo de bens nas mãos de poucos e na destruição da natureza”.

“Especialistas na área econômica, autoridades eclesiásticas e políticas falarão de cenários econômicos para Rondônia e Porto Velho, desafios que o Estado e a Capital precisam enfrentar para diminuir a desigualdade social, promover educação de qualidade, criar uma consciência ecológica e fortalecer a economia solidária, buscando novas propostas para um modelo econômico a serviço da vida e construindo novas relações sociais em nossa Região”.

“Esta é uma Campanha na qual toda a sociedade é convocada a colocar as pessoas em primeiro lugar, cuidar da criação, crescer na solidariedade, valorizar a economia solidária, tornando-se sinal de esperança, gestora do desenvolvimento da economia de base, geradora das novas relações de cooperação e responsabilidade.” Cordialmente, Dom Moacyr Grechi, Arcebispo de Porto Velho. 


2 – CARÁTER ECUMÊNICO

Pois bem, leitor. Andei pesquisando sobre o assunto e fiquei sabendo que a Campanha da Fraternidade de 2010 levará para cerca de 50 mil comunidades cristãs isso mesmo que Dom Moacyr diz no convite - discussões sobre economia. O texto-base do evento, que começa nesta quarta-feira dita de cinzas, critica a crescente dívida interna do país, as altas taxas de juros, a elevada carga tributária, o sistema financeiro internacional e até mesmo o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), vitrine do governo Lula.

Realizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desde 1964, a campanha deste ano reunirá, além da Igreja Católica, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, a Igreja Presbiteriana Unida do Brasil e a Igreja Sírian Ortodoxa de Antioquia. Elas integram o Conic (Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil), o organizador do evento em 2010. Será a terceira vez que a campanha terá caráter ecumênico, repetindo 2000 e 2005.

Com textos e gráficos, o material do evento propõe a conscientização sobre alguns temas econômicos que são pouco conhecidos por grande parte da população. Em relação à dívida interna, por exemplo, o manual da campanha diz: "Apesar de os gastos com juros e amortizações da dívida pública consumirem mais de 30% dos recursos orçamentários do país, essas dívidas não param de crescer. A dívida interna alcançou a gigantesca cifra de R$ 1,6 trilhão em dezembro de 2008, tendo apresentado crescimento acelerado nos últimos anos". 

Segundo o texto, a dívida inviabiliza a aplicação de recursos na área social. Uma das tabelas do material mostra a elevação da dívida nos governos de FHC (1995-2002) e de Lula.

O documento cita o PAC ao atacar a má distribuição de renda: "O crescimento do PIB, expresso em médias nacionais, não é sinônimo de boa distribuição dos recursos entre os diversos grupos sociais. Os pobres continuam lesados nos seus direitos. O PAC é o exemplo mais recente no Brasil". 

3 – MISÉRIA SISTÊMICA

O secretário-geral do Conic e reverendo da Igreja Anglicana, Luiz Alberto Barbosa, diz que a meta do evento é fazer com que as comunidades reflitam sobre o que está dando certo e errado na economia do país, e possam cobrar mudanças dos políticos nas eleições. 

"Escutamos o discurso oficial de que o país caminha para ser a quinta economia do mundo. Mas é preciso perguntar: "Se o cenário é tão bom, onde estão os recursos?" Ainda temos quase 40 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza e não há trabalho e saúde para todos."

O frade dominicano Carlos Josaphat, um dos principais intelectuais da Igreja Católica, afirma que um dos objetivos do evento é fazer com que os cristãos deixem de ser omissos em relação a práticas econômicas socialmente injustas. A campanha defende ainda a realização de um plebiscito sobre a limitação do tamanho das propriedades rurais do país.

O Texto-Base da Campanha insiste que a economia existe para a pessoa e para o bem comum da sociedade, não a pessoa para a economia. O lema da Campanha, a afirmação de Jesus registrada no Evangelho de Mateus: "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro" (Mt 6,24) nos propõe uma escolha entre os valores do plano de Deus e a rendição diante do dinheiro, visto como valor absoluto dirigindo a vida (Texto-base, p.47). O dinheiro, embora necessário, não pode ser o supremo valor dos nossos atos nem o critério absoluto das decisões dos indivíduos e dos governos.

O dinheiro "deve ser usado para servir ao bem comum das pessoas, na partilha e na solidariedade". Toda a vida econômica deveria ser orientada por princípios éticos. A medida fundamental para qualquer economia é um sistema que deveria criar reais condições de segurança e oportunidades de desenvolvimento da vida de todas as pessoas, desde os mais pobres e vulneráveis. O capitalismo selvagem trabalho no sentido oposto. Não se importa com a destruição da natureza ou com o fato de que está tornando sistêmica a miséria de milhões de famílias. É isso. 

Fonte:  Paulo Queiroz - pqbezerra@gmail.com 
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