Nota de repúdio - LCP

1. No dia 16 de março, o jornal Folha de São Paulo publicou matéria caluniosa sobre o título “PF investiga aliança entre madeireiros e sem-terras em Rondônia”.

2. Segundo o jornal uma suposta investigação da Polícia Federal acusa uma aliança entre madeireiros e LCP  na região de Buritis que invadem fazendas para vender madeira. E que a LCP possui um braço armado.

3. Estas mesmas acusações foram utilizadas pelo governo Cassol para atacar a justa luta dos camponeses por terra em março do ano passado sem que nenhuma delas tenha sido comprovadas.

4. Procurando desinformar o jornal afirma que a  LCP é uma dissidência do MST. Afirmação tão mentirosa e provocadora quanto a já surrada acusação do jornal Folha de Rondônia de que a LCP possui “braço armado”. Todo mundo em Rondônia sabe que a LCP surgiu da histórica resistência dos camponeses de Corumbiara na tomada da fazenda Santa Elina em agosto de 1995.

5. Todos sabem também que os desmatadores em Rondônia são os grandes latifundiários como  o deputado Ernandes Amorim, o governador Ivo Cassol,  o ex senador Amir Lando, os Conti, Catâneo, Antonio Martins “Galo Velho” entre outros. Só para citar um fato recente, o governador demitiu o comandante da Polícia Ambiental por ter multado seu cunhado por desmatamento.

6. A LCP é uma organização que mobiliza as famílias camponesas para a conquista da terra. Não possuímos grupo armado e não temos nenhum tipo de aliança com madeireiros. Temos o apoio dos trabalhadores da cidade, professores, estudantes, pequenos comerciantes, de organizações democráticas de solidariedade nacionais e internacionais.

7. Os que realmente contam com grupos armados são os latifundiários da região que juntos com tropas da PM massacrou, torturou e assassinou covardemente mais de 200 camponeses em Corumbiara (1995), que fizeram inúmeros massacres contra aldeias indígenas. São os latifundiários que como Edson Luiz Liutti, recentemente, participou junto com seus pistoleiros num ataque ao acampamento Conquista da União em Campo Novo que resultou no assassinato de  Edson Dutra, membro das comunidades eclesiais de base da igreja católica. Outro ataque ocorreu no dia 20 de novembro quando pistoleiros a mando do latifundiário Luiz da Dippar assassinaram os camponeses Evandro Dutra Pinto, Edmilson Gomes de Oliveira e Adauto da Silva Filho em União Bandeirantes. Como agora mesmo no dia 12 de março em Cujubim pistoleiros a mando da latifundiária Maria Della Libera prenderam e torturaram camponeses na sede de sua fazenda e na presença de várias pessoas balearam com 2 tiros de pistola o lider camponês José Fonseca, o Pelé. Todos estes crimes continuam impunes.

8. A lista de crimes do latifúndio em Rondônia é sem fim, mas o jornal FSP nada diz sobre isto. Na verdade este tipo de matéria serve para justificar todo tipo de repressão aos camponeses e faz parte de uma campanha para criminalizar a luta pela terra, tal como tem sido feito com os camponeses do MST em Pernambuco que reagiram em legítima defesa contra os ataques de bandos armados do latifúndio. É o mesmo discurso do ministro Gilmar Mendes do STF de tratar os latifundiários de bonzinhos e camponeses pobres de bandidos e criminosos.

9. Repudiamos os ataques do jornal Folha de São Paulo e toda esta campanha histérica contra a luta camponesa e as tentativas de transformar as vítimas em réus para encobrir os crimes do latifundio contra o povo pobre.

Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental
Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres