ACRE: Rio não para de subir e já deixa 1500 desabrigados em Rio Branco (AC)

Emergência:  Os números oficiais da Defesa Civil municipal mostram que o nível do rio Acre subiu 15 centímetros até as 15 horas de ontem. Por conta do aumento das chuvas desde o feriado de Páscoa, as medições estão sendo feitas de três em três horas, das 6 às 21 horas. Na medição realizada às 6 horas desta terça-feira, 14, a marca era de 15,46 metros. Às 9 horas subiu mais dois centímetros, chegando a 15,48m. Às 15 horas, nova medição confirmou o nível de 15,51m, número que se manteve até a medição do início da noite. Dezesseis bairros haviam sido atingidos até ontem. À tarde, a Ponte Metálica foi interditada por 30 minutos para a retirada de balseiros. O Riozinho do Rôla, principal afluente do rio Acre, continua subindo. Ontem, de acordo com a medição oficial, media 14,20 metros e hoje pela manhã subiu 20 centímetros, chegando a 14,40 metros. Em Sena Madureira o rio Iaco também continua subindo. Ontem a medição era de 13,07 m e hoje pela manhã chegou a 13.16 metros. Já na bacia do rio Acre há boas notícias de vazante. Em Assis Brasil estava 5,30 m ontem e hoje baixou para 4,50 m. Em Brasiléia a medição de ontem era de 8,25 m e hoje baixou para 6,10. Outra baixa significativa foi registrada em Xapuri , onde o rio Acre baixou de 12,42 para 10,90. O único problema é que, segundo o chefe da Divisão da Coordenadoria Municipal da Defesa Civil (Comdec), capitão George dos Santos, há previsão de mais chuvas para a região nos próximos dias. Em média, a cada 10 cm que o rio sobe, 150 famílias são desabrigadas. Somente na segunda-feira, 187 famílias tinham sido retiradas de suas casas pela Defesa Civil. Os números oficiais mostram que mais de 550 famílias estão desabrigadas em Rio Branco. Dessas, mais de 350 estão nos abrigos da prefeitura, perfazendo um total de mais de 1,5 mil pessoas desabrigadas, e a tendência é de ampliação desses números, já que o rio continua subindo e a metereologia prevê mais chuvas para a região nos próximos dias. Diante da gravidade do caso, prefeitura e governo do Estado trabalham nos três abrigos da cidade para garantir infraestrutura e condições adequadas para atender os desabrigados da cheia Até o meio-dia, mais de 1.500 pessoas estavam em abrigos da prefeitura, além das famílias que foram remanejadas para casas de parentes. Lá, além de alimentação diária feita sob orientação de nutricionaistas, os desabrigados contam com assistência médica, atividades recreativas e mediação de conflitos. O abastecimento de água potável é garantido pelo Saerb. Só no Parque de Exposições, até ontem, eram consumidos mais de cinco mil litros por dia. A prefeitura colocou banheiro químico nos três abrigos para maior comodidade da comunidade e melhor higienização dos espaços, além de disponibilizar áreas de lavanderia comunitária para as famílias. Ontem, a prefeitura passou a contar com o apoio de 24 homens do Exército, que cedeu ainda quatro barcos para o transporte nas áreas alagadiças. O governo do Estado, que desde o início da crise, há mais de um mês, vem atuando em conjunto com a prefeitura de Rio Branco, além de auxiliar na aquisição de equipamentos e alimentação, disponibilizou pessoal para trabalhar nos abrigos e na retirada das famílias, com suporte de novas caçambas do Deracre e barcos de diversas secretarias. No momento em que mais de 1,5 mil pessoas estão em abrigos da Defesa Civil Municipal (Comdec), embora o município e o estado estejam trabalhando para garantir a todos tratamento digno, visando minimizar os problemas causados pela cheia do rio Acre que os retirou de suas casas, há uma necessidade cada vez maior do apoio da sociedade civil organizada não apenas no trabalho voluntário nestas áreas, mas através de doações. A Secretária Municipal de Bem Estar Social e coordenadora dos abrigos da prefeitura, Estefânia Pontes alerta para o fato de que essas famílias, no geral, perderam boa parte do que tinham com a cheia do rio, principalmente colchões e lençóis. Há ainda a necessidade de fraldas descartáveis porque muitas das crianças que estão nos abrigos têm idade inferior a três anos. Outra necessidade urgente são alimentos. Somente no abrigo do Parque de Exposições, a cada refeição - são três refeições diárias - são gastos mais de 80 quilos de carne, mais de 200 de arroz, cerca de 120 kg de feijão, 10 fardos de macarrão e 70 quilos de farofa. "A prefeitura e o governo do Estado têm suprido as necessidades das famílias, mas precisamos do apoio da sociedade civil, da comunidade, para apoiarmos estas pessoas neste momento difícil, principalmente com a doação de alimentos, colchões, lençóis e fraldas", destaca Estefânia Pontes. As doações devem ser feitas na sede estadual do Corpo de Bombeiros, na estrada da invernada, onde funciona a Defesa Civil Estadual e Municipal.

Fonte: De Olho no Tempo com  informações do "Página 20"